A Humanidade caminha para
a Nova Era e muitas mudanças estão sendo processadas e assimiladas; todavia
temos séculos de condicionamentos que precisam ser modificados. Um desses
condicionamentos diz respeito ao fato da importância que a sociedade onde estamos
inseridos, ainda dá para a questão dos “rótulos” (qual seu nível de instrução,
sua profissão, sua classe econômica, sua religião…). E, a propósito: qual é a
melhor religião?
Num Congresso sobre religião e paz entre os povos, Leonardo
Boff fez esta pergunta ao Dalai Lama e a resposta foi: “A melhor religião é
aquela que te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor”. De
pessoa tão sábia, não poderíamos esperar melhor resposta, pois independente do
nome, o objetivo de qualquer religião é o “religare”, estabelecer a ligação com
a Fonte da Vida.
Devemos sempre lembrar que
fazemos parte de uma “grande teia”, de uma rede planetária, de um mundo onde
tudo afeta a todos; a lei da física que fala sobre Ação e Reação, faz parte de
todo tipo de relação que se possa estabelecer, inclusive e principalmente, das
relações com os nossos semelhantes.
Então, com certeza, “a melhor religião é
aquela que te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor”, por
isso, o que realmente importa não é o “rótulo”, mas nossos atos, pensamentos e
ações no dia-a-dia, com a família, com os amigos, com as pessoas que trabalham
conosco, pois se eles forem bons, trarão bons resultados e farão com que nos
sintamos bem, com que sejamos melhores. A melhor religião é aquela que se
escolhe, que nos faz melhores, que nos deixa felizes e convictos de que estamos
aqui para aprender, para ensinar, para nos aperfeiçoar.
Religião ainda é um tema
que aflige muitas pessoas, e faz com muitas outras se coloquem numa posição de
“defensores da verdade”, pregando uma determinada “igreja” como a única
detentora da verdade. O que devemos ter sempre em mente, longe de aflições e
sem radicalismos, é que sempre estamos na presença de Deus e que os planos
espirituais mais elevados não estão afastados no espaço, mas que estão em nós
mesmos. É em nós que a voz de Deus ressoa sempre e, se não ouvimos Sua voz, nem
percebemos Sua luz, talvez seja porque estamos completamente absorvidos em nós
mesmos e nos aturdimos com nosso próprio ruído.
Toda pessoa que aspira à paz
espiritual não deve se deixar arrastar pelo caos do dia-a-dia e nem se afetar
pelas questões dos “rótulos”; melhor se retirar de vez em quando e ir de
encontro a si mesma, estabelecendo dentro de si um centro de equilíbrio e paz,
praticando o “religare” e ouvindo aquela “voz interior” que fluirá,
trazendo-lhe Luz e serenidade a partir do encontro com mundos superiores.
A religiosidade sempre foi
um caminho que permitiu à Humanidade escapar das penúrias da vida terrestre, de
suas limitações, da sensação de incapacidade, da sensação de ter poderes que
não podia expressar e dos desenganos que continuamente se apresentavam na vida.
Neste processo de religação, este foi sempre um meio eficiente de aprender logo
as lições que a dor e as tristezas ensinavam e de nos recolher em nosso
interior, nos afastando deles para o cerne da realidade. Agruras da vida são
excelentes professores, mas evoluímos e sabemos que “não há mal que sempre
dure” e que podemos viver bem e felizes nos distanciando de todas as
dificuldades; não nos protegemos do que é ruim resistindo, pois a resistência
intensifica a vibração negativa s sim nos distanciando até que sejam meras
projeções no tempo e no espaço.
Portanto a “melhor religião” é aquela que nos
permite deixar de olhar a multiplicidade de sombras e encarar a Luz única e
esta grande ‘conversão’ se consegue por meio da meditação. Devemos seguir nosso
caminho até o verdadeiro centro de nosso ser e nesse lugar encontraremos a luz
eterna brilhando, a paz que é inalterável e que está além de toda compreensão e
a nossa Religião.
Se necessitarmos um maior
incentivo, o encontraremos no conceito de que “a melhor religião” é aquela que
nos faz melhores; que só poderemos ensinar a outros o caminho da libertação
quando nós mesmos o tenhamos encontrado e definido, quando nós mesmos tivermos
encontrado e cruzado o portal.
Então poderemos guiar a nossos irmãos, mas não
antes; e não para uma determinada religião, mas sim para que ele defina a sua.
Se observarmos os olhos dos grandes seres do mundo, veremos neles uma
serenidade, uma felicidade e uma calma que nada pode perturbar; eles
encontraram a sua religião e as intempéries desta vida não lhes alcançam
pessoalmente, por muito que se compadeçam dos outros. Eles conduzem pelo Amor à
Vida e pelo exemplo de vida.
Sejamos Budistas, Espíritas,
Taoistas, Católicos, Evangélicos, Xamanistas, Andinos, Umbandistas, da
Fraternidade… a importância não está no rótulo, mas naquilo que acreditamos e
praticamos; “alteridade” é um conceito que deve ser praticado cada vez mais,
pois o respeito ás diferenças nos acresce, nos harmoniza, nos coloca em
freqüência com a Luz que ilumina o Universo e nos conduz. A melhor religião é
aquela que fala ao nosso “coração” e que permite estabelecer um canal com tudo
que vibra positivamente nesta imensa “teia da vida”.
Denis Sant'Ana
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