Você já reparou quantas
vezes reclamamos do trabalho? Se vamos falar de trabalho, sempre o associamos à
dificuldade, ao desprazer, a algo difícil e penoso de se fazer.
Será mesmo o trabalho algo
tão ruim, como se fosse um castigo a se cumprir?
A origem da palavra
trabalho remonta à Roma antiga, quando essa palavra era associada a um
instrumento de tortura, o tripalium.
Vem daí a conotação do
trabalho com sofrimento. Mas será essa mesma a função do trabalho?
Se observarmos a natureza,
será fácil verificar que não há quem não trabalhe. Seja o joão-de-barro
construindo o ninho para acolher sua companheira e a futura prole; ou a
lagarta, tecendo o casulo que guarda a beleza da borboleta em gérmen; ou ainda
a abelha colhendo o pólen para fabricar seu doce alimento.
Tudo em a natureza
trabalha. Não poderia ser diferente com o homem.
Para os animais, o
trabalho é sinônimo de sobrevivência. Trabalha a ave, o inseto, o grande e o
pequeno, todos trabalham, como lei de sobrevivência, lei do instinto que os faz
buscar o alimento, construir o abrigo, proteger a prole.
E para que serve o
trabalho para nós?
Longe da conotação latina
de tortura, devemos entender o trabalho como ferramenta que a Divindade nos
oferece como processo de aprendizado.
Sendo o trabalho toda
ocupação útil a que nos vinculamos, serve como exercício do desenvolvimento de
nossas capacidades intelectuais, morais ou emocionais.
Dessa forma, trabalha a
dona de casa, ao buscar o asseio do lar, ao confeccionar a comida saborosa para
nutrir a família.
Trabalham o pedreiro e o
engenheiro na construção do edifício, trabalha o voluntário, doando seu tempo
em nome do amor ao próximo.
De uma ou de outra forma,
é o trabalho a ferramenta bendita que a Divindade nos oferece para o progresso
pessoal.
O ócio, o tempo
descomprometido, servem como oportunidades para que os desajustes de nossa
intimidade ganhem corpo, ao longo das horas vazias.
Ao contrário, a hora
preenchida pela ocupação útil é oportunidade de aprendizado, de interiorizar
novas capacidades, nos mais variados campos de nossa intimidade.
Jesus nos lembrava que Ele
trabalhava sem cessar, assim como o Pai Celeste igualmente trabalha.
Assim, nunca reclamemos do
trabalho que a vida nos ofereça. Ao contrário, a cada dia, agradeçamos a Deus o
trabalho bendito e honesto, que nos será passaporte para dias mais felizes,
nessa e na outra vida.
* * *
O descanso é necessidade
natural do organismo, e direito de todos nós, após a jornada de trabalho, a fim
de refazer ânimos e recuperar as energias.
Mas jamais nos permitamos
o descanso em excesso, fazendo como aqueles que se iludem com os objetivos da
vida, imaginando-se em um parque de diversões.
Tenhamos em mente que
nascemos todos em bendita oficina de trabalho, que é a Terra, a fim de forjar
nossos caracteres e valores.
E, ao início e fim de cada
jornada de trabalho, agradeçamos a ocupação útil, remunerada ou voluntária,
dentro ou fora do lar, lembrando de todos aqueles que adorariam poder estar em
nosso lugar.
DEVER E TRABALHO
Redação do Momento
Espírita.
Em 29.05.2009.
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