Para que possamos entender
a natureza do funcionamento das nossas emoções, é necessário, primeiramente,
conhecermos o mecanismo das ações energéticas que ocorrem no plano astral, onde
o homem vive, através de seu veículo astral, suas emoções, sentimentos, paixões
e desejos. Então seremos capazes de adquirir uma visão mais ampla da próxima
vida e de toda natureza, nascendo, cedo ou tarde, primeiro o desejo, depois a
vontade inquebrantável de nos assenhorearmos desse mundo e de nos elevarmos
acima de nossos próprios destinos terrestres, tornando-nos colaboradores
conscientes da lei suprema da evolução.
Embora todos os homens
possuam corpo astral, poucos tem consciência de sua existência e, poucos podem
governar. Na maioria dos homens, o corpo astral é constituído de massa amorfa
de matéria astral, cujos movimentos e atividades escapam ao controle da vontade.
Em outros, ao contrário, o corpo astral é um veículo bem desenvolvido e
perfeitamente organizado, facultando ao seu proprietário inúmeros poderes
conscientes.
A natureza da matéria
astral é semelhante à da matéria física, isto é, de estrutura atômica. Queremos
dizer com isto que a matéria do plano astral do nosso Universo é descontínua,
ou seja, constituída de pequenas partículas, muito mas sutis que a mais
elementar partícula do plano físico, e separadas umas de outras por espaços
maiores ou menores, de acordo com o estado particular de vibração da respectiva
matéria.
A matéria astral
interpenetra a matéria física, como se esta não existisse...
É fácil compreendermos
essa interpenetração. Sabemos que a matéria do plano físico é constituída de
moléculas e estas de átomos. A ciência oculta sempre afirmou a descontinuidade
e a estrutura atômica da matéria física, a despeito da ciência oficial chamar
para si a glória de esse “descobrimento”. Contudo, ainda em nossos dias, a
teoria esotérica não concorda com a teoria da ciência materialista a respeito
da estrutura da matéria, porque enquanto esta a estuda somente em seu aspecto
bruto, a ciência oculta não afasta nunca a ideia de que o átomo físico é
animado de un aspecto particular de vida universal que é a causa de sua própria
evolução através dos grandes ciclos cósmicos. Em termos dialéticos, poderíamos
afirmar que matéria e espírito são polaridades em uma só coisa.
A ciência acadêmica define
a matéria como tudo que tenha extensão e seja impenetrável. Como porém a
matéria de que cogita essa mesma ciência é exclusivamente a dos sub-planos mas
densos do mundo físico, a nossa afirmação de que a matéria e penetrável no
contraria propriamente, aquela definição. O átomo da ciência moderna é um
sistema solar em miniatura, constituído de um “sol” central e de “planetas” e
“satélites”, que giram em torno desse sol. Isto quer dizer que o átomo, ao
invés de compacto possui entre essas partículas espaços completamente vazios de
matéria (do plano físico). Dentro do átomo, a distância relativa entre as
partículas que o constituem corresponde com muita aproximação, à distância dos
planetas de nosso sistema solar em relação ao volume dos mesmos; em outros
termos, um átomo, a pesar de ser tão minúsculo, ao ponto de nenhum aparelho
permitir ainda ao olho humano vê-lo, compreende muito mais espaço vazio de que
partículas propriamente de matéria física. Não bastando esses espaços vazios
dentro do átomo físico, os espaços encontrados em uma molécula são ainda
maiores porque os átomos que as constituem não se justapõem, mas mantém entre
si maiores distâncias do que o tamanho dos próprios átomos. A moléculas, por
sua vez, também guardam entre si distâncias relativamente grandes. Vemos, por
exemplo, numa barra do mais duro aço, dando-nos a sensação de ser absolutamente
compacta em virtude de nossos sentidos imperfeitos, há muitos mais espaços
vazios do que partículas matérias densas. E é entre esses espaços vazios de
matéria física que os “átomos astrais” podem se infiltrar com toda a liberdade,
por serem muitas vezes, menores ou mais sutis.
A matéria astral
interpenetra a matéria física. Cada átomo físico flutua num oceano de matéria
astral. Esta concepção fundamental deve ficar perfeitamente clara em nosso
espírito, sem o que não será possível compreender um grande número de fenômenos
ocultos.
Este princípio de
interpenetração nos mostra que os diferentes “planos “ da natureza não são
separados no espaço , mas existem em torno e dentro de nós, de maneira que para
percebê-los e estuda-los não é necessário nos locomover. Basta despertar em nós
os sentidos por meio dos quais eles possam ser percebidos. Donde a conclusão
importante de que os planos da natureza são estados de consciência.
Observação importante é a
de que o átomo físico não pode ser diretamente descomposto em átomos astrais,
por isso não podemos Ter esperanças de que a atual ciência materialista logre
descobrir, com seus processos usuais de pesquisa, quaisquer vestígios de
matéria astral. Esta só poderá ser verificada por intermédio de sentidos ou
faculdades astrais e nunca físicos, conquanto existam no corpo humano órgãos
físicos, palpáveis, que correspondem àquelas faculdades, como por exemplo as
glândulas pineal, pituitária, tireoide e outras.
A matéria astral corresponde
com uma curiosa exatidão à matéria que ela interpenetra. Isto significa que
cada variedade de matéria física atrai a matéria astral de correspondente
densidade.
Os sete estados da matéria
física (sólido, líquido, gasoso, radiante, etérico, sub-atômico e atômico)
possuem uma correspondência harmônica com os sete estados em que se apresenta a
matéria astral, não possuindo nomes apropriados para designa-los.
Cada um dos estados da
matéria astral corresponde a um sub-plano do plano astral, assim, a matéria
sólida é interpenetrada pela matéria do 7º sub-plano astral (a mais densa); a
líquida pelo 6º sub-plano, a gasosa pelo 5º sub-plano, e assim por diante. Em
todos os corpos haverá, porém, matéria de todos os sub-planos, embora as
porções possam variar muito de corpo para corpo.
Como acabamos de ver,
também o corpo astral do homem interpenetra seu corpo físico, estendendo-se
deste tanto mais quanto evoluído for.
No homem, seu corpo é
formado, via de regra, por todas as espécies de matéria do plano astral,
sendo-lhe, por isso, possível experimentar todas as variedades de desejos e
sentimentos. É preciso não confundir o corpo astral de um ser altamente
organizado como o homem, com a matéria astral que interpenetra uma pedra, por
exemplo. Aquele possui organização: participa do quaternário interior do ser;
pertence a um determinado homem não se confunde com o corpo astral de outro
homem, porque é sua propriedade individual, tal como seu corpo físico só a ele
pertence. Ao contrário, não existe na matéria bruta liame biológico com a
matéria astral que a interpenetra, não da forma como conhecemos e denominamos
comumente de vida. Sim , porque a matéria astral entra apenas como organizadora
das matérias menos sutis (etéricas e físicas), dando-lhes a condição de agregar-se
em átomos e partículas.
Ao clarividente, o corpo
astral de um homem pouco evoluído, apresenta-se como uma massa nebulosa em
inicio de organização, vagamente delineado, predominando nele as substâncias
dos planos interiores... Sua cor é sombria e seu aspecto grosseiro e denso,
aptos para responder a estímulos relacionados com paixões, instintos e apetites
inferiores. Destaca-se, aproximadamente fora do corpo físico, 25 ou 30
centímetros (cm). Já em um homem com níveis de intelectual e moral um pouco mais
acentuados, o corpo astral é maior, indo até uns 45 cm além do corpo físico;
contém uma quantidade maior de matéria de qualidade superior, o que lhe confere
uma certa luminosidade e contornos mais nitidamente definidos. Finalmente, num
homem que já alcançou um certo desenvolvimento espiritual, o corpo astral é
muito amplo e compõe-se dos elementos mais puros de cada sub-plano astral,
predominando a matéria do sub-plano mais elevado ou sutil.
O corpo astral é um dos
quatro veículos humanos que compõem o quaternário ou eu inferior.
As células nervosas
existentes no corpo físico captam as sensações exteriores, e estas são
transmitidas ao veículo astral por prâna, tornando-se assim específicas. É
invariavelmente prâna, cujo veículo é o duplo etérico, que da aos órgãos
físicos a atividade sensorial e que transmite as vibrações exteriores aos
centros situados no corpo astral. E é também graças ao duplo etérico que prâna
percorre os nervos, permitindo-lhes assim agir como transmissor, não somente
dos impactos exteriores, mas também, das energias motoras vindas do interior do
corpo.
Um dos primeiros fenômenos
interessantes que o homem aprende a realizar com o seu corpo astral. É
denominado de “desdobramento”, o qual consiste em deixar adormecido o corpo
físico, enquanto os demais veículos afastam-se dele com grande rapidez, podendo
percorrer grandes distâncias. No mundo astral a noção de tempo e espaço é
totalmente diferente daquela que temos em consciência de vigília. A compreensão
desses fatos lançou muita luz sobre um grande número de fenômenos ocultos, tais
como as aparições, o conhecimento de pessoas e lugares nunca vistos
fisicamente, premonições e outros tantos.
Tal como nosso corpo
físico, o astral é um veículo do verdadeiro Ego, da Individualidade, que se
ergue por trás de todas as nossas ações, emoções, sentimentos e pensamentos.
Por isso a maior ou menor perfeição em sua constituição permitirá ao Eu uma
expansão maior ou menor de seus atributos espirituais. O corpo físico e o
veículo da ação. Qualquer um de nós que quiser se dedicar a grandes esforços
físicos terá, impreterivelmente, de desenvolver sua resistência orgânica; se
quiser realizar exercícios de agilidade, terá de afinar e de adestrar seus
músculos e articulações; o bom pianista terá de diariamente de exercitar seus
dedos; em suma, o corpo físico do homem limita suas ações no plano físico. Pois
bem, o mesmo se da com o corpo de desejos, o qual está em relação ao mundo
astral como o que em sânscrito significa: denso, grosseiro, ou seja, matéria
diferenciada e condicionada, está para o plano físico. O corpo astral limita no
plano astral as atividades do Ego ; daí a importância em procurarmos
desenvolver esse veículo para que aquele possa exprimir os seus atributos
relativos a esse plano. É interessante que os estudantes saibam desde já que o
desenvolvimento (ou evolução), do corpo astral não implica necessariamente no
aparecimento de faculdades psíquicas. Pode um ser bastante evoluído nesse mundo
não possuir nenhuma faculdade astral desenvolvida, como pode também ocorrer o
contrário, ou seja, um homem apresentar diversas faculdades psíquicas
conscientes e ser um senhor de um corpo astral denotando baixíssimo grau de
evolução espiritual.
A forma do corpo astral é
semelhante à do corpo físico e limitada pelo aura astral (costuma-se, as vezes,
denominar a matéria astral de contraparte do físico). Há uma certa
correspondência ao funcionamento entre o corpo físico e sua contraparte astral.
Como prova disso, podemos citar a relação entre certos estados interiores e o
funcionamento de órgãos físicos.
É sabido que um forte
aborrecimento causa distúrbios glandulares principalmente no fígado, e
vice-versa. Pessoas que sofrem problemas de outros órgãos sentem-se dominadas
por alterações no humor. Já nos referimos à corrente materialista da psicologia
chamada behaviorismo, que afirma que ser o homem psíquico simples função do
homem físico. Embora seja uma afirmativa inteiramente falsa, é claro que as funções
exercem nos estados da alma. Isto porque o homem, com todos os seus veículos e
princípios, tem que ser visto como o é de fato: uma unidade integral e não como
um ser constituído de partes arbitrariamente conglomeradas. Já Hipócrates, há
aproximadamente 25 séculos, lançou o lapidar postulado de que “o corpo é um só
órgão e a vida uma só função”. Assim como toda a medicina errará se tomar o
conceito de órgãos separados do corpo físico, do mesmo modo todo estudo sobre o
homem chegará a absurdos se não tomar em conta a fundamental unidade que ele
representa.
Existe um Princípio
Espiritual (Ego) que para Ter consciência de suas faculdades e possibilidades
há de se revestir de materiais que lhe facultem a expressão daquilo que em si
mesmo está em estado potencial ou latente. Esses materiais são tirados dos
quatro planos cósmicos da forma e vão constituir os veículos humanos, cada um
dos quais expressará uma das possibilidades do espírito. O veículo que estamos
estudando é o astral , aquele que expressa o aspecto Vontade do Espírito, sob
as infinitas formas das emoções, sentimentos etc., puras ou degradadas.
Não só o corpo físico dos
homens possui sua contraparte astral, mais também todos os demais objetos e
seres do plano físico. Não existe, entretanto, nenhuma associação permanente
entre as partículas físicas e astrais de um mesmo corpo, pois que estas estão
submetidas a um movimento muito mais rápido, dentro do corpo, do que os átomos
físicos. Em geral, a parte astral de um objeto estende-se um pouco além da
respectiva parte física. Deste modo, os metais, as pedras, os líquidos etc.,
não aparecem cercados de um aura astral.
Já sabemos a diferença que
medeia entre o corpo astral de um ser vivo e a matéria astral que interpenetra
um objeto inanimado. Pois bem, quando acontece amputar-se um membro de um ser
vivo (homem, animal, vegetal), a coesão da matéria astral viva que constitui o
corpo astral, é mais forte do que a atração que sobre essa matéria exerce a
matéria física... Nessas condições, a contraparte astral de um membro não o
acompanha quando ele é amputado. Logo que o membro é retirado, sua contraparte
mantém-se em sua forma primitiva, recolhendo-se aos poucos aos novos limites do
corpo, enquanto o membro amputado atrairá para si a matéria astral ambiente.
Tratando-se de um objeto
inanimado qualquer, como uma cadeira ou um vaso, se este se quebrar, a parte
que se separa do todo, levará consigo sua respectiva contraparte astral, porque
a matéria astral do objeto não constitui um corpo organizado, com um princípio
de vida que o caracteriza como ser.
Vimos que a matéria astral
pode ser classificada em 7 estados, cada um constituindo um sub-plano do plano
astral. Entretanto, a quantidade de matéria dos diversos sub-planos não é igual
para todos os homens. De acordo com as proporções relativas das matérias dos
diversos estados, teremos o temperamento do indivíduo.
Sabemos que o corpo físico
de todos os seres existentes na face da terra se constitui das próprias
substâncias físicas da terra. O mesmo se da com o corpo astral que integra os
corpos dos seres com a matéria astral difusa, o corpo astral do Planeta Terra.
O conjunto dos corpos astrais dos planetas de nosso sistema constitui o corpo
astral do Logos Solar. Cada um dos 7 tipos de matéria astral pode ser encarado
como formando um todo, um veículo próprio, e como se fosse o corpo astral de
uma das 7 entidades cósmicas do sistema a que pertencemos.
Resulta dessa observação
que o mais insignificante movimento, a mais leve modificação, seja de que
natureza for, dessas Entidades e instantaneamente refletida de um modo ou de
outro na matéria do tipo correspondente. Tais mudanças tem lugar periodicamente
e são análogas aos movimentos fisiológicos de um organismo vivo, tais como a
inspiração e expiração, as batidas do coração etc.. porque na verdade o Cosmo
todo é como si fosse um grande ser.
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