É problema de cada dia ver
alguém que pede orientação para sua vida, porque não sabe resolver seus
problemas.
Está procurando o caminho
melhor, cheio de boa vontade, também de fazer sacrifícios desde que o caminho
seja o melhor. Nesta angústia ele vai pedindo orientação para saber como
proceder. Mas é difícil encontrar um conselheiro iluminado, paciente e
desinteressado. Não basta a boa vontade. Se o conselheiro não está orientando
para si mesmo, como pode orientar os outros? Às vezes, pede-se luz a um cego
que acredita possuí-la. Assim acontece que um cego vai guiando outro cego. Mas,
pode também acontecer que neste mundo de lobos, os astutos logo procurem tirar
proveito da fraqueza do próximo, para fazer dele um filiado às próprias
teorias, filosofia, religião, grupo que seja. Atrás de muitos luminosos está
sempre pronta a vigorar a luta pela vida e pelo triunfo do mais forte para
esmagar o mais fraco. E aquele que, de qualquer maneira, pede opinião, prova
ser o mais fraco. O que podemos dizer a este homem?
Procuramos dizer a ele uma
palavra de sinceridade e honestidade. Do ponto de vista terreno, olhando só o que
é deste mundo cheio de enganos, a coisa melhor para quem pede orientação é não
deixar ninguém perceber que ele precisa de conselhos. Apoiar-se nos outros,
esperar que estejam prontos e ao nosso dispor para ajudar-nos, e que o saibam
fazer, é em geral uma agradável ilusão. E é melhor uma verdade dura, nua e
crua, mas verdade, que qualquer, embora maravilhosa, ilusão. Devemos antes de
tudo, apoiarmo-nos sobre nós mesmos, porque, em geral, os outros são também
bastante carregados pelos seus problemas.
Devemos exigir de nós
mesmos o esforço de pensar para resolver e de agir para atuar. Há ajudas do Céu,
mas elas não descem de graça. Tudo o que recebemos do Alto é primeiramente
remédio. A Divina Providência existe e é uma grande verdade. Mas ela não
funciona para os preguiçosos. O caminho da conquista de qualquer coisa deve ser
cumprido com o nosso esforço.
Somente depois de termos
feito tudo isto, se tivermos a grande sorte de ter um amigo bom e iluminado, poderemos
pedir orientação. Mas, orientar é difícil. Para tanto, é preciso orientar-se a
si próprio, conhecendo a estrutura, o funcionamento da Lei de Deus que tudo
dirige: a vida, a história, todos os fenômenos e o destino de cada um. Dentro
desta orientação universal precisa o orientador estudar e conhecer o caso particular
da vida e do destino de cada um e, por intermédio da análise de seus instintos,
idéias inatas, movimentos do subconsciente, etc., chegar a reconstruir a causa
passada destes efeitos presentes, isto é, a sua história anterior à vida atual,
o seu passado no qual tudo isto foi semeado.
PIETRO UBALDI
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