Não há como falarmos em médiuns e mediunidade sem falarmos em animismo e mistificação.
A palavra animismo vem do latim (anima) e significa “alma” e é usado na literatura espírita para designar um tipo de fenômeno onde é o espírito encarnado do próprio médium que se manifesta por ele. Significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados.
A atuação anímica acontece de forma quase sempre involuntária, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é a comunicação mental do espírito desencarnado mesmo quando é médium consciente.
Dessa forma, na manifestação anímica, o médium pode expressar muitos conhecimentos que ele, enquanto pessoa, não possui. Na grande maioria das vezes o que ocorre é um estado intermediário com maior ou menor participação do espírito do médium em relação ao espírito desencarnado que por ele se expressa.
Essa interferência muitas vezes é tão sutil que se torna difícil distinguir a origem da comunicação e, portanto não há intenção de enganar.
No animismo o espírito do médium pode manifestar-se como qualquer outro espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de espírito e fala como tal e não como encarnado.
É uma questão que sempre gerou confusão entre os médiuns, principalmente nos iniciantes, em face da pouca experiência dos mesmos e sempre foi visto como uma ocorrência negativa, uma falha do médium e que deve ser superada através de muito estudo aliado à continuidade do trabalho no grupo que fará com que o mesmo adquira mais segurança e controle de sua mediunidade. Deverá também ter muita disciplina moral.
Já a mistificação é outra coisa completamente diferente, caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros.
Médium mistificador, portanto, é aquele que premedita e finge, conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de espíritos desencarnados quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar às pessoas que estão à sua volta.
É a prática mais desagradável do espiritismo.
TEMPLO XANGOBARU
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