quarta-feira, 12 de novembro de 2014

TEMPLOS



Os estudos antropológicos afirmam que as sociedades mais primitivas já desenvolviam o culto de adoração às divindades.

Inicialmente, os elementos da natureza foram divinizados; mais tarde, tomando o efeito pela causa, elevaram os mensageiros espirituais, conclamados por Deus para cooperarem com o progresso humano, ao grau de deuses.

Depois, edificaram templos para adorar as forças superiores.

Eis que no Oriente os pagodes se multiplicaram; nas terras do Nilo pilonos e túmulos foram edificados; a Acrópole na Grécia, berço da cultura ocidental, acolhia inúmeros santuários. Delfos resplandecia com o oráculo erigido em homenagem a Apolo; Roma regurgitava de deuses de pedra, importados da tradição helênica, construindo seus altares no seio das famílias romanas.
Entretanto, fora no monte Moriá que os israelitas, representando a ideia monoteísta, um avanço para a humanidade, fundaram o grande, famoso e faustuoso templo de Jerusalém. Idealizado por Davi e concretizado por Salomão, representava toda grandeza espiritual daquele povo.

Nos vários pátios ecoavam orações ao grande Deus de Abraão, Isaac, Jacó.

No átrio dos gentios e dos israelitas, Jesus dera inúmeros ensinamentos. Todavia, a história registra que todos esses templos mundialmente conhecidos foram ou estão sendo corroídos por Cronos, flagelo indomável que a tudo devora.

Dos oráculos e santuários gregos, restaram apenas ruínas; nas terras dos faraós, mausoléus e esfinges aos poucos são devorados pelo tempo. O suntuoso templo de Jerusalém fora destruído pelas atitudes bélicas, restando apenas o muro das lamentações. Todos os templos e construções de pedras são perecíveis, pois que estão sujeitos à transformação da matéria. Todavia, o espírito mais perfeito que Deus enviou a Terra para nos servir de guia e modelo, Jesus, no inesquecível diálogo com a mulher samaritana, ensina que Deus é Espírito e importa que o adoremos em Espírito e Verdade.

Jesus fazia do seu corpo um verdadeiro templo de adoração a Deus, seu santuário era a própria natureza reveladora da presença divina, seu altar, a própria consciência que se elevava, em qualquer hora e lugar, para a comunhão com o Senhor do Universo através da prece.

Vivendo numa época caracterizada por dogmas e crendices, o Cristo frequentou as sinagogas e a grande construção no monte Moriá sem, contudo, apegar-se às fórmulas. Interessava-se pelas almas e precisava ir onde o povo se reunia, a fim de pregar a sua mensagem. Contudo, procurava a essência dos ensinos, aproveitando, naturalmente, o espaço físico que deveria ser consagrado às atividades espirituais.


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Na atualidade, erguem-se os núcleos espíritas como templos verdadeiros, onde Jesus deve estar representado não por imagens de barro, altares ornamentados ou estátuas de bronze, mas pelas atitudes essencialmente cristãs dos seus frequentadores.

Entretanto, as Casas Espíritas devem primar pela simplicidade, aplicando-se nas construções e interiores o básico para o estudo, divulgação e prática do Consolador, pois que não adianta usar tecnologia de ponta na construção das paredes, móveis finos representando a aristocracia da época, objetos de arte para ostentação, se não houver um compromisso com aquele que, no mundo, ocupara o título de filho de carpinteiro.

Se agirmos com preocupação exagerada em oferecermos conforto que leva ao ócio, estaremos fugindo dos objetivos propostos por Jesus, esquecendo-nos de que a verdadeira fortaleza de uma casa espírita, do ponto de vista da sua função na Terra, não está nos alicerces de concreto, e sim no estudo e vivência do aspecto doutrinário, esse sim deverá ser colocado em evidência, fortalecendo moralmente os adeptos da Terceira Revelação, contribuindo para o esclarecimento e entendimento do que seja realmente o Espiritismo, o que é o Centro Espírita, quais as suas responsabilidades e sagrada importância como representante do Cristo no planeta.


















ACONTECEU NA CASA ESPÍRITA
Emanuel Cristiano

DITADO PELO ESPÍRITO NORA

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