Pesquisando na Internet
sobre este tema que estamos tratando, encontramos uma interessante dissertação
de mestrado, na área da Psicologia Social, que em resumo trata da relação entre
maturidade, estabilidade emocional e altruísmo. A autora deste trabalho investigou
o perfil daqueles que adotam crianças, tendo comparado o grupo que adota
crianças ainda bebês e aqueles que o fazem com crianças maiores. Ao final
conclui-se que “os adotantes tardios realmente mostraram-se mais maduros,
estáveis emocionalmente e mais altruístas do que os adotantes convencionais”.
Buscando a equivalência do
conceito de abnegação e altruísmo, podemos inferir que aqueles que se devotam
ao próximo, esquecidos de si mesmos, têm por resposta, em decorrência direta,
uma maior maturidade e estabilidade emocional (enfim, os sentimentos de
plenitude, de paz, tão almejados por todos). Abnegar-se, no caso específico das
adoções tardias, isto é, de crianças maiores, com 2 ou mais anos, é romper com
as convenções, assumir o sacrifício da adaptação, dar-se em maior cota de amor
para integrar a criança à nova família.
Podemos parafrasear Martin
Claret e afirmar que sentir é causar. Isto é, aqueles que experimentam,
exercitam sentimentos elevados, aqueles voltados ao bem-estar do próximo,
modificam suas próprias vidas. Causam transformações no campo de manifestações
das emoções, adquirindo o que se denomina frequentemente de equilíbrio ou
centramento psicológico (fulano é uma pessoa centrada, equilibrada).
Por outro lado,
sentimentos pouco elevados, carregados de apego ao ego, causam também, ou seja,
promovem também modificações em nossas vidas – pessoais e coletivas. A
discriminação étnica, racial que tem causado tantos problemas no mundo, é
exemplo disto. Os resultados, no mais das vezes, são tragédias, quer pessoais,
grupais ou coletivas (o extermínio dos judeus, já citado; a perseguição aos
ciganos no leste europeu; as sutis discriminações aos negros brasileiros e
outros lamentáveis exemplos).
ABEL SIDNEY DE SOUZA
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