Ao falarmos de Umbanda,
devemos antes alertar ao leitor que não se trata de uma sessão de bruxaria ou sacrifícios
animais conforme muitos pensam ou já ouviram falar.
Nascida com o propósito
dirimir os confrontos religiosos e praticar o bem sobre todas as coisas, dando
a todos sem distinção de classe social a chance de resgatar suas faltas nesta
vida, a Umbanda nasceu sobre a luz dos princípios cristãos, utilizando as
forças da natureza, chamadas de Orixás e Guias para nos ajudar. Nela
trabalhamos com os elementos da Natureza:
.: Fogo - através das
luzes das velas
.: Ar - através dos
defumadores, charutos e cigarrilhas
.: Água - através dos
rios, igarapés e do mar
.: Terra - através das
matas, plantas, flores e frutas.
Os irmãozinhos menos
avisados, costumam chamar de Casa, Templo ou Terreiro de Umbanda um local onde
há sacrifícios de animais. Isto é um equívoco (vide a história da criação
abaixo). Este é o ponto forte de discórdia, pois muitos presidentes de centros
espíritas ou chefes de terreiro que advém de outras formações religiosas
misturam aos rituais sagrados da Umbanda práticas proibidas em nossa religião.
Para amenizarem o problema, muitos passam a "colorir" a religião,
chamando-a de Umbanda Branca, Umbanda isso ou aquilo. Queridos irmãos a
feijoada deve ser com feijão preto, se assim não for não poderá ser chamada de
feijoada, deu para entender?
Cabe-nos salientar, mais
uma vez, que você, leitor, não precisa concordar com nada que falo, pois sou
apenas o assistente de pedreiro nesta obra do Pai.
Tentarei mostrar como uma
religião que pratica o bem, pode ajudar aqueles que necessitam. Digo sempre a
todos, que não importa a sua religião, pois religião é como um time de futebol,
cada um de nós tem o seu. Todos os caminhos levam a Deus. O atalho é a
Caridade.
Mas vem a pergunta, por
que motivo usam o nome da Umbanda para simbolizar os cultos africanos, chamados
afro-brasileiros se estes não são Umbanda? A Umbanda não é afro-brasileira, é
brasileira, nascida em Niterói! (vide a história da criação abaixo)
Por conta de muitos
irmãos, espíritas preconceituosos, que não davam oportunidade de fazer a
caridade aos espíritos dos índios, escravos e demais trabalhadores do além, em
suas religiões é que os irmãozinhos, para serem aceitos em casas espíritas de
caridade, tinham que se transfigurar em médicos ou importantes figuras
intelectuais, que verdadeiramente foram, para poderem fazer a caridade nestas
casas. Não confunda isso com camuflagem ou má fé. Todos devemos fazer a
caridade para evoluirmos, pois é através dela que iremos conhecer o verdadeiro
amor ao próximo.
Jesus foi o mais humilde
de todos os espíritos e tinha como profissão carpinteiro. José idem e Maria,
dona de casa. E os menos afortunados intelectualmente? Não devemos confundir,
banco de escola com experiência de vida. É mais fácil conhecermos uma pessoa
que não sabe assinar o próprio nome e é sábia que aqueles irmãos cheios de
bolor moral que nada fazem para ajudar o próximo, mas são cheios de títulos,
fazendo questão de serem apresentados pelo seu pedigree profissional ou
familiar. Jesus não nos ensinou isto, pelo contrário: expulsou os vendilhões do
templo e discutiu diversas vezes com os fariseus.
E a caridade cristã, a
humildade e o amor incondicional? A vaidade comeu estas virtudes nos irmãos de
pouca fé!
Como o Brasil é a pátria
do Evangelho, psicografado em muitos livros por diversos espíritos, não caberia
aqui a segregação espiritual, haja vista os tempos da escravidão.
Antes de iniciarmos a
linda história da Umbanda, gostaria de deixar claro que a denominação Macumba,
muitas vezes associada a Umbanda, foi associada as práticas religiosas
praticadas pelos homens e mulheres da etnia Bantu (África), que evocavam os
mortos e os antepassados de suas tribos aqui no Rio de Janeiro. Até hoje, este
termo é usado pejorativamente pelos irmãozinhos de outras religiões para
classificar as práticas religiosas espíritas ditas não apoiadas sobre uma doutrina
cristã. Contudo, cabe ressaltar que as bases crísticas e morais são a fundação
da Umbanda.
Não sei quanto as outras
religiões, mas nós da Umbanda não ficamos chateados com este termo, é apenas
prova do desconhecimento de alguns irmãos, que como papagaios, imitam uns aos
outros sem ao menos saber onde o galo cantou.
Quando o caboclo Sete
Encruzilhadas veio a Terra orientar os trabalhos utilizando estes elementos e
as forças da Natureza trouxemos a luz o contexto de nossa Terra:
".... Torna-se
imperioso, antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a
forma de religião, expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes
religiosos e culturais que precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX
, da única e genuína Religião Brasileira.
Em 1500, quando os
portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao
desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já
habitada por nativos. A estes aborígenes os lusitanos, por imaginarem estar nas
Índias, denominaram de índios.
Os primeiros contatos
entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos
identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o
tempo e a convivência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama
(nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam alí por motivos pouco
nobres. O relacionamento, até então pacífico, começa a se desmoronar como um
castelo de areia.
São inescrupulosamente
escravizados e forçados a trabalhar na lavoura. Reagem, resistem, e muitos são
ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz
desembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote,
são despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de
castigos físicos e morais, e até a subtração da própria vida.
Desta forma, índios e
negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade,
desencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz.
Ora laborando no plano
astral, ora como encarnados, estes espíritos lutavam incessantemente para
humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se
livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos.
De outra parte, a igreja
católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, investe
covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas
sacerdotais são enviadas, com o intuito "nobre" de "salvar"
a alma dos nativos e dos africanos.
Os anos sucedem-se. Em
1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de
total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental
de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao
mal, a vingança e a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata.
No campo astral, os
espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos
e negros , não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes.
O catolicismo, religião de
predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo
(kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as
comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores".
Os Senhores da Luz (Araxás,
Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário
(Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os
espíritos de boa vontade, que quisessem praticar a caridade, independentemente
das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao
radicalismo religioso existente no Brasil.
Começa a se plasmar, sob a
forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases,
funções, atributos e finalidades.
Enquanto isto, no plano
terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por
"João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da
Academia Brasileira de Letras.
No livro, o autor faz um
estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro,
àquela época, capital federal e centro sócio-político-cultural do Brasil. O
escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos
de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas,
templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando
pessoas e testemunhando fatos.
Não obstante tal obra ter
sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição
cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.
Foi então que em fins de
1908, uma família tradicional de Neves, Niterói -RJ, foi surpreendida por uma
ocorrência que tomou aspectos sobrenaturais: o jovem Zélio Fernandino de
Moraes, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam
debelar, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "amanhã estarei curado".
No dia seguinte,
levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada lhe houvesse tolhido os
movimentos. Contava 17 anos de idade e preparava-se para ingressar na carreira
militar na Marinha.
A medicina não soube
explicar o que acontecera.
Os tios, sacerdotes
católicos, colhidos de surpresa, nada esclareceram. Um amigo da família sugeriu
então uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José
de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da
sessão, tomando um lugar à mesa. Tomado por uma força estranha e superior a sua
vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos
componentes da mesa, o jovem levantou-se, dizendo :"aqui está faltando um
flor", e saiu da sala indo ao jardim, voltando logo após com uma flor, que
depositou no centro da mesa.
Esta atitude insólita
causou quase que um tumulto. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos
médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios. Foram
convidados a se retirarem, advertidos de seu estado de atraso espiritual.
Novamente uma força
estranha dominou o jovem Zélio e ele falou, sem saber o que dizia. Ouvia apenas
a sua própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a
não aceitarem a comunicação daqueles espíritos e do porquê em serem
considerados atrasados apenas por encarnações passadas que revelavam. Seguiu-se
um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e
afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura. Um
médium vidente perguntou:
"Por quê o irmão fala
nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos
que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente
atrasados ? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento
a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz ? E qual o seu nome
irmão ?
E o espírito desconhecido
falou: "Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer
que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, para dar início a
um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir
missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos
humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos,
encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja este: Caboclo
das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O vidente
retrucou: "Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto" ? perguntou
com ironia. E o espírito já identificado disse: "cada colina de Niterói
atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
No dia seguinte, na casa
da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora
marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para
comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes
mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de
desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se
o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um
novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como
escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos
remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade
para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra , poderiam
trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a
raça, o credo e a condição social. A prática da caridade, no sentido do amor
fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o
Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as
normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os
períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00h às 22:00h; os
participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito.
Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA -
Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos
espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade,
porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos
como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto. Ditadas as
bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes
alí presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos
trabalhos, curando enfermos, fazendo andar paralíticos. Antes do término da
sessão, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas.
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto.
Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de
Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram
os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.
A partir daí, o Caboclo
das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o
esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai
Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo Orixá Malé, entidade com grande
experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.
Em 1918, o Caboclo das
Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas
para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda
Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá,
Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo.
Embora não seguindo a
carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o
permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava
para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para
manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou.
Ministros, industriais, e
militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes
enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de
presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "Não os aceite.
Devolva-os", ordenava sempre o Caboclo.
A respeito do uso do termo
espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como
causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto
aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para
fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda.
O ritual estabelecido pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e
harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou
os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor,
rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam
a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos
ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do
Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
Após 55 anos de atividades
à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio
entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando ,
ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de
Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu - RJ, dedicando
a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades
psíquicas e de todos os que o procuravam.
Em 1971, a senhora Lilia
Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade - RJ)
gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a
humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:
"A Umbanda tem progredido e vai
progredir.
É preciso haver
sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a
vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão,
mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo.
O perigo do médium homem é
a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar
sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as
nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao
pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso
haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa.
Umbanda é humildade, amor
e caridade - esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam
diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxósse, de
Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxósse, meu pai, e não vim por
acaso, trouxe uma ordem, uma missão.
Meus irmãos: sejam
humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas
mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a
baixar entre vós ; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os
instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que
tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro
nas casas de Umbanda.
Meus irmãos: meu aparelho
já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o
ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um
médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa
Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta
Tenda, passaram pelas que safram desta Casa.
Tenho uma coisa a vos
pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura , não foi
por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado
da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que
viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.
Que o nascimento de Jesus,
a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos
espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus
perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em
vossos corações e nos vossos lares.
Fechai os olhos para a
casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não
julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso
lar. É dos Evangelhos.
Eu, meus irmãos, como o
menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos , numa concentração
perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a
necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis
os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para
sempre em vossa matéria.
Com um voto de paz, saúde
e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde
Caboclo das Sete Encruzilhadas".
Zélio Fernandino de Moraes
dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em
03 de outubro de 1975.
BLOG ESPIRITUALIZANDO
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