André Luiz responde: “É um
atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra,
à execução do próprio dever.”
Os Santos são chamados de
socorristas, e estes trabalham e não querem outro pagamento a não ser adquirir vontade
de serem bons e servos de Jesus. Trabalham por toda parte, nos umbrais, nos
postos de socorro e também ajudam os encarnados e muitas vezes, atendem os
chamados de fé em nome das diversas entidades conhecidas na Terra (Santo
Expedito, São Jorge, Santa Bárbara, São Pedro, Santo Agostinho, etc.). Há
grande concentração de socorristas em lugares de romaria onde muitos oram e
fazem pedidos.
Estes abnegados
trabalhadores atendem em nome da Mãe Maria Santíssima, dos diversos Santos, do
Mestre Jesus, etc. Os bons acodem sempre. Se os pedidos são mais complexos, são
encaminhados a ministérios próprios e analisados pelos que lá trabalham. Para
serem atendidos, são levados em conta alguns critérios como: “O que pede é bom
para ele?”
Às vezes, pede-se uma
graça que seria um bem no momento, e causa de dor no futuro; pedem fim de sofrimentos,
doenças e às vezes não se pode interromper o curso de seu resgate; também é
levado em conta, se ao receber a graça, a pessoa melhora se voltando mais ao
“Pai”. Se aprovado, vão os socorristas e ajudam a pessoa (de qualquer religião
e fora dela também), não importando a eles para quem foi e como foi feito o pedido,
embora, há equipes que trabalham atendendo os pedidos à Mãe Maria Santíssima,
Santos do lugar, etc. Podemos também ser atendidos pelos próprios Santos, que
nada são, do que servos de Jesus.
Muitos já nos disseram que
a presença de Santos Católicos no altar da Tenda Espírita nossa Senhora da Piedade,
deveu-se ao fato de o Espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas ter sido padre
numa das suas encarnações e trazer esse expediente para a Umbanda. Isso é fato?
Se for então, podemos dizer que esse Caboclo, infelizmente, está preso em seu
ego, não podendo ser um Guia Espiritual a dirigir pessoas, quem dera iniciar
uma religião.
As imagens que estão no
altar foi da escolha e da vontade particular de Zélio de Moraes; o Caboclo das
Sete Encruzilhadas não determinou a colocação de imagem alguma. A montagem de
um altar é da nossa vontade e da nossa idealização. O que compõe um altar é da
nossa particularidade; isso não influi em nada a realização do trabalho
caritativo; só devemos tomar o devido cuidado de não exagerar nas imagens e nos
apetrechos, que sabemos não aumentar em nada a espiritualidade. Com certeza,
algumas imagens de bom gosto e bem colocadas, aumenta a fé dos assistidos, pois
tem um ponto de concentração e atração, pois só conseguimos entender claramente
o que os nossos cinco sentidos captam.
Porque Santos católicos na
Umbanda? Vamos elucidar: Certamente, os atuais umbandistas não aceitaram a classificação
dos Santos na Umbanda, e por fim, com o tempo, praticamente “congelaram-nos”,
colocando-os tão somente como aceitos pelos remanescentes católicos que vieram
para a Umbanda, ou mesmo pelo fato do sincretismo afro. Vamos explicar melhor a
importância dos Santos na Umbanda, e pelo que estudaremos, entendemos que nada mais
são que a Irmandade Espiritual dos Semirombas em trabalho amoroso e caritativo em
nossa amada religião.
Afinal, por que então os
umbandistas aceitam a presença de Espíritos de Babalawôs, Pajés, do Oriente,
etc., se todos eles também foram de outra religião quando encarnados?
Talvez a não aceitação dos
Santos fosse pelo fato da grande confusão reinante sobre o entendimento do que seriam
os Orixás, e a partir daí, fizeram a ligação chamada “sincretismo”, pela similitude
de características, qualidades e atribuições.
Só tem uma coisa: o
sincretismo foi efetuado pelo e para somente os cultos afros. A Umbanda não é
sincrética.
Cremos que alguns Santos
proeminentes, Espíritos elevados, que na Umbanda são também nominados de Orixás,
onde alguns pontificam Linhas de Trabalhos dos Orixás Mediadores, como
representantes dos mesmos, atuando em comunhão com essa força; Exemplos: São
Jorge é um Ogum, São Jerônimo é um Xangô, Santa Bárbara é uma Yansã, São Lázaro
é um Omulú, etc. (eles não são “o” Orixá, mas “um” Orixá, perfazendo toda uma
Linha de Trabalho Espiritual). Alguns Espíritos da Luz, conhecidos como Santos,
estão na Umbanda; cada um deles pontifica um dos 21 Orixás Mediadores de cada
Linha que vieram para a Umbanda. Eles dão assistência tanto para a Umbanda
quando para o catolicismo.
Os Santos, Guias e
Protetores Espirituais, Anjos, etc. seriam, “Um” com os Orixás, ou seja, vibram
por afinidades e temperamentos na mesma faixa vibratória do que seria esse
Orixá, a que estão ligados. Crendo ou não em Orixás, fica patente que tudo na
Terra vibra e tem em sua constituição física/espiritual a presença dos
elementos da Natureza que sabemos ter a presença dos Orixás em si; portanto,
Santos, Anjos, Espíritos de toda ordem ligados ao Planeta Terra, estão
integrados aos elementos da Natureza terrena, vibrando na força/irradiação
Orixá.
Os Templos Umbandistas não
estão errados quando clamam por São Jorge como Ogum, pois esse mesmo São Jorge,
Espírito elevado, está ligado fluidicamente e espiritualmente, por afinidade e
temperamento com a força da Lei Divina, conhecida por nós como Ogum. Assim
também, seria com Santa Bárbara, ligada fluidicamente com Yansã, São Jerônimo,
ligado fluidicamente com Xangô, etc.
Não devemos erradicar os
Santos da Umbanda, pois são Espíritos iluminados que viveram uma vida santificada,
voltados a prática da caridade, humildade, amor, fé, esperança e prática
evangélica, sendo grandes exemplos cristãos para a humanidade.
A Umbanda segue, aceita e
coaduna com os Espíritos e a Espiritualidade e não com os religiosos e
religiões terrenas. Não praticamos catolicismo, mas aceitamos alguns Santos,
por serem Espíritos de muita luz, nos dando exemplos vivos de espiritualidade,
fé, amor, oração e caridade.
Como também não somos
kardecistas, mas aceitamos alguns Espíritos da Luz que ali militam, seus
conceitos e orientações, desde que calcados nos ensinamentos crísticos, na
razão e no bom senso.
Aliás, temos vários Guias
e Protetores Espirituais que pertenceram à outras plagas e religiões terrenas
quando em vida, e hoje estão militando na Umbanda, por sua vivenciação
evangélica, integrados às cortes de Jesus.
Exemplos: malaio/muçulmano
(Orixá Mallet), hinduísta/himalaico (Ogum Timbiri), árabes e beduínos/muçulmanos
(Pai Jimbaruê de Aruanda, Caboclo da Lua, etc.), hinduístas/Índia (Pai Jacob,
Mestre Zartú, Ori do Oriente) etc.
Cada indivíduo considerado
como “Santo”, o é devido a sua justeza, retidão, caráter, espiritualidade, às
obras assistenciais ou mesmo miraculosas efetuadas durante a sua curta
permanência na Terra, e com certeza vibrava dentro de um Poder Reinante do
Divino Criador (Corporações Orixás) e por isso conseguia através de sua fé
imaculada e poderosa, realizar os tais “milagres”.