terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A HISTÓRIA DO NATAL E A UMBANDA




O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra, e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal. Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.



POEMA DE NATAL         VINICIUS DE MORAES 








A Árvore de Natal e o Presépio

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial nesse período. Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.
Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.
O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.






O Papai Noel: origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
A roupa de Papai Noel
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.
Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.
O ato de presentear
A primeira loja especializada em presentes de Natal foi fundada em Paris no ano de 1785, mas a troca de presentes já era um costume popular desde a Roma Antiga. Durante as festas da Saturnália, os romanos ofereciam estatuetas de deuses em argila, mármore, ouro ou prata, de acordo com suas posses. À medida que o império romano cresceu, a troca de presentes foi se tornando cada vez mais difundida e simbólica.
Os presentes de Natal, entretanto, foram uma idéia do papa Bonifácio, no século VII. No dia 25 de dezembro, terminada a missa, os sacerdotes benziam pães e os distribuíam ao povo. Este, no dia 6 de janeiro, dia dos reis Magos, retribuía com presentes.

O nome do Papai Noel em outros países:

Alemanha – Weihnachtsmann, o Homem do Natal
Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai – Papá Noel
Chile – Viejito Pascuero
Dinamarca – Julemanden
França – Père Noël
Itália – Babbo Natale
México - Santa Claus
Holanda – Kerstman, Homem do Natal
Inglaterra – Father Christmas
Suécia – Jultomte
Rússia – Ded Moroz






O Natal é uma das principais festas das religiões cristãs, mas algumas outras religiões ainda mantêm alguma relação com esta data, mesmo que de forma indireta.
No budismo nem sequer é mencionado Cristo. Sua festa mais importante ocorre em maio, quando os devotos rememoram o nascimento e a morte de Buda. Nessa ocasião, dão banhos de chá em uma imagem de elefante com um bebê em cima e depois a colocam em um altar enfeitado.
No hinduísmo, os adeptos reconhecem Cristo como um avatar – encarnação de Vishnu, uma de suas entidades divinas mais importantes. O dia 25 de dezembro é reservado à comemoração da Festa das Luzes. Neste dia, para eles, o nascimento da luz venceu a escuridão.
No islamismo, Cristo é uma espécie de profeta, mas mesmo dando relativa importância à sua figura, os fiéis não possuem uma data especial para comemorar seu nascimento. As duas principais festas da religião são a Eid El-Fitr, celebração do desjejum realizada após o Ramadã, e o Eid El-Adha, que marca o encerramento da peregrinação a Meca.
No judaísmo, os judeus não reconhecem Jesus Cristo como Filho de Deus, portanto, não comemoram seu nascimento. No período do Natal, eles realizam o Chanuká, ou a Festa das Luzes. Ela relembra a reinauguração do Grande Templo de Jerusalém, reconquistado pelos judeus após três anos de guerras. Quando foi retomado, o local estava cheio de imagens pagãs e guardava costumes profanos. Para purificá-lo, foi necessário acender diversas luzes. Por isso, o principal símbolo do Chanuká, que dura oito dias, é a menorá – candelabro judaico. As oito velas que o adornam são acesas, uma a cada dia, durante a festividade.
As testemunhas de Jeová entendem que festas de aniversário são um costume pagão e apesar de prestarem devoção a Cristo, não fazem nenhuma comemoração no dia 25 de dezembro. Eles também preferem negligenciar a data porque não há nada na Bíblia que ateste ser este o dia do nascimento do Messias.
Os espíritas devem lembrar que a data é propícia para as famílias que realizam reuniões de estudos do Evangelho no Lar, e que devem aproveitar a oportunidade de comemorar o Natal, sem os exageros conhecidos, com os demais familiares. Participar da vida social normalmente, até das brincadeiras de amigo secreto, do almoço confraternativo na empresa, porém tendo sempre em mente a condição espírita: o Natal é uma alusão ao nascimento do Cristo e em hipótese alguma os exageros devem fazer parte de suas vidas.
A umbanda encontrou um lugar para Cristo no rol de suas divindades – ele é associado a Oxalá, considerado o maior Orixá de todos. No dia 25 de dezembro, os umbandistas agradecem à entidade que, segundo a sua crença, comanda todas as forças da natureza.

Seja nas crenças cristãs, seja nos credos que não se apóiam na figura de Jesus, o sentido primeiro do Natal está, de certo modo, presente – na essência, todas as religiões celebram a esperança em um mundo constantemente renovado pelo exercício do amor. E mesmo que, ao longo dos séculos, o Natal tenha sido encarado por muitos como uma festa secular, a lembrança do bebê na manjedoura estará sempre viva: a luz que afasta, de vez, a escuridão.


                        A PAZ     ROUPA NOVA






A ASSOCIAÇÃO ESPIRITUALISTA LUZES DE ARUANDA

                DESEJA A TODOS OS IRMÃOS

                               UM FELIZ NATAL









domingo, 22 de dezembro de 2013

O MATERIALISMO DO PAPAI NOEL E A ESPIRITUALIDADE DO MENINO JESUS




Um dia, o Filho de Deus quis saber como andavam as crianças que outrora, quando andou entre nós,“as tocava e as abençoava” e que dissera:”deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o Reino de Deus”(Lucas 18, 15-16).

À semelhança dos mitos antigos, montou num raio celeste e chegou à Terra, umas semanas antes do Natal. Assumiu a forma de um gari que limpava as ruas. Assim podia ver melhor os passantes, as lojas todas iluminadas e cheias de objetos embrulhados para presentes e principalmente seus irmãos e irmãs menores que perambulavam por aí, mal vestidos e muitos com forme, pedindo esmolas. Entristeceu-se sobremaneira, porque verificou que quase ninguém seguira as palavras que deixou ditas:”quem receber qualquer uma destas crianças em meu nome é a mim que recebe”(Marcos 9,37).

E viu também que já ninguém falava do Menino Jesus que vinha, escondido, trazer na noite de Natal, presentes para todas as crianças. O seu lugar foi ocupado por um velhinho bonachão, vestido de vermelho com um saco às costas e com longas barbas que toda hora grita bobamente:”Oh, Oh, Oh…olhem o Papai Noel aqui”. Sim, pelas ruas e dentro das grandes lojas lá estava ele, abraçando crianças e tirando do saco presentes que os pais os haviam comprado e colocado lá dentro. Diz-se que  veio de longe, da Finlândia, montado num trenó puxado por renas. As pessoas haviam esquecido de outro velhinho, este verdadeiramente bom: São Nicolau. De família rica, dava pelo Natal presentes às crianças pobres dizendo que era o Menino Jesus que lhes estava enviando. Disso tudo ninguem falava. Só se falava do Papai Noel, inventado há mais de cem anos.

Tão triste como ver crianças abandonadas nas ruas, foi perceber como elas eram enganadas, seduzidas pelas luzes e pelo brilho dos presentes, dos brinquedos e de mil outros objetos que os pais e as mães costumam comprar como presentes para serem distribuidos por ocasião da ceia do Natal.

Propagandas se gritam em voz alta, muitas enganosas, suscitando o desejo nas crianças que depois correm para os pais, suplicando-lhes para que comprem o que viram. O Menino Jesus travestido de gari, deu-se conta de que aquilo que os anjos cantaram de noite pelos campos de Belém”eis que vos anuncio uma alegria para todo o povo porque nasceu-vos hoje um Salvador…glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa-vontade”(Lucas 2, 10-14) não significava mais nada. O amor tinham sido substituído pelos objetos e a jovialidade de Deus que se fez criança, tinha desaparecido em nome do prazer de consumir.

Triste, tomou outro raio celeste e antes de voltar ao céu deixou escrita uma cartinha para as crianças. Foi encontrada debaixo da porta das casas e especialmente dos casebres dos morros da cidade, chamadas de favelas. Ai o Menino Jesus escreveu:



Meus queridos irmãozinhos e irmãzinhas,

Se vocês olhando o presépio e virem lá o Menino Jesus e se encherem de fé de que ele é o Filho de Deus Pai  que se fez um menino, menino qual um de nós e que Ele é o Deus-irmão que está sempre conosco,

Se vocês conseguirem ver nos outros meninos e meninas, especialmente nos pobrezinhos, a presenca escondida do Menino Jesus nascendo dentro deles.

Se vocês fizerem renascer a criança escondida no seus pais e nas pessoas adultas para que surja nelas o amor, a ternura, o carinho, o cuidado e a amizade  no lugar de muitos presentes.

Se vocês ao olharem para o presépio descobrirem Jesus pobremente vestido, quase nuzinho e lembrarem de tantas crianças igualmente pobres e mal vestidas e sofrerem no fundo do coração por esta situação desumana e se decidirem já agora, quando grandes, mudar estas coisas para que nunca mais haja crianças chorando de fome e de frio,

Se vocês repararem nos três reis magos com os presentes para o Menino Jesus e pensarem que até os reis, os grandes deste mundo e os sábios reconheceram a grandeza escondida desse pequeno Menino que choraminga em cima das palhinhas,

Se vocês, ao verem no presépio todos aqueles animais, como as ovelhas, o boi e a vaquinha pensarem que o universo inteiro é também iluminado pela Menino Jesus e que todos, galáxias, estrelas, sois, a Terra  e outros seres da natureza e nós mesmos formamos a grande Casa de Deus,

Se vocês olharem para o alto e virem a astrela com sua cauda e recordarem que sempre há uma Estrela como a de Belém sobre vocês,  iluminando-os e mostrando-lhes os melhores caminhos,

Se vocês  aguçarem bem os ouvidos e escutarem a partir dos sentidos interiores, uma música celestial como aquela dos anjos nos campos de Belém que anunciavam paz na terra,

Então saibam que sou eu, o Menino Jesus, que  está chegando de novo e renovando o Natal. Estarei sempre perto de vocês, caminhando com vocês, chorando com vocês e brincando com vocês até aquele dia em que chegaremos todos, humanidade e universo, à Casa do Pai e Mãe de infinita bondade para sermos juntos eternamente felizes como uma grande família reunida.

                                    Belém, 25 de dezembro do ano 1.

                                    Assinado: Menino Jesus 














Leonardo Boff .com

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

UMBANDA : AMOR E SABER



Umbanda é Amor e Saber.
Amor que se concretiza na caridade. Saber que impulsiona o médium e o homem em geral no caminho da verdade.
Por essa razão que os Mentores Espirituais da AELA se preocupam com a formação do seu quadro mediúnico.
É preciso que cada um tome consciência de que ser médium não é apenas dar passividade a uma Entidade Astral, fumar charuto, dar consultas, e outras coisas.
É necessário que o médium se capacite e se eduque a fim de que seu mentor possa realizar um trabalho mais positivo em prol de todos aqueles que procuram o Templo, para solucionar suas mazelas espirituais e até mesmo materiais.
Ninguém pode esquecer que o médium está num processo evolutivo e na maioria esmagadora das vezes a sua mediunidade tem uma forte carga probatória, que obriga o mesmo a se exercitar constantemente na prática da caridade (que é o amor concretizado) e, ao mesmo tempo se instruir para melhorar o seu mediunismo.
É certo que a mediunidade não se adquire pelo simples fato de compulsar a literatura espirita e principalmente a Umbandista.
Todavia, também, é certo e verdadeiro que a leitura de boas obras, predispõe o médium para uma irradiação mais eficiente facilitando, inclusive, ao seu Guia ou Protetor a desenvolver um trabalho mais eficaz em prol dos necessitados.
Por tudo isso, o médium deve enveredar na prática do amor.














Apost. Coletânea textos AELA


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O ADOLESCENTE DIANTE DA FAMÍLIA



Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente, porque as lições aí ministradas são vivas e impressionáveis, carregadas de emoção e força. A família, por isso mesmo, é o conjunto de seres que se unem pela consanguinidade para um empreendimento superior, no qual são investidos valores inestimáveis que se conjugam em prol dos resultados felizes que devem ser conseguidos ao largo dos anos, graças ao relacionamento entre pais e filhos, irmãos e parentes.
Nem sempre, porém, a família é constituída por Espíritos afins, afetivos, compreensivos e fraternos.
Na maioria das vezes, a família é formada para auxiliar os equivocados a se recuperarem dos erros morais, a repararem danos que foram causados em outras tentativas nas quais malograram.
Assim, pois, há famílias-bênção e famílias-provação. As primeiras são aquelas que reúnem os Espíritos que se identificam nos ideais do lar, na compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se pela harmonia frequente e pela fraternidade habitual. As outras são caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo, nas animosidades entre os seus membros, nas disputas alucinadas, nos conflitos contínuos, nas revoltas sem descanso.
Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na condição de pais e filhos, a fim de alterarem o comportamento afetivo e sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram em duelos políticos, religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindo-se, matando-se, retornam quase sempre na mesma consanguinidade, a fim de superarem as antipatias que remanescem; traidores de ontem agora se refugiam ao lado das vítimas para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária do parentesco próximo, porque ninguém foge dos seus atos. Onde vai o ser, defronta-se com a sua realidade, que se pode apresentar alterada, porém, no âmago, é ele próprio.
A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, que caldeia os sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades.
Invariavelmente, por falta de estrutura espiritual e desconhecimento da Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na família, quase sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos, mais os fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que complicam o quadro do relacionamento fraternal.
As vezes, a afetividade como a animosidade são detectadas desde o período da gestação, predispondo os pais a aceitação ou à rejeição do ser em formação, que lhes ouvem as expressões de carinho ou lhes sentem as vibrações inamistosas, que se irão converter em conflitos psicológicos na
infância e na adolescência, gerando distúrbios para toda a existência porvindoura.
Renasce-se, portanto, no lar, na família de que se tem necessidade, e nem sempre naquela que se gostaria ou que se merece, a fim de progredir e limar as imperfeições com o buril da fraternidade que a convivência propicia e  dignifica.
Em razão disso, o adolescente experimenta na família esses choques emocionais ou se sente atraído pelas vibrações positivas, de acordo com os vínculos anteriores que mantém com o grupo no qual se encontra comprometido. Essa aceitação ou repulsão irá afetar de maneira muito significativa o seu comportamento atual, exigindo, quando negativa, terapia especializada e grande esforço do paciente, a fim de ajustar-se à sociedade, que lhe parecerá sempre um reflexo do que viveu no ninho doméstico.
A família equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, é fundamental para uma sociedade justa e feliz. No entanto, a família começa quando os parceiros se resolvem unir sexualmente, amparados ou não pelo beneplácito das Leis que regem as Nações, respeitando-se mutuamente e compreendendo que, a partir do momento em que nascem os filhos, uma grande, profunda e significativa modificação se deverá dar na estrutura do relacionamento, que agora terá como meta a harmonia e felicidade do grupo, longe do egoísmo e do interesse imediatista de cada qual.
Infelizmente, não é o que ocorre, e disso resulta uma sociedade juvenil desorganizada, revoltada, agressiva, desinteressada, cínica ou depressiva, deambulando pelos rumos torpes das drogas, da violência, do crime, do desvario sexual...
Os pais devem unir-se, mesmo quando em dificuldade no relacionamento pessoal, a fim de oferecerem segurança psicológica e física à progênie.
Essa tarefa desafiadora é de grande valia para o conjunto social, mas não tem sido exercida com a elevação que exige, em razão da imaturidade dos indivíduos que se buscam para os prazeres, nos quais há uma predominância marcante de egoísmo, com altas doses de insensatez, desamor e apatia de um pelo outro ser com quem vive, quando as ocorrências não lhes parecem agradáveis ou interessantes.
Os divórcios e as separações, legais ou não, enxameiam, multiplicam-se em altas estatísticas de indiferença pela família, produzindo as tristes gerações dos órfãos de pais vivos e desinteressados, agravando a economia moral da sociedade, que lhes sofre o dano do desequilíbrio crescente.
O adolescente, em um lar desajustado, naturalmente experimenta as consequências nefastas dos fenômenos de agressividade e luta que ali têm lugar, escondendo as próprias emoções ou dando-lhes largas nos vícios, a fim de sobreviver, carregado de amargura e asfixiado pelo desamor.
Apesar dessa situação, cabe ao adolescente em formação da personalidade, compreender a conjuntura na qual se encontra localizado, aceitando o desafio e compadecendo-se dos genitores e demais familiares envolvidos na luta infeliz, como sendo seres enfermos, que estão longe da cura ou se negam a terapia da transformação moral.
É, sem dúvida, o mais pesado desafio que enfrenta o jovem, pagar esse elevado ônus, que é entender aqueles que deveriam fazê-lo, ajudar aqueles que, mais velhos e, portanto, mais experientes, tinham por tarefa compreendê-lo e orientá-lo.
O lar é o grande formador do caráter do educando. Muitas vezes, no entanto, lares infelizes, nos quais as pugnas por nonadas se fazem cruentas e constantes, não chegam a perturbar adolescentes equilibrados, porque são Espíritos saudáveis e ali se encontram para resgatar, mas também para educar os pais, servir de exemplo para os irmãos e demais familiares. Não seja, pois, de estranhar, os exemplos históricos de homens e mulheres notáveis que nasceram em lares modestos, em meios agressivos; em famílias degeneradas, e superaram os limites, as dificuldades impostas, conseguindo atingir as metas para as quais reencarnaram.
Quando o espírito de dignidade humana viger nos adultos, que se facultarão amadurecer emocionalmente antes de assumirem os compromissos da progenitura, haverá uma mudança radical nas paisagens da família, iniciando-se a época da verdadeira fraternidade.
Quando o sexo for exercido com responsabilidade e não agressivamente; quando os indivíduos compreenderem que o prazer cobra um preço, e este, na união sexual, mesmo com os cuidados dos preservativos, é a fecundação, haverá uma mudança real no comportamento geral, abrindo espaço para a adolescência bem orientada na família em equilíbrio.
Seja, porém, qual for o lar no qual se encontre o adolescente, terá ele campo para a compreensão da fragilidade dos pais e dos irmãos, para avaliação dos seus méritos. Se não for compreendido ou amado, esforce-se para amar e compreender, tendo em vista que é devedor aos genitores, que poderiam haver interrompido a gravidez, e, no entanto, não o fizeram.
Assim, o adolescente tem, para com a família, uma dívida de carinho, mesmo quando essa não se dê conta do imenso débito que tem para com o jovem em formação. Nesse tentame, o de compreender e desculpar, orando, o adolescente contará com o auxílio divino que nunca falta e a proteção dos seus
Guias Espirituais, que são responsáveis pela sua nova experiência reencarnatória.
















ADOLESCÊNCIA E VIDA
DIVALDO PEREIRA FRANCO

DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

RESPONSABILIDADE



O que é ser responsável ?

Segundo o dicionário da língua portuguesa, esta palavra tem como significado: "situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente."
Mas para nós o que significa responsabilidade? Podemos refletir juntos sobre esse termo utilizado freqüentemente dentro de nosso vocabulário, porém pouco compreendido e praticado.
Na infância aprendemos que as pessoas precisam ser responsáveis, mas será que internalizamos com adequação seu significado? Durante toda nossa vida cobramos responsabilidades de todos que nos cercam, mas será que somos responsáveis com eles também? Esses questionamentos são para refletirmos sobre nossa conduta e postura quanto ao nosso posicionamento no mundo e para sentirmos o que realmente buscamos com tantas cobranças e tão poucas respostas, atitudes e desprendimentos.
A responsabilidade deve estar vinculada com a valorização, pois quando valorizamos as nossas conquistas, nossos pertences, nossa vida, estamos neste momento sendo responsáveis.
Existe trabalho sem responsabilidade?
É evidente que não, mas para algumas pessoas trabalhar significa desprazer e desconforto e por isso cumprem suas atividades por obrigação e não com responsabilidade.
No livro Sinal Verde, Chico Xavier nos disse: " Quando o trabalhador converte em alegria, o trabalho se transforma em alegria do trabalhador."
Com isso podemos compreender que quanto mais responsabilidade temos no exercício de nossos compromissos, teremos maiores possibilidades de nos sentirmos úteis, desfrutando do prazer que é o de produzir.
No entanto, se muitas vezes não conseguimos ser responsáveis com nosso próprio trabalho, pois dele dependemos à nossa sobrevivência, será que somos responsáveis com nossos familiares e amigos?
E com a doutrina que seguimos, será que estamos sendo responsáveis com a casa, com os Mentores e com Deus?
Vejamos agora se estamos realmente valorizando nossas conquistas, que vieram trazidas de entidades distintas que estão cumprindo com suas funções de responsabilidade e de amor.
Muitos são aqueles que pedem, muitos são aqueles que conquistam seus objetivos, porém, poucos são aqueles que valorizam.
Devemos refletir sobre essa busca incansável à uma vida melhor, pois parte dela depende de nós. Nós somos responsáveis pela nossa vida, por isso não demos culpar a casa, os mentores e até mesmo a Deus por não conseguir alcançar os objetivos. Nada conquistaremos na vida se não estivermos sendo merecedores.
De agora em diante vamos lutar e batalhar pelos nossos espaços, pela nossa saúde, pela nossa família, pelo nosso trabalho e pela nossa casa que tanto nos dá sem pedir nada em troca.
A responsabilidade estará vinculada ao valor que possamos dar a tudo que nos cerca.

O amor ao próximo e as suas conquistas, o fará merecedor de novas conquistas.










 (Humberto de Campos - Chico Xavier)

domingo, 15 de dezembro de 2013

RECESSO NOS TRABALHOS




O recesso dos trabalhos ritualísticos, não deve ser visto apenas pelo aspecto de descanso ou férias para os médiuns que atuam na Umbanda. Como tudo na vida segue um determinado ciclo, a ritualística de Umbanda, não é diferente.
Dentro dos fundamentos da Umbanda, os trabalhos realizados pelas Entidades seguem toda uma magia fundamentada em princípios das Leis da Natureza. Basta observarmos como é salientado pelas Entidades  em determinadas “mirongas” fases da lua, a correspondência de “noite e dia”, horários, etc. Tudo isso tem haver com o plano astral que rege o planeta em que habitamos.

Todo esse cuidado que têm as Entidades, deve também ser por nós observado para que suas orientações e/ou suas “mirongas” surtam os efeitos desejados. Em razão disso, é que num alcance maior, temos a abertura e o encerramento dos trabalhos ritualísticos no Templo, de acordo com os ciclos do Universo.

Portanto, o encerramento dos trabalhos no final do ano, representa o fechamento de um ciclo, ou seja, uma etapa, onde médiuns, e até mesmo as Entidades, irão renovar suas energias para o inicio de um novo período.

Durante o período em que estão sendo realizados trabalhos ritualísticos, toda uma energia esta concentrada para a realização dos feitos mágicos. No decorrer com a manipulação de energias muito densas, essas vão deixando resíduos nos médiuns e nos pontos de imantação do Templo, tornando necessária uma limpeza fluídica em ambos. Isso ocorre por ocasião do fechamento do ciclo de trabalhos, através de trabalhos especiais e com o fechamento dos portais do Templo à realização de trabalhos para que ocorra uma limpeza fluídica desses pontos de imantação.

Assim, o período de recesso dos trabalhos deve ser reservado à renovação de  nossas energias, mental/física e espiritual, sem  esquecermos do compromisso que temos para com as Entidades e o Templo. 

Nesse período destinado a renovação de energias, não devemos esquecer das Entidades e nem de que somos médiuns. Cabe-nos zelar pelo nosso mediunismo, para que não venhamos a regredir no mesmo e nem tampouco na caminhada espiritual.





        (Ivan Crocetti)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A CARIDADE MATERIAL E A CARIDADE MORAL


"Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles." Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava.
Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso.
Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!...
Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos!
Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.
A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de ou trem é caridade moral.
Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxilio.
Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai.
Irmã Rosália. (Paris, 1860.)











Trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo
Codificado por Allan Kardec

Editora F.E.B.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE PARA A SAÚDE



Via de regra todos os operadores de saúde foram moldados pelo paradigma científico da modernidade que operou uma separação drástica entre corpo e mente e entre ser humano e natureza. Criou as muitas especialidades que tantos benefícios trouxeram para o diagnóstico das enfermidades e  também para as formas de cura.

Reconhecido este mérito,  não se pode esquecer que se perdeu a visão de totalidade: o ser humano inserido no todo maior da sociedade, da natureza e das energias cósmicas e a doença como uma fratura nesta totalidade e a cura como uma reintegração nela.

Há uma instância em nós que responde pelo cultivo desta totalidade, que zela pelo  Eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é o cultivo daquilo que é próprio do espírito que é sua capacidade de projetar visões unificadoras, de relacionar tudo com tudo, de ligar e religar todas as coisas entre si e com a Fonte Originária de todo ser.

Se espírito é relação e vida, seu oposto não é matéria e corpo mas a morte como ausência de relação. Nesta acepção, espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a  expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a  novos conhecimentos.

Neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Verificaram empiricamente que sempre que se captam os contextos mais globais ou ocorre uma experiência significativa de totalidade ou também quando que se abordam de forma existencial (não como objeto de estudo) realidades últimas, carregadas de sentido e que produzem atitudes  de veneração, de devoção e de respeito, se verifica uma aceleração das vibrações em hertz dos neurônios aí localizados. Chamaram a este fenômeno de “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”(Zohar, QS: Inteligência espiritual, 2004). Trata-se de uma espécie de órgão interior pelo qual se capta a presença do Inefável dentro da realidade.

Este fato constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Realidade Frontal  sustentando todas as coisas. Dá-se conta de que  pode, surpreendentemente, entabular um diálogo e buscar uma comunhão íntima com ela. Tal possibilidade o dignifica, pois o espiritualiza e o leva a graus mais altos de percepção do Elo que liga e religa todas as coisas. Sente-se inserido no Todo.

Este “ponto Deus” se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto Deus”, tirar as cinzas  que uma cultura demasiadamente racionalista e materialista o cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore na vida das pessoas.

No termo, espiritualidade não é pensar Deus mas sentir Deus mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração.  Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentidos de existir.

Que importância emprestamos  a esta dimensão espiritual no cuidado da saúde e da doença? A espiritualidade possui uma força curativa própria. Não se trata de forma nenhuma de algo mágico e esotérico. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válidas como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras  dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão, de misericórdia e de indignação face às injustiças deste mundo como o faz exemplarmente o Papa Francisco.

Além  de reconhecer todo o valor das terapias conhecidas existe ainda um supplément d’ame como diriam os franceses. Ela quer sinalizar  um complemento daquilo que já existe mas que o reforça e enriquece com fatores  oriundos de outra fonte de cura. O modelo estabelecido de medicina não detém, por certo, o monopólio do diagnóstico e da  cura. É aqui que encontra o seu lugar a espiritualidade.

A espiritualidade reforça na pessoa, em primeiro lugar, a confiança nas energias regenerativas da vida, na competência do médico/a e no cuidado diligente ou do enfermeiro/a. Sabemos pela psicologia do profundo e da transpessoal, do valor terapêutico da confiança na condução normal da vida. Confiar significa fundamentalmente afirmar: a vida tem sentido, ela vale a pena, ela detém uma energia interna que a auto alimenta, ela é preciosa. Essa confiança pertence a uma visão espiritual do mundo.

Pertence à espiritualidade, a convicção de que a realidade que captamos é maior do que as análises nos dizem. Podemos ter acesso a ela pelos sentidos interiores, pela intuição e pelos secretos caminhos da razão cordial. Percebe-se que há uma ordem subjacente à ordem sensível, como o sustentava sempre o grande físico quântico, prêmio Nobel, David Bohm, aluno predileto de Einstein.

Esta ordem subjacente responde pelas ordens visíveis e ela sempre pode nos trazer surpresas. Não raro, os próprios médicos/as se surpreendem, com a rapidez com que alguém se recupera ou mesmo como situações, normalmente, dadas como irreversíveis, regridem e acabam levando à  cura. No fundo é crer que o invisível e o imponderável é parte do visível e do previsível.

Pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida não termina na morte, mas se transfigura através dela. Nossos sonhos de voltar à vida normal deslancham energias positivas que contribuem na regeneração da vida enferma.

Força maior, entretanto, é a fé de sentir-se na palma da  mão de Deus. Entregar-se, confiadamente, à sua vontade, desejar ardentemente  a cura mas também acolher serenamente sua vontade de chamar-nos  para si: eis a presença da energia espiritual. Não morremos, Deus vem nos buscar e nos levar para onde pertencemos desde sempre, para a sua Casa e para o seu convívio. Tais convicções espirituais funcionam como fontes de água viva, geradoras de cura e de potência de vida. É o fruto da espiritualidade.














Leonardo Boff escreveu com Jean-Yves Leloup e outros, Espírito e Saúde, Vozes 2007.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CRISES



Meu filho está confuso?
É preciso coragem para modificar, para decidir e ousar. A vida, meu filho, só permite a vitória daqueles que ousam. que decidem, que realizam.
Quando a crise visita os meus filhos, é que já é hora de modificar alguma coisa.
A crise é sentimental?
É preciso modificar a visão a respeito de si e do outro e promover as mudanças. O amor só sobrevive se for alimentado, adubado e regado com carinho, doçura, pequenos gestos; enfim, uma série de coisas aparentemente pequenas, muito importantes para manter a vida sentimental.
A crise é econômica?
Que tal modificar a forma de gerenciar sua vida, seus negócios e suas próprias aspirações?
A crise, quando se apresenta na área social, é um convite à reavaliação de suas posturas, de sua forma de ver a vida e de seu envolvimento com o mundo e a sociedade. É preciso que as pessoas se sintam apaixonadas. Sem envolvimento. Sem se apaixonar por uma ideia, uma pessoa ou um ideal, a vida parece perder o sabor.
Qualquer crise, meu filho, é uma forma mais direta que a vida encontra de nos dizer que temos de modificar algo ou nós mesmos. Isso não é fácil, eu sei!
Mas é possível realizar, os desafios existem para estimular a gente a crescer e encontrar uma saída mais simples, ou para nos empurrar rumo a uma solução que está muitas vezes ao nosso lado o tempo todo. É que a gente se acostuma fácil com a boa vida e se acomoda.
“Deus ajuda a quem cedo madruga” — esse aforismo popular é um reflexo da mais pura realidade. É preciso começar cedo a se organizar e procurar soluções.
Quando falo em organização, meus filhos acham que é algo difícil de realizar. Mas afirmo que as coisas só são difíceis enquanto você achar que é difícil.
Quando os meus filhos decidirem que é preciso, que é possível, e assim aliarem sua vontade de realização ao conhecimento de sua necessidade, aí será fácil.
Reclamar, chorar e adiar decisões não resolve problema algum.
Aliás, meu filho, tem algumas coisinhas que você poderá fazer em benefício próprio. Não adie aquilo que você tem de fazer. Adiar é uma forma de sabotar a si próprio.
Não procure culpados ou culpas, vá atrás de soluções e assuma sua responsabilidade. Aprenda a se organizar e agir.
Meus filhos estão acostumados a reagir e, então, não conquistam a vitória.
Choram e lamentam, mas ainda isso é uma reação. Seja uma pessoa ativa. Em vez de reagir, aja. Uma ação é muito mais inteligente do que uma reação.
É preciso ter coragem para mudar. As crises são o grito da vida nos chamando à modificação.
Vovó vem descendo a ladeira carregando o seu ramo de guiné. Ela foi parteira das negras da senzala, mas também das sinhás, filhas de fé.













ROBISON PINHEIRO
SABEDORIA DE PRETO VELHO

PAI JOÃO DE ARUANDA