terça-feira, 28 de outubro de 2014

A ALVORADA DA UMBANDA




Os clarins de Ogum estão soando e anunciam a nova alvorada da Umbanda do terceiro milênio.

Nesses tempos é sabido que Ela há de se firmar como verdadeira síntese religiosa, filosófica e científica que de fato é.

No entanto, não podemos aguardar o futuro de braços cruzados.

É preciso que, desde já, a grande massa jovem, adepta da Umbanda, promova uma radical renovação de conceitos sobre o movimento umbandista.

Infelizmente, até agora, a Umbanda tem sido encarada como mero "balcão", onde as pessoas despejam todo tipo de mazelas, como se as entidades atuantes em nossa Corrente fossem escravos a serviço das mesquinharias humanas, devendo satisfazer seus desejos e paixões de baixo nível.

Não raramente, uns e outros a utilizam como palco para politicagens e exibições. Até a Magia, sagrada arte milenar, foi reduzida a rituais estapafúrdios, que beiram a selvageria. Em certos terreiros, o dinheiro e a luxúria falam mais alto do que a fé e a caridade. Enfim, as pessoas brincam de Umbanda, aproveitando-se dos ingênuos e dos desesperados, que acorrem aos terreiros em busca do conforto espiritual de que necessitam.

Sabemos que a Umbanda encontra-se apenas em sua primeira fase de ação, que é uma fase de implantação. Devido a isso, essa situação é por Ela tolerada e abarcada. No entanto, é necessário darmos um grito de alerta, embora não sejamos os primeiros a fazê-lo. Pioneiros como W.W. da Matta e Silva vêm, há mais de trinta anos, lutando contra tudo isso. Temos certeza de que essa luta não será em vão, já que ela encontrará eco no seio da juventude, que, com suas concepções livres de velhos vícios, saberá dizer "não" à mentalidade obtusa hoje vigente.

Poderemos então conduzir a Umbanda de modo digno, entendendo-a, à princípio, como um movimento organizado e direcionado por seres altamente evoluídos do mundo astral, visando reimplantar o primitivo elo de ligação dos seres humanos com o mundo espiritual.

Entendendo as necessidades de nossa evolução, através da qual nos aproximaremos de nossa origem, ou seja, da Divindade Suprema, não importando o nome que à Ela queiramos dar. Futuramente, ressurgirão também os grandes conceitos herméticos e universalistas relativos à verdadeira Iniciação Cósmica vigente em primitivas eras, através dos quais compreenderemos melhor o Universo como um Todo e a Umbanda, já em sentido mais amplo, como Grande Lei que rege esse mesmo Universo e a nós mesmos, já que somos parte dele.

Quando este estágio for atingido, finalmente poderemos dizer: somos da Umbanda pela Umbanda, e terá surgido uma era de trabalho, justiça, amor e sabedoria.  














(Marcelo Nunes)

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