Todo grupo mediúnico que trabalha com
responsabilidade, boa sintonia e disciplina, tem sua própria egrégora, ou seja,
o conjunto de energias que o identifica e caracteriza o seu trabalho e o seu
objetivo, e, ao mesmo tempo, mantém, sustenta, protege e fortalece os seus
trabalhadores.
Essa egrégora não se forma da noite para o dia e não
se mantém sem que seja constantemente alimentada pelos seus integrantes,
encarnados e desencarnados. Todos do grupo devem ter o compromisso de manter
constantemente o equilíbrio físico, emocional, espiritual e energético, dentro
e fora do trabalho mediúnico, a fim de sempre poderem contribuir positivamente
para a mesma.
Se a egrégora de um grupo é forte, coesa, equilibrada
e harmônica, este grupo dificilmente será desestabilizado por energias ou
entidades negativas. Ao contrário, se a
egrégora não existe e o grupo se caracteriza por uma atmosfera energética
instável e desarmônica, o grupo todo fica sujeito ao assédio de entidades desequilibradas,
podendo surgir desavenças, intrigas, disputas, desentendimentos, doenças, etc.
Na Umbanda, considerando que seus membros manipulam
energias muito densas, afastam de consulentes entidades trevosas, etc., a
questão da disciplina (em todos os aspectos), deve ser mais rígida, para que
seus trabalhos prossigam sob os auspícios da Espiritualidade Superior.
O que parece, às vezes, exagero do dirigente no
sentido de manutenção da disciplina e no fortalecimento de aspectos
evangelizadores e doutrinários constitui-se, na verdade, no grande pára raio ou
entrave à entrada de inimigos invisíveis que atuam com o intuito de provocar a
queda da Casa Umbandista.
Dentre os fatores que podem provocar a desmoralização
de um Grupo Espiritualista (orgulho, vaidade, ciúmes, ignorância, etc.), vamos
encontrar, também, a aceitação de ganho material ou retribuição pelo serviço
prestado.
No tocante a retribuição podemos nos deparar com
situações que, aparentemente, possam ser consideradas inofensivas, mas que se
não forem bem conduzidas, poderão acarretar aos membros de um grupo
espiritualista desvios de conduta relacionados à doutrina e aos ensinamentos do
evangelho do Cristo.
Em grupos espiritualistas é comum se observa pessoas que frequentam a assistência,
manifestarem desejo de oferecer retribuições a alguns de seus membros ou a
todos, por se sentirem gratificadas pelos benefícios recebidos.
Chegam com suas ofertas e fazem questão de
que a mesma seja recebida, argumentando que estão fazendo aquilo com todo amor
e carinho, como forma de agradecer a dedicação e a atenção recebida por parte
das pessoas que o integram.
Tal atitude, demonstra
tratarem-se de pessoas bondosas e de enorme sentimento de gratidão, que sabem
valorizar o trabalho fraterno que a Espiritualidade realiza utilizando-se do
corpo mediúnico do Templo Umbandista.
Por mais que a pessoa
ofertante esteja com a melhor das intenções, todo aquele que integra uma
instituição espiritualista tem o dever de agir de acordo com os ensinamentos do
Cristo, ou seja, “dar de graça o que de graça recebe”, não aceitando qualquer
ganho material ou retribuição a título de qualquer intenção que seja.
Assim, para que se
mantenha uma egrégora fortalecida, os membros de um grupo umbandista, na
condição de simples tarefeiros da espiritualidade, devem ser constantemente
doutrinados, dentro do que nos ensina a doutrina espírita, de forma que se
mantenham sempre alerta em relação aos princípios morais relacionados à tarefa
mediúnica.
“Médiuns interesseiros não são
apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se
traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda
sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos de
que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se
aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando
com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a
dependência. Em resumo, a mediunidade é
uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem
pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja, que não
corresponda às vistas da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os bons
Espíritos a combatem; a ninguém, portanto, assiste o direito de supor que eles
o venham servir. Isto é tão racional, que inútil fora insistir mais sobre este
ponto. (Questão 306 - Livro dos Médiuns - Allan Kardec)
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