Ninguém gosta de ouvir
conselhos, Jesus sabia disso com toda a certeza. As palavras quando são ditas
em forma de conselhos são sempre ouvidas com desdém. A causa disso é a própria
personalidade humana.
As pessoas gostam de dar
conselhos, mas não gostam de seguir conselhos. As mesmas pessoas gostam de
copiar exemplos e não gostam de ser copiadas. Mas o detalhe é esse mesmo: Quem
quer ser ouvido ou seguido deve procurar se fazer copiar.
Isso vem com a resposta
para aqueles pais que não sabem mais o que fazer para serem ouvidos pelos
filhos ou filhas. Ou procurem dar exemplos, sem grandes 'verborragias', ou
procurem falar que nem Jesus falava: por parábolas.
As parábolas são
“estorinhas” curtas, as vezes apimentadas e prolixas e outras vezes longas e
simplórias, mas o efeito é quase sempre alcançado: as pessoas adoram ouvir
estórias e se colocam como atores delas na maioria das vezes. Assim, aquele que
conta a estória não parece ser o autor da mesma, desse jeito aquele que escuta
tira proveito, já que sua vaidade não foi enxovalhada.
O conselho é sempre
antiprodutivo. Ou ele magoa ou ele põe em xeque a inteligência daquele para
quem ele é direcionado. Por isso que ele não cola. Ninguém gosta de ser chamado
de burro por tabela e ninguém gosta de saber de suas fraquezas, ainda mais quando
elas são calculadas pela mente e pela boca de outra pessoa.
Se você é pai ou mãe
atente para esse detalhe, pois os filhos, fofos ou fofas, não gostam de
fragilizações e vão fazer de tudo para contrariá-lo, só para te provar que tu
está errado ou errada, embora quebre a cara.
Você pode estar
perguntando a razão disso. É a alma humana, a constituição da personalidade
humana. A idade não interessa, se a personalidade não é soberba ela não é
completa e o ser humano passa a não se reconhecer como indivíduo.
Sabedor
disso, trate os rebentos na base do exemplo e das estórias que envolvam fatos
aos quais você quer direcionar a mente deles. Pode ser notícia de jornal, de
ontem, de hoje ou de antigamente. Pode ser coisa bíblica ou de qualquer livro
religioso, desde que vá ao encontro daquilo que você deseja.
Falar por parábolas e
pedir a opinião do audiente sobre ela, buscando com isso o objetivo esperado,
eis o que o Mestre fazia. Quando não falava por parábola, dizia: "Em
verdade, em verdade vos digo", numa tentativa de, humildemente, sempre
falar em nome de alguma coisa ou por alguma coisa, mas nunca por si mesmo. Que
era para poder ser ouvido.
Por Marlon Santos
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