Porque a porta que dá
acesso à assistência é fechada?
Isto é feito para que se
feche o circulo vibracional que envolve as dependências do Templo de forma a
oferecer maior segurança e tranqüilidade para o desenvolvimento dos trabalhos.
As pessoas da assistência
representam uma segunda corrente e passam a ser envolvidas por forças
espirituais presentes no ambiente as quais transmitem benefícios as pessoas.
Se a porta estiver aberta
– e se houver o entra e sai das pessoas -
essa força espiritual não poderá atuar adequadamente e as pessoas não
receberão os benefícios que vieram buscar.
De nada adiante uma pessoa
chegar ao Templo na hora de ser atendida por alguma Entidade e em seguida
retirar-se, como se fosse a uma consulta médica por exemplo. Há necessidade de
concentração, exercício da fé e envolvimento com a ritualística e,
principalmente, humildade.
As pessoas precisam
urgentemente mudar seus maus hábitos e más atitudes, fazendo a reforma íntima.
Caso não o façam, os benefícios recebidos tem efeito pequeno e de curta
duração.
Um Templo deve ser um
local de oração e recolhimento. Não deve ser encarado como um local em que se
vai simplesmente buscar um benefício com hora marcada.
Toda Casa de Umbanda que é
séria e faz a caridade gratuita e desinteressada é um grande hospital das
almas, tendo o apoio de falanges espirituais do Astral Superior. Essas giras de
caridade são grandes pronto socorros espirituais, onde não se escolhe o tipo de
atendimento, estabelecendo enormes demandas no Além. Os consulentes que
procuram os pretos-velhos e caboclos para a palavra amiga e o passe avançam
trazendo os mais diversos tipos de problemas: doenças, dores, sofrimentos,
obsessões, desesperos, etc. Processa-se a caridade sem alarde, pura, assim como
o Cristo-Jesus procedia, atendendo a todos que o procuravam.
É indispensável um
ambiente harmonioso e de energias positivas no grupo de médiuns que formarão a
corrente vibratória. Para se conseguir as vibrações elevadas, são cantados
pontos, que são verdadeiros mantras, faz-se a defumação com ervas de limpeza
físico-etérea e espargem essências aromáticas que auxiliam a elevar as
vibrações.
No Plano Astral,
estabelece-se um campo vibratório de proteção espiritual. A vários quarteirões
em volta do local da gira ou templo, os guardiões exus com suas armas astrais
fazem a segurança energética do local. Bandos de desocupados e malfeitores
tentam passar por esse cordão de isolamento, mas são repelidos com espécie de
choque por uma imperceptível malha magnética. Outros espíritos que acompanham
os consulentes não são barrados e, ao adentrar a casa, são colocados em local
apropriado de espera e várias entidades auxiliares lhes prestam socorro e
preparação inicial. Por isso os consulentes sentem muita paz quando entram na
casa e aguardam seu momento de consulta.
No ato da consulta, o Guia
ou Protetor está trabalhando junto ao aparelho e dirige os trabalhos, tendo
vários auxiliares invisíveis que ainda não “incorporam”. Havendo necessidade, é
dada passagem para as entidades obsessoras ou sofredoras que estão acompanhando
os consulentes. Manipulam com grande destreza o ectoplasma do médium, que é
“macerado” com princípios ativos eterizados de ervas e plantas, fitoterápicos
astralizados usados para a cura. Os Espíritos da Natureza trabalham ativamente
buscando esses medicamentos naturais nos sítios vibratórios que lhes são afins,
bem como buscam, para a manipulação perfeita do caboclo ou preto-velho, as
energias ou elementais do fogo, ar, terra e água, e que sempre estão em
semelhança vibratória com os consulentes, refazendo as carências energéticas
localizadas.
Os chefes de falange
“anotam” todos os serviços que serão realizados durante e após a gira, pois as
remoções e socorros continuam ininterruptamente, sendo o dia de caridade
pública aos encarnados o cume da grande montanha que se chama caridade.
Um dos maiores educadores
da humanidade e mestre de Allan Kardec
Pestalozzi passou a ser
conhecido, devido ao conjunto de sua obra, como "O Educador da
Humanidade".
A Formação: Johann
Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurich, Suíça, no ano de 1746. Órfão de pai aos 4
anos, passou por grandes dificuldades, juntamente com a mãe e três irmãos, fato
este que ajudou a consolidar sua personalidade predominantemente humanista, tornando-o
um homem sensível e sonhador, sempre preocupado com o destino dos necessitados.
Ainda estudante, já
demonstrava interesse pela causa dos desamparados, participando sempre de
movimentos de reforma política e social. Em 1774, na esteira de seu pioneirismo,
fundou um orfanato, onde tinha a intenção de ensinar técnica de agricultura e
comércio, tentativa que fracassou alguns anos depois. Resolveu, então,
transformar o projeto agrícola fracassado em um Instituto Filantrópico para
crianças abandonadas, no que também não teve sucesso. Porém, nunca desistiu de
seus objetivos.
Durante a Invasão
Napoleônica, em 1798, quando a cidade de Stans foi invadida e seus habitantes
massacrados pelas tropas, Pestalozzi reuniu as crianças desamparadas e passou a
cuidar delas em meio às mais precárias condições. Claramente influenciado pelas
idéias de Jean Jacques-Rousseau, acreditava na educação como um desenvolvimento
total do indivíduo, num conjunto moral, intelectual e físico, cuja
potencialidade se encontra na criança, que deve ser estimulada, principalmente
no lar em que vive: "A escola deve ser a continuação do lar. É no lar que
se encontra o fundamento de toda cultura verdadeiramente humana e social"
– concluía o educador.
Pestalozzi acreditava que
o indivíduo, desde criança, possui todos os meios necessários para a
socialização plena e que o papel do educador é justamente promover o
desenvolvimento desses valores já existentes em cada indivíduo, sempre
ressaltando a importância da família na formação da personalidade. Para ele, a
mãe é a figura central do desenvolvimento educacional. E ele entendia que o
conhecimento não é propriamente adquirido, mas sim desenvolvido, pois cada ser
humano já nasce com a tendência espontânea da natureza de seu próprio desenvolvimento.
Somente precisa do estímulo do educador, sempre subordinado à educação moral e
espiritual.
Em 1805, Pestalozzi fundou
o famoso Internato de Yverdon, cujas atividades principais eram desenho,
escrita, canto, educação física, modelagem, cartografia e excursões ao ar
livre. Durante os 20 anos de funcionamento, a escola foi freqüentada por
estudantes de vários países europeus. Tal Instituto, devido à sua popularidade,
ganhou renome internacional.
O espiritismo trouxe
grandes influências das idéias de Pestalozzi, principalmente no que diz
respeito à importância do lar como base para a educação espiritual e para a
formação da personalidade do indivíduo. A didática de Pestalozzi preceitua que
a melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do
sentimento e do caráter e que a universidade pode fazer o cidadão, mas somente
o lar pode edificar o homem.
Em 1825, devido a disputas
internas, foi obrigado a encerrar suas atividades no Instituto de Yverdon, o
que lhe causou enorme tristeza.
Dotado de vasta cultura,
em 1781, publicou um romance em quatro volumes, intitulado "Leonardo e
Gertrude", muito divulgado, onde expunha suas idéias de reforma social e
política. O livro conta a história de Gertrudes, uma mulher generosa, dotada de
bondade e inteligência infinitas. Sua dedicação aos filhos era tamanha que,
além de tirar seu marido Leonardo do vício da embriaguez, conseguiu influenciar
os habitantes da aldeia onde morava: fez com que todos aplicassem seus métodos
em benefício da população, alcançando o bem estar social tão almejado por
Pestalozzi, que acreditava plenamente possível realizar na prática, o conteúdo
de sua obra.
Johann Heinrich Pestalozzi
casou-se com Ana Schultz, companheira amiga e fiel, que lhe deu o filho Jacob,
falecido ainda jovem. Jacob, porém, deixou-lhe o neto Gottlieb, que permaneceu
ao lado do avô até os últimos dias deste, quando, acometido de grave doença,
veio a desencarnar em 17 de fevereiro de 1827.
Estudar, Ler e Aprender...
Edificações Primárias para uma boa Espiritualização!
Como devemos agir diante
dos que se afastam das tarefas?
O quadro de nossas responsabilidades diante da mensagem cristã do “ Amai-vos uns aos outros” é tão vasto; os serviços ainda
incompletos e as tarefas por realizar em nome do amor ao próximo se desdobram
com tanta intensidade que, sinceramente, cabe-nos a solução de aproveitar o
tempo disponível às nossas limitadas possibilidades, trabalhando e servindo sem
cessar em nome do Bem geral.
Não podemos nos dar ao luxo de correr atrás
aqueles que abandonam o serviço espiritual, a pretexto de lhes oferecer
explicações e homenagens.
Isto por que nossas obrigações aí estão, exigindo-nos
tempo e dedicação, e não podemos perder tempo.
Se fulano ou sicrano considerou
por bem abandonar as próprias obrigações espirituais, por este ou aquele
melindre, que podemos nós fazer?
Entreguemo-lo, pela
oração, à Benção Misericordiosa de Deus, o Pai Amado de todos nós, e, por nossa
vez, perseveremos no trabalho do Bem até o fim.
O médium de verdade deve
ter em mente que na Aruanda todos são iguais e se existe diferença de grau de
uma entidade para outra, é porque as que têm função de chefia são as que mais
trabalham e que menos falam ... Isso significa que nenhum médium de Umbanda de
verdade deve sequer pensar que sua Entidade é melhor que a de seu irmão, ou que
seu “Caboclo” é mais forte, que seu “Companheiro(a)” é o mais bravo, o mais
valente, etc... No astral cada um tem
sua função e cada um é responsável por ela, tendo de responder por seus erros e
acertos. As Entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem pouco e
trabalhem muito pelo próximo.
Não existe necessidade de
“chamar” seu Guia ou Protetor a toda hora e em qualquer lugar, principalmente
evite ficar comentando sobre mediunidade em bares ou na rua. As coisas do
espiritual devem ser discutidas na paz e na tranqüilidade e nunca na balbúrdia
ou entre pessoas que destoam completamente do assunto.
Nunca fale mentiras ou
cometa erros em nome de seus Mentores. Isto quer dizer que nenhuma Entidade de
Umbanda acoberta isto ou aquilo de seus médiuns.
Procure não incorporar em
outros locais que não o terreiro. Não é em todo lugar que nossos Mentores
baixam, pois nem todo lugar é sagrado. Existem locais pesadíssimos, sem a
mínima condição vibratória de atuação.
Nunca desobedeça as ordens
de sua Entidade e mais importante: nunca queira fazer o que você acha que ela
faria. Espere sua orientação. Por exemplo: não ponha no pescoço um monte de
guias achando que seu mentor parecerá mais forte aos olhos do consulente ou dos
outros irmãos. A verdadeira força está em ser humilde, honesto. Tenha certeza
que você sentirá seu Mentor com mais intensidade agindo assim.
Se uma pessoa tem que
trabalhar e se a mesma não entrar para o Centro, ela pode receber algum guia na
rua, no trabalho ou em qualquer lugar?
Não! Um guia, protetor ou
entidade de luz não irá jamais expor uma pessoa ao ridículo ou a situações
constrangedoras incorporando em lugares públicos.
O fato é que a pessoa
sendo médium e não desenvolvendo a mediunidade não faz com que deixe de ser
médium.
O que ocorre é que a sua
mediunidade ficará “embrutecida” e desamparada expondo-a a ação de espíritos
trevosos, que, esses sim, podem se manifestar em lugares públicos expondo a
pessoa a situações embaraçosas.
Importante ressaltar é que
ser médium é uma oportunidade que recebemos de Zambi (Deus) para expurgar parte
de nosso karma. Negar ou fugir disso não ajuda em nada. O importante é aprender
a lidar com isso. E a melhor maneira é desenvolvendo.
A religião ou a Umbanda
deve entrar em nossas vidas para nosso crescimento enquanto pessoas. Nunca deve
ser imposta.
Não concordo com fórmulas
impostas, entretanto sabemos que existem pessoas e pessoas.
Cada um com seu karma,
merecimento, missão e vontade.
É claro que todo ato nosso
tem conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas.
É óbvio também que se
acreditamos que antes de encarnar assumimos alguns compromissos com o objetivo
de resgatarmos o nosso karma, e nesses compromissos assumidos estão envolvidas
entidades de Umbanda que nos auxiliarão nesse processo, ao nos recusarmos a
trabalhar num terreiro de Umbanda, ao nos recusarmos a ouvir os convites feitos
pelas nossas entidades para obrarmos o bem, estaremos nos expondo a não
cumprirmos com o prometido.
É claro que existem outras
formas de fazermos caridade.
É bem verdade que com o
concurso de um terreiro, de uma corrente essa tarefa fica facilitada, já que
era isso que estava “combinado”.
Fazer parte de uma
corrente facilita a nossa comunhão com Deus e com os espíritos do bem, mas não
adiantará de nada o médium estar dentro de uma corrente contrariado.
Como dissemos
anteriormente, nossos atos geram conseqüências, resta saber se estamos
dispostos a arcar com elas.
Ser umbandista deve ser
uma opção e não uma imposição.
Em todas as épocas o homem
tem acreditado, por intuição, que a vida futura deveria ser feliz ou infeliz,
em razão do bem ou do mal que se fez aqui em baixo. Crendo que a Terra é o
centro do universo, os Antigos tinham colocado o Paraíso no Céu e o Inferno sob
a terra. Esta ideia, que predominou durante séculos, tornou-se obsoleta quando
a ciência se pôs a observar as profundezas do espaço e da Terra. Diante desses
novos conhecimentos, as crenças tiveram que se modificar: o céu e o inferno
foram deslocados. Onde estão? Diante desta questão, as religiões permanecem
mudas.
O Espiritismo veio
esclarecer esta questão nos ensinando que não existem lugares circunscritos
para as almas.
Os Espíritos são criados
simples e ignorantes, mas com a aptidão de tudo adquirir e de progredir, em
virtude de seu livre arbítrio. Pelo progresso, eles adquirem novos
conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, por conseguinte, novos
gozos desconhecidos dos Espíritos inferiores; eles vêem, entendem, sentem e
compreendem o que os Espíritos atrasados não podem ver, nem entender, nem
sentir, nem compreender.
A felicidade está na razão do progresso realizado; de
sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto o outro
unicamente porque não é tão avançado intelectual e moralmente, sem que tenham
necessidade de estar em lugares distintos. Ainda que estejam ao lado um do
outro, um pode estar nas trevas, enquanto que tudo resplandece ao redor do
outro, absolutamente como um cego e um vidente de mãos dadas; um percebe a luz,
que não causa nenhuma impressão sobre seu vizinho. A felicidade dos Espíritos,
sendo inerente às qualidades que possuem, são por eles absorvida em toda parte
onde a encontram, na superfície da Terra, no meio dos encarnados ou no espaço.
Uma comparação vulgar
permitirá compreender ainda melhor esta situação. Se, em um concerto se
encontrarem dois homens, um bom músico, de ouvido exercitado, o outro sem
conhecimento de música e com sentido da audição pouco desenvolvido, o primeiro
experimentará uma sensação de felicidade, enquanto que o segundo ficará
insensível, porque um compreende e percebe o que não causa nenhuma impressão
sobre o outro.
Assim são todos os gozos dos Espíritos, que estão na razão da
sua aptidão em senti-los. O mundo espiritual tem esplendores por toda parte,
harmonias e sensações que os Espíritos inferiores, ainda submetidos à
influência da matéria, sequer entre vêem, e que são acessíveis apenas aos
Espíritos depurados.
O espírito adiantado está
liberto de todas as necessidades corporais. A alimentação e o sono não têm para
ele nenhuma razão de ser. Ele deixa para sempre, ao sair da Terra, as vãs
inquietações, os sobressaltos e todas as quimeras que envenenam a existência
aqui em baixo. Os espíritos inferiores levam com eles, para o lado de lá do
túmulo, seus hábitos, suas necessidades e suas preocupações materiais. Não
podendo se elevar acima da atmosfera terrestre, eles voltam para compartilhar
da vida dos humanos, misturar-se em suas lutas, em seus trabalhos e em seus
prazeres. Suas paixões e seus apetites, sempre despertos, superexcitados pelo
contínuo contacto da humanidade, os sobrecarregam, e a impossibilidade de os
satisfazer torna-se para eles uma causa de torturas.
O espírito puro leva com
ele sua luz e sua felicidade; elas o seguem por toda parte; fazem parte
integrante de seu ser. Da mesma forma, o espírito culpado arrasta com ele sua
noite, seu castigo, seu opróbrio. Os sofrimentos das almas perversas não são
menos vivos por não serem materiais. O inferno não é senão um lugar quimérico,
um produto da imaginação, um espantalho, necessário talvez, para ser imposto às
pessoas infantis, mas que nada tem de real.
Vale a pena anotar:
* O paraíso e o inferno
não existem em lugares circunscritos: eles representam o estado de consciência
do Espírito segundo o bem ou o mal que realizou.
* Nenhuma pena é eterna. Não depende senão da
vontade do Espírito melhorar sua condição.
Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na
Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se
estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta
"linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e
o culto aos Orixás.
O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa
Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da
Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua
liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de
espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como
negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.
São trabalhadores da espiritualidade, com características
próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou
seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por
exemplo.
Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um
trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento
coletivo identificado pelo termo genérico "pretovelho".
Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho"
ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a
mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são
leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor
do "preto-velho" dentro das mesmas.
Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo
"preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de
um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito
seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de
idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já
na "terceira idade" (a melhor idade).
Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar
um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável
senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás
do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava
encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da
Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e
resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos"
o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que
no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de
escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se
auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para
que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de
evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa
fé.
O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo
em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de
ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta
condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como
Mestres no astral.
No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé
de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar
associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam
" com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e
como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito
para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo.
Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda
"ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o
bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos",
todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um
"preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro",
o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade
espiritual.
São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que
em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência
diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois
não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e
reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.
Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à
mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se
pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parecenos ouvir na língua Yorubá a
palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso:
"silêncio".
Nas culturas antigas o "velho" era sempre
respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos
este costume nas culturas indígenas e ciganas.
Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o
sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga
quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são
alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.
Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão
libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com
paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
Texto extraído do JUS (Jornal da Umbanda Sagrada), maio/2006
e escrito por Alexandre Cumino.
As vozes do além por vezes
sobressaltam o nosso entendimento das coisas e situações que nos cercam.
O aviso do alvorecer que
pode florescer nossa essência assusta, amedronta, por não sermos suscetíveis a
ela.
O amanhecer vindouro deve
sempre ser pautado naquilo que fizemos hoje, ora, mesmo porque um fruto passa
por todas as fases do crescimento que necessita para ser o que é.
Sinta, procure compreender
a imensidão da existência, nada é ao acaso ou por obra da coincidência, quem
pede com sabedoria receberá com justiça, quem dá com amor se sentirá livre
através das fronteiras das sensações salutares e benignas.
Não chore por
argumentações que não lhe satisfaçam o ego.
Não reclame a dor do
trabalho que lhe dá o pão do sustento renovador.
Não lamente a falta que
lhe cometeram, você talvez tenha cometido muitas, a quem não merecia.
Não procure justiça, sem
antes ser justo consigo mesmo.
Olhe, medite e sinta.
Quando reclamar de uma palavra amiga a lhe dar conforto e renovar suas energias,
ela está bem perto de você a lhe acobertar e orientar, é só gritar do fundo do
seu coração: Jesus, quero estar consigo. E uma voz amiga lhe responderá que
sempre esteve com você, ontem, hoje e no amanhã.
São os guardiões, são os
espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. São
trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que
emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem
profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez
e disciplina. Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não
ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas,
espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só
reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e
personalidade forte que se impõem. Essa é a atividade dos guardiões.
Sem eles, talvez, as
cidades estivessem à mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades
estivessem seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira
para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se
especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações. Muitos
do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se
manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.
Na Umbanda a caridade é
Lei Maior, e esses espíritos, com aspectos mais bizarros que se manifestam em
médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados
por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios,
que vagam sem rumo nos subplanos astrais e que são, muitas vezes, utilizados
por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos.
Além disso, encontram
médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e
passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo
"trabalhos", matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua
sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral.
São maltas de espíritos delinquentes, à semelhança daqueles homens que
atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo
que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente
terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio.
Os médiuns que se
sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a sua verdadeira situação.
Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se
dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças
e pequenos "trabalhos", que realizam em conluio com os quiumbas e que
lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros
de Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns
utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.
Os espíritos que chamamos
de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, que são
confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos, disciplinados e
confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor respeito, mas
são trabalhadores do BEM.
São eles os verdadeiros
Exus da Umbanda, conhecidos como guardiões, nos subplanos astrais ou umbral.
Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a polícia do mundo
astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que outros
espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal. Têm
experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos
em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do
mundo astral. NÃO EXIGEM NEM ACEITAM "TRABALHOS", DESPACHOS OU OUTRAS
COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo
ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam
os caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra. NADA TEM A VER COM A
UMBANDA!"
Pombas-Gira
É a chamada polícia
feminina do astral. Na umbanda, são conhecidas como pombajiras, ou bombonjiras
, como expressam melhor alguns umbandistas.
Formam uma falange de
amazonas do plano astral e trabalham em todo caso que envolve sentimentos e
emoções mal orientadas e desequilibradas, que é sua vocação. Quando o caso
exige um acompanhamento ligado ao emocional, nada melhor do que espíritos
especializados nessas questões, que, além disso, são portadores da garra e da
determinação que distinguem as guardiãs comprometidas com o bem do próximo.
Elas operam nas
encruzilhadas vibratórias, que não guardam relação com as chamadas esquinas das
ruas terrenas. São exímias conhecedoras dos problemas do coração, da
sensibilidade, e exercem seu trabalho com maestria quando se cruzam os
problemas da razão, da perda do bom senso, com aqueles gerados por emoções
descontroladas.
Ao contrário do que muitos
médiuns expressam, em seu animismo confundido com mediunismo, esses espíritos
não se comportam do modo como são retratados pela incompreensão. Para nosso
desapontamento, muitos sensitivos, que desonram o verdadeiro trabalho dessas
guardiãs, representam-nas, no momento da incorporação, utilizando palavrões,
atitudes grotescas e maldosas, desprezando a oportunidade ímpar de concorrer
para o equilíbrio do sentimento e das emoções, técnica que elas dominam como
ninguém no astral inferior.
Em suma, não podemos
prescindir de sua atuação, pois nas esferas do umbral elas desempenham
atividade fundamental no resgate dos espíritos comprometidos com o coração, a
emoção e a sexualidade.
É certo, que existem
espíritos na forma feminina que abusaram da sexualidade e, do lado de cá,
continuam com seus desequilíbrios, tanto quanto ocorre com espíritos na forma
masculina.
Muitos médiuns se
sintonizam com essas entidades, que várias vezes pretendem se mostrar, através
da incorporação ou da psicofonia, como sendo bombonjiras. São farsantes,
espíritos inferiores e desrespeitosos, que produzem mistificações as mais
diversas ao estabelecer sintonia com médiuns obtusos, comprometendo assim a
imagem e o trabalho sério das verdadeiras guardiãs.
O “casamento fluídico” de
uma entidade e espiritual protetora sobre o médium é um processo de base que,
geralmente, leva anos para se consolidar em ação ou função mediúnica, eficiente
...
É um fato ser um processo,
ou melhor, uma operação de base, porque, não somente vem de berço, isto é, vem
como uma condição nata conferida à criatura, bem como, na maior parte das
vezes, antes mesmo do espírito encarnar, quando ainda no plano astral aceitou
ou foi posto a par dessa condição mediúnica, como um acréscimo que seu
reajustamento kármico exige ou indica lhes ser de grande conveniência ...
Ora, é preciso que se
compreenda que, se apenas os simples laços da simpatia entre humanos dependem
de sutis vibrações afins ou de certos fatores de entrelaçamento
eletromagnéticos, portadores de profundas reminiscências ou de impressões
armazenadas n’alma, geralmente de passadas encarnações, como é que um
entrelaçamento fluídico mediúnico, que é coisa seríssima, poderia se processar
assim, de repente por dá cá aquela palha? ...
Não é um processo simples,
comum, isso de uma inteligência operante e independente --- no caso de um guia
e protetor, um desencarnado --- poder agir sobre as condições físicas,
sensoriais e psíquicas de outra inteligência operante encarnada, ou seja, um
médium ...
Isso tem forçosamente que
se processar através de uma constante manipulação energética entre as partes
--- protetor e médium --- por anos, e às vezes sem o sucesso planejado no plano
astral...
Essa manipulação,
invariavelmente (salvo situações especiais), começa desde quando o ser
desencarnado se prepara ou é preparado para a reencarnação ...
Técnicos do astral nesse
mister procedem às sutis adaptações das “cargas energéticas” especiais de
acréscimo nos centros vibratórios (chakras, centros anímicos, ou núcleos
vibratórios como são denominados na Umbanda), do ser que vai reencarnar com
esse Dom mediúnico, a par com a natureza vibratória da entidade protetora ou do
espírito que foi encarregado de ser o responsável direto pela dita manifestação
da mediunidade nessa criatura-médium...
Essa entidade ou esse
espírito protetor não é escolhido por acaso, geralmente tem ligação astral com
o futuro médium ou teve ligações consanguíneas de encarnações passadas, tudo
isso promovendo reajustamento kármico ou, ainda, por ser um seu mentor de
Agrupamento Iniciático, no caso do futuro médium não ser de mediunidade em
karma probatório e sim, de karma evolutivo ou missionário.
Portanto, pelo ato de
encarnar ou de ir ocupar um corpo físico, já por isso o espírito sofre uma
série de injunções próprias à nova natureza das coisas em que caiu...
Daí ele obscurece, esquece
tudo e então é que entra em cena o seu protetor ou responsável mediúnico, a fim
de proceder às competentes, imprescindíveis e restantes adaptações energéticas
sobre todo o sistema nervoso ou neurossensorial do médium, visto já terem sido
feitas as primeiras adaptações no seu corpo astral quando ainda desencarnado e
faltar as outras, sobre o dito corpo físico, para que possa acontecer (entre as
partes) o verdadeiro “casamento fluídico” ... levando-se em conta o
indiscutível fator de ser mesmo através desse corpo físico que a mediunidade
propriamente dita tem sequência para o exterior humano ou para comprovação e
utilidade das outras criaturas ...
Dia dos Pais e, é claro,
não poderíamos deixar passar essa data sem falar um pouquinho sobre a
paternidade os detalhes que a envolvem. Para isso quero compartilhar com vocês
um texto muito inspirador que fala sobre
o “Ser Pai” de uma maneira diferente daquela que as pessoas estão acostumadas a
ouvir próximo a esta data. Espero que
aproveitem!
“Vivemos numa época de
profundas transformações, quando os valores que regem a sociedade estão sendo
questionados. Nunca se buscou tanto o prazer e a satisfação doentia das paixões
e, ao mesmo tempo, nunca se sentiu tanta falta de orientação e amparo à família
para que possam preparar o homem para a modernidade, sem levá-lo à bancarrota
moral.
Sem dúvida, as mudanças
fazem parte do processo de evolução. Somente com a luz viva da verdade
espiritual, com o conhecimento da reencarnação, com o entendimento da
destinação evolutiva do homem, com a compreensão da lei de ação e reação, o ser
humano conseguirá captar a importância da busca pela riqueza espiritual,
cumprindo o mister de renovar a sociedade, renovar os homens.
A renovação das criaturas
se fará através da EDUCAÇÃO. A educação se inicia na infância, desde os
primeiros momentos do espírito encarnado e a responsabilidade de educar estas
almas que retornam compete aos PAIS. Se há grande importância em dirigir um
carro, dirigir uma empresa, maior ainda é a importância de dirigir um espírito
eterno em seus primeiros passos na presente encarnação. As situações meramente
humanas passam, mas a moral, o caráter, os sentimentos são elementos divinos
que caracterizam a alma, que na infância se encontra predisposta à chance de
reajustar-se e aprender novas lições.
Em Allan Kardec temos
magistral questão: Pode considerar-se como missão a paternidade? É, sem
contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever
e que envolve, mais do que o que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto
ao futuro.
O compromisso de sermos
pais ou mães foram assumidos na Pátria Espiritual e reafirmados por ocasião de
nosso casamento, na formação da nova família. A responsabilidade dos pais é
imensa na educação dos filhos. Não somente na preocupação de dar-lhes alimento,
vestuário, lazer, escola, conforto, mas principalmente na dedicação em
colocar-lhes no coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes
iluminarão os caminhos.
Novamente Kardec elucida:
Os espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela
educação. Constitui lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a
falir no seu desempenho. Deste modo, ninguém poderá subtrair dos genitores a
responsabilidade da tarefa. Isto não significa, em hipótese alguma, que os pais
devam transformar seus filhos em alguns anos de convivência. O que Jesus nos
pede é que sejamos sempre esforçados e dedicados a tão importante encargo, não
desanimando ante as dificuldades ou desprezando o lar pela busca obsessiva dos
fatores transitórios.
O Espírito não se
modificará profundamente de um momento para outro. Porém, todo bom exemplo,
toda boa palavra, toda corrigenda sincera, todo diálogo, toda energia, todo
carinho, toda disciplina e todo amor jamais se perderão, mesmo que tenham sido
encaminhados a um coração endurecido pelo mal, ainda carregando muitas
dificuldades.
Não haverá consciência
atormentada quando formos pais leais, devotados e sinceros, mesmo com a
tristeza de ver nossos filhos incursionando pelos caminhos do desequilíbrio e
da ilusão. O que causará grande tormenta em nossa consciência será a preguiça
no exercício de nosso papel paterno ou materno, o amor sem limites que cega, a
profunda má vontade de grande parte dos pais que acham já saberem tudo, não
enxergando suas falhas, e a falta de humildade em reconhecer-nos ainda
insipientes quanto aos conhecimentos acerca da educação. Não somos responsáveis
pelas imperfeições de nossos filhos, mas, sim, se adubamos essas tendências
infelizes ou se não as combatemos quanto podíamos.
O mais importante não é
darmos de virtudes paternais, e sim que nossos filhos, ao deixarem a vida
física, estejam mais enriquecidos espiritualmente e moralmente do que quando
chegaram a ela, mesmo que teimem em recalcitrar, resistindo teimosamente em
abandonar as próprias sombras.
Santo Agostinho
esclarece-nos: Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento
moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si
mesmos e podem conservar tranquila a consciência.
Para os pais espíritas o
grau de compromisso aumenta, tendo em vista o rico e inestimável material que
trazem em mãos, competindo a estes pais aproveitarem a fecundidade destes
recursos. Devemos desenvolver o caráter de nossos tutelados, ministrar-lhes as noções
religiosas imprescindíveis, oferecer-lhes o melhor esforço de exemplificação,
dar-lhes assistência material e moral constante, indicar-lhes um rumo certo a
seguir, orientar-lhes constante e carinhosamente, apoiá-los, protegê-los,
ajudá-los, ser-lhes amigos, amá-los, animá-los em seus ideais, incentivá-los em
suas virtudes, auxiliá-los a enfrentarem as influências perniciosas, a
invigilância, a ignorância.
O grande trabalho dos pais
não é esconder o filho dos problemas, e sim prepará-los, dando-lhes as armas
com as quais poderão triunfar sobre estes desafios. Podemos dizer que, antes de
conhecer o Espiritismo, educar era difícil; agora, com o Espiritismo, continua
e às vezes até aumenta a dificuldade. Só que estaremos tão mais bem preparados
que, a par da dificuldade, produzimos e acertamos mais.
Aos pais e dirigentes
espíritas envia-se o alerta: que em todos os agrupamentos espíritas nasçam
atividades voltadas para a preparação e apoio aos pais.
Que nós, pais espíritas,
sejamos os tradutores de Jesus junto a nossos filhos, iluminados pelo
evangelho, educando-os com segurança e convicção.”
Pai...
Você não sabe disto
agora... mas eu estou observando você.
Observando as coisas que
você faz. Observando como você trata as pessoas.
O modo como você trata a
mim, a minha mãe e a minha irmã.
O modo como você vive está
tendo um grande impacto em mim.
Quando chegar a minha hora
de escolher uma profissão,
e prover minha família, a
sua ética no trabalho estará na minha mente.
O tempo que você passa
comigo, mesmo que fazendo algo bobo, fará com que eu me sinta mais confiante.
Haverá momento em minha
vida, em que lutarei com minha integridade e, talvez, não esteja certo do que
fazer.
Mas me recordarei de como
você defendia aquilo que era correto, mesmo quando você podia ter olhado para o
outro lado.
Algumas das escolhas que
você está fazendo, eu também farei.
Por favor, não tenha medo
de me mostrar seus fracassos,
de mostrar os seus erros.
Eu aprenderei com eles.
Pai, você está ouvindo? Eu
estou observando você...
Observando se você crê
realmente naquilo que fala sobre Deus.
Eu preciso da sua ajuda
para me mostrar o caminho.
Mostrar-me como viver uma
vida que não é segura. Mas é boa!
Eu estou observando, pai.
Todos os dias.
Você está me ensinando
como viver... Ainda que não saiba disso.
* * *
O exemplo é fundamental no
processo de aprendizado de qualquer ser humano, sobretudo no seu período
infantil.
As referências que o filho
tem em casa, daqueles que são seus tutores na nova vida, serão determinantes
para a moldagem de seu caráter.
Há uma tendência,
perfeitamente natural, de repetirmos a conduta de nossos pais.
A influência é tão forte,
que extrapola a parecença comportamental e se estende até a semelhança dos
gestos, da maneira de falar, de organizar ideias, etc...
São esses referenciais de
conduta que irão ser confrontados, já a partir da primeira infância, com tudo
aquilo que a alma imortal traz em sua bagagem milenar.
Se as referências forem
positivas, há uma chance muito maior de que o filho venha a obter sucesso em
sua nova jornada.
Por isso, pais e mães,
muito cuidado com o que estamos passando aos nossos filhos.
Não só através de
palavras, de discursos, mas sobretudo através de nossa conduta.
Tudo que apresentarmos
como normal na vida no lar, tende a se normalizar na vida da criança.
Os filhos estão nos
observando sempre e construindo, em cada momento ao nosso lado, seu sucesso ou
infelicidade futuros.
Todos ganhamos quando
passamos a vigiar nossa maneira de agir no mundo: os filhos, pois terão
referencial seguro, maduro. Os pais, pois conseguem a motivação que lhes
faltava para se autotransformarem.
A oportunidade da
convivência familiar é única. Aproveitemos com sabedoria.
Do livro Um Desafio
Chamado Família de Joamar Zanolini Nazareth
Redação do Momento
Espírita com base em texto extraído de