A prece especialmente, representa
elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta
com as forças do bem, favorecendo, assim, a canalização, através da mente, os
recursos magnéticos das esferas elevadas.
A oração é prodigioso banho de
forças, tal vigorosa corrente mental que atrai.
Para o êxito da tarefa deve-se
expulsar as preocupações do dia a dia e sorver do plano espiritual substancias
renovadoras.
O que impossibilita o
êxito:
- Mágoa excessiva e
paixões
- Alimentação inadequada e
alcoólicos
- Desequilíbrio nervoso e
inquietude
A alimentação excessiva favorece o
vampirismo da criatura por entidades infelizes, o mesmo o correndo com os
alcoólicos em demasia.
O passista que não confia no alto
limita sua capacidade de receptiva, fecha as portas da casa mental, obstruindo
o acesso a recursos magnéticos.
FLUIDOS PROJETADOS A
DISTÂNCIA – (Passes)
Pode ser ministrado com eficiência
desde que haja uma sintonia entre aquele que administra e o que recebe. Nesse
caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio,
favorecendo a realização e a prece silenciosa será o melhor veículo de força
condutora.
Por serem fluidos mais fracos do
que os doados pelo médium de efeitos físicos (Ectoplasma) são submetidos a um
tratamento químico especial pelos operadores invisíveis afim de se obterem
resultados positivos
Fatores que impedem que os
fluidos transmitidos a distância sejam da mesma eficácia do que os do médium na
intervenção direta.
- Falta vontade
disciplinada
- Vibração emotiva
fervorosa
- Não tem boa saúde
- Fumam muito
- Abusam de alcoólicos
- Alimentação carnívora
Para suprir as necessidades
fluídicas os espíritos bem feitores se utilizam também de vibrações espirituais
de fiéis de outras crenças ou religiões, quando se encontram reunidos em seus
templos, imantados em preces, cânticos ou devoções.
Se
tiveres que chorar por alguém que errou, chora por ti mesmo.
Se
tiveres de alterar a voz com irmãos que julgares incursos em erro, altera a voz
contigo mesmo.
Se
tiveres de anunciar alguma virtude que não possuis,
fala
das qualidades dos companheiros e dos esforços que eles
fazem
para melhorar. (Espírito Miramez)
Médium é toda pessoa que
sente, em um grau qualquer, a influência dos espíritos. A mediunidade é a
faculdade que, se desenvolvida ordenadamente, poderá servir de veículo de
comunicação entre os dois planos da vida, o espiritual e o material. Essa
faculdade é inerente ao homem, porém usualmente, tal qualificação só se aplica
àqueles que, devido a organismos mais sensíveis, têm a faculdade mediúnica
nitidamente caracterizada e manifestada por efeitos de uma intensidade maior. A
mediunidade é um dos recursos mais eficiente para o resgate dos carmas.
A mediunidade é a
exteriorização de um dom que aflorou no ser e que, se bem desenvolvida, irá
acelerar sua evolução espiritual. Portanto, não é uma provação. Também não é
uma punição cármica, mas, um ótimo recurso facultado pela Lei, para a
harmonização com nossas ligações ancestrais.
O médium, desde que
integrado à corrente espiritual de um centro de Umbanda, torna-se beneficiário
direto dos orixás, recebendo seu amparo e direção. Mesmo que sua mediunidade de
incorporação demore a aflorar, ou nunca aconteça, está religado aos orixás por
sua fé e é importante para a corrente, que confiará a ele algum outro tipo de
trabalho nas atividades da casa: auxílio aos trabalhos dos guias, orientação à
assistência, canto dos pontos aos orixás, etc. Todos os médiuns de uma corrente
estão sob a irradiação direta dos orixás.
Como sempre, a nossa
palavra de incentivo é dirigida aos nossos irmãos médiuns, cujo trabalho é de
suma importância na solidificação na fé. Não se trata, evidentemente, apenas do
consolo e do esclarecimento aos nossos irmãos despojados do corpo físico. Uma
reunião como esta extrapola em benefício de muitos, estejam no corpo ou fora
dele.
A mediunidade, bem como o
seu exercício, não deve ser motivo de sofrimento para o medianeiro, motivo de
aflição, de perturbação; ao contrário, a faculdade mediúnica aflorada é fator
de equilíbrio psicológico para o médium em busca de maior serenidade.
Mediunidade deve ser sinônimo de alegria, de esperança, de possibilidade de ser
feliz.
Evidentemente, a tarefa
impõe responsabilidade, pois nada se consegue sem disciplina. A vitória, em
qualquer setor da atividade humana, não se alicerça na desordem. O Médium
carece de eleger prioridades e de cumprir com descontração o dever a que é
chamado...
A possibilidade de atender
aos nossos irmãos enfermos fora do corpo, o ensejo da doutrinação, do diálogo
terapêutico em grupo, a mensagem que se propaga lá fora, alcançando famílias e
companheiro outros, incrédulos alguns, desalentados outros e sem perspectivas
para o futuro.
Vejamos a mediunidade como
uma árvore frondosa, de raízes fortes, árvore que oferece sombra acolhedora,
frutos sazonados e que garante a existência da fonte. Não entendamos a
mediunidade como sendo uma punição ou carma...
A mediunidade é sempre uma
benção, seja qual for à maneira que se manifeste. O medianeiro necessita de
centrar-se, procurando o equilíbrio das próprias emoções, direcionar os
pensamentos para o Alto e entregar-se, confiante, aos Benfeitores Espirituais
que o assessoram.
O trabalho é imenso;
estamos apenas no começo, digamos assim, de nossos empreendimentos espirituais
sobre a Terra...
Muito ainda há a fazer. A
mediunidade é cerceada pela falta de conhecimentos da maioria, pelo misticismo,
pela crendice, pela superstição; mas a mediunidade carece ser exercida de modo
simples, sem quaisquer empecilhos - empecilhos que, muitas vezes, são colocados
na mediunidade pelo próprio sensitivo, que não se libera de suas concepções
equivocadas, de seu fanatismo e de seu preconceito, porque não procura estudar
e se esclarecer.
Os nossos irmãos em
Humanidade permanecem na expectativa das melhores notícias do Plano Espiritual,
de uma luz que se lhes acenda no caminho obscuro, de um gesto, de uma atitude
de esperança, de algo que lhes enseje reflexões e que lhes oportunize o
crescimento íntimo, com a conseqüentemente emancipação intelectual, para que
aprendam a raciocinar com clareza, a pensar por si mesmos e a se devotarem à
prática do bem aos semelhantes com espírito de desprendimento.
Saneemos a mediunidade;
que os médiuns saneiem em si mesmos as suas faculdades mediúnicas,
escoimando-as de quaisquer interferências negativas, relacionadas com o passado
ou mesmo com os conflitos atuais e dificuldades de relacionamento. A
mediunidade assim exercida cooperará com o médium, para que o médium
conseqüentemente se conheça um tanto melhor e, apesar da consciência de suas
limitações, prossiga trabalhando com alegria, ânimo e coragem.
(Do livro Falando de
Mediunidade - Odilon Fernandes pelo médium Carlos Bacelli)
Sabe camboninho, nega véia
estava aqui matutando...enquanto esmagava esse manjericão cheiroso. No mundo
dos mortos a gente ainda pensa e trabalha zi fio... e muito! eh..eh...eh...
Estivemos visitando alguns
terreiros por essa Terra do Cruzeiro e observando alguns filhos de fé. Quanto
trabalho bonito se faz, quanta caridade que transforma o mal em bem! Isso nos
deixa felizes e com o coração cheio de luz.
Mas nega véia não pode
deixar de dizer que muita vezes entristece quando percebe muita fala e pouca
prática.
Não que a fala não seja
uma maneira de fazer o bem, mas na hora de aplicar para si mesmo, tem muito
filho que enrosca a cola na cerca.
A Umbanda, essa menina
nova que está debutando por agora, seja lá como é vista ou praticada, tem como
objetivo "a caridade a quem dela precisa".
É o remédio ao doente, é o
alento ao sofredor, é água ao sedento.
Mas tem filho que só
aceita ajudar se o "doente" não for contagioso, se a ferida não estiver
purulenta ou se ele estiver equilibrado o suficiente para não ocupar muito do
seu tempo.
E nessas ocasiões zi fio,
tantas vezes é Jesus batendo à porta e sendo mandado embora. E esse Jesus tanto
pode vir vestido de mendigo, quanto pode vir de terno e gravata como ainda pode
se apresentar de maneira a contrariar todos os nossos preceitos de "certo
ou errado".
Aquele que bate as portas
de um hospital, só o faz procurando cura e ou trabalho. E quem está lá dentro
como curador, não pode abster-se de acolher e medicar, mesmo que o recém
chegado não o esteja agradando, seja pela aparência ou condição espiritual,
emocional ou financeira.
Feliz daqueles que estão
no lugar dos que ajudam e não dos necessitados!
Mas zi fio, nega véia tem
visto muito casaco ser usado do lado avesso..eh.eh.eh.
Muita coisa muda nessa
vida de uma hora para outra e de repente o médico vira paciente e vice versa.
Quem nos garante o dia de amanhã?
Por isso meu menino,
julgar é uma tarefa que devemos deixar para Àquele que vê tudo lá do Alto.
Nossa visão é turva e nossa capacidade de discernimento ainda é muito limitada.
Temos visto muito médium
se negando a ajudar por qualquer motivo...eh..eh...eh...
Os filhos deixam parecer
que na Umbanda existem "cargos", o que não é a realidade, pois só o
que tem sobrando mesmo, é trabalho.
Triste zi fio, deixar de
acalentar, de dar suporte a quem precisa se educar, por temor que aquele
pedinte possa ter olhos de ver e com isso, enxergar a sujeira escondida embaixo
do tapete.
Mas nega véia segue o rastro
das estrelas. Já errou muito também e por isso compreende e tenta ajudar a
clarear as idéias e o coração dos filhos da terra.
Só falta ainda um tanto de
humildade pois os filhos de umbanda já iniciam nas primeiras séries da escola
do amor universal.
Saravá camboninho, nega
véia precisa falar menos e trabalhar mais...eh..eh..eh...
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.
São Jorge sempre
despertou nos mais variados povos da Antiguidade, e ainda hoje, o fascínio de
uma divindade que mesclava a força, a energia criativa, à proteção do
guerreiro, daquele que traz consigo o
poder da terra e dos veios ferrosos. O ferro, enquanto matéria prima
imprescindível para a confecção das armas que manteriam determinada sociedade
em condições de lutar pela sua sobrevivência, associou-se a vários outros
símbolos que culminaram por forjar o famoso “Santo Guerreiro”. O povo
brasileiro, muito associado ao Santo em questão, possui a mestiçagem de
ancestrais que de alguma forma estiveram em contato com o vasto simbolismo que
São Jorge nos ensina: a força da terra, com suas matas e grutas em pedra; a
guerra e o cavaleiro; o ferro e a forja no fogo; um alfabeto mágico; o dragão e
os veios energéticos que marcam os terrenos das sociedades. O São Jorge que ora
se apresenta nestas linhas é a tentativa de mostrar o elo entre muitas
culturas, inúmeros simbolismos, mesmo arquétipos que uniram povos desde o norte
da Europa até os nossos ancestrais portugueses e africanos. Esse é o caso da
aproximação realizada nos rituais umbandistas, em território brasileiro, entre
o santo católico e o Orixá Ogum.
Lenda ou história? A
versão popular
Por volta do final do
século III, São Jorge teria nascido na região da Capadócia, atual Turquia.
Ainda criança perdeu o seu pai, e sua mãe o levou para a Palestina, educando-o
para a carreira militar. Sua dedicação e habilidade levaram o imperador
Diocleciano a lhe conferir o título de Tribuno. Jorge torna-se cristão, mas com
a idade de vinte e três anos passou a residir na corte imperial romana,
exercendo altas funções.
Em determinado momento o
Imperador Diocleciano planejou matar todos os cristãos que poderiam ameaçar o
poder em seu Império. No dia marcado para o Senado confirmar o decreto
imperial, Jorge levantou-se na assembleia e declarou-se contra aquela decisão.
Defendeu com tanta força a
sua fé que provocou a ira do Imperador, que tentou fazê-lo desistir de suas
ideias, chegando até a tortura. Era periodicamente levado a Diocleciano, que exigia
a Jorge que renegasse a sua fé, o que não aconteceu. O Imperador, não tendo
êxito, mandou degolar o mártir cristão no dia 23 de abril de 303 d.C., sendo
este o dia dedicado a São Jorge.
São Jorge em Portugal e na
Inglaterra
A importância de São Jorge
é tamanha entre os portugueses que a influência do Santo Guerreiro surge ligada
às armas através do sincretismo cristão, séculos após os primeiros povos celtas
terem habitado as terras lusas. Algumas fortificações medievais e posteriores possuem
ainda o seu nome, o que aumentou ainda mais o sincretismo de São Jorge com a
arte da guerra e da vitória sobre os inimigos da fé e da soberania de uma
nação. O primeiro bastião que não pode ser esquecido é o Castelo de São Jorge,
talvez o mais famoso deles, localizado em uma das colinas de Lisboa e
construído, provavelmente, no século II a.C..
Quando da Reconquista
cristã as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de vários
povos cruzados (principalmente normandos, flamengos, alemães e ingleses) que se
dirigiam à Terra Santa, investiu contra esta que era uma fortificação muçulmana,
que acabou capitulando em 1147 após um cerco de três meses. Provavelmente, sob
a influência da cultura das ilhas da Bretanha, já presente nas terras
portuguesas ancestralmente, e fortalecidas pelo contato intercultural das
Cruzadas, a devoção a São Jorge estabelece-se em Portugal de vez. Após a
vitória o castelo em Lisboa foi colocado, por gratidão, sob a proteção do
mártir São Jorge, a quem muitos cruzados na época já dedicavam forte devoção. O
dia da conquista, 25 de Outubro, passou a ser o Dia do Exército em Portugal,
sendo esta uma instituição que possui São Jorge como padroeiro.
Poucas décadas mais tarde,
entre 1179 e 1183, o castelo ainda resistiu com sucesso às forças muçulmanas
que assolaram a região entre Lisboa e Santarém. E foi no reinado de D. Afonso
IV (1291-1357), chamado de “o Bravo”, que o uso do grito de guerra “São Jorge”
se tornou regra, substituindo o grito anterior dos portugueses que era
“Santiago”. D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) considerou São Jorge o
responsável pela famosa vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota . Como o
Rei D. João I de Portugal também era devoto do santo, substituiu São Jorge a
Santiago como patrono de Portugal. Em 1387, D. João I ordenou que a imagem do
santo, montado a cavalo, fosse transportada na procissão católica do corpo de
Cristo. Assim, séculos mais tarde, essa imagem também chegaria ao Brasil.
Curiosamente, o cavalo era
um animal nobre entre os celtas, justamente por ser um servidor dos homens nas
guerras. Viriam de outro mundo oculto, e eram tidos como possuidores de
inteligência humana. Após a morte do herói ou do cavaleiro, retornaria para esse
outro mundo superior, e com isso passaram a ser vistos também como condutores
das almas.
Há, também, o Castelo de
São Jorge da Mina, também designado por Castelo da Mina, ou Feitoria da Mina, e
posteriormente chamado por Fortaleza de São Jorge da Mina. Localiza-se na atual
cidade de Elmina, Gana, litoral da África Ocidental. A “Mina” já funcionava em meados
do século XV, e teve a função inicial de assegurar a soberania e o comércio de Portugal
no Golfo da Guiné, constituindo-se no seu principal estabelecimento na costa africana,
fonte da riqueza que alimentou a economia do país até se iniciar o ciclo da
Índia após a viagem de Vasco da Gama em 1498.
A Inglaterra, aliada
histórica dos portugueses, foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve
papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge
a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1330, pois a imagem de santo
guerreiro, ligado às espadas, já existia. Por considerá-lo a imagem perfeita
dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das
Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam
conquistar a Terra Santa aos muçulmanos.
No século XIII, a
Inglaterra já celebrava o nome de São Jorge, e em 1348 surge a Ordem dos
Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses adotaram definitivamente São Jorge como padroeiro
do país, trazendo também a sua cruz vermelha (cor do sangue, do fogo e do sacrifício
pelas grandes causas) na bandeira de fundo branco (cor da pureza).
Ogum e São Jorge:
sincretismo, dimensões simbólicas e arquetípicas Filho de Iemanjá, Ogum tem sua
importância destacada pela ligação com os metais, principalmente o ferro,
matéria-prima básica para os instrumentos utilizados por caçadores e agricultores.
É associado atualmente à metalurgia e à siderurgia, representando, dentro do panteão
africano, um símbolo da Revolução Industrial. Não é a toa que muitas das
oferendas à Ogum são realizadas em ferrovias, simbolizando a abertura dos
caminhos diante do elemento ferro17. Este elemento simboliza a transformação,
já que as ferramentas em ferro se tornam úteis (interação) à produção no
momento em que são forjadas em altas temperaturas (o fogo simbolizando o
potencial criativo da mente). O ferro, portanto, é o símbolo dos objetos que servem
aos seres humanos, tornando-os produtivos à sociedade e salvando-os do mal,
fato que pode ser percebido na espada de São Jorge.
Além disso, Ogum
representa a capacidade do ser humano de controlar a natureza e utilizá-la para
o benefício de todos. Por conta dos metais, Ogum passou a ser associado à guerra,
desviando seu papel de comandante das atividades agrícolas para a atividade
bélica e passando a ser o “Vencedor das demandas”.
Tendo como elementos
centrais a guerra e a metalurgia, Ogum, ferreiro e guerreiro, pode ser
associado ao deus romano da guerra, Marte, que tem como correspondente Ares, o deus
grego, o vingador, assim como com Vulcano e Hefesto, respectivamente os deuses romano
e grego do fogo, que possuíam a arte de forjar o ferro.
Acompanhado por Éris
(Discórdis), Deimos (Terror), Phóbos (Medo) e Enio (Devastadora), Ares,
proveniente da Trácia, norte grego, apresentava-se com lança, capacete e armadura
em suas batalhas, levando a morte a e destruição por onde passava. Associado ao
movimento, ao ferro, ao vermelho e à coragem, Ares pode nos revelar as “forças
primitivas, instintivas e selvagens em luta com forças atuantes na
consciência”, cuja energia decorrente se relaciona diretamente com a competição
e a vontade de seguir em frente, lutando e vencendo as batalhas.
.
Já com Vulcano/Hefesto, o
ourives divino, o simbolismo do artesão, que forja o ferro utilizando o fogo
dos vulcões, ou seja, a energia desprendida do inconsciente pode representar a
união concreta e abstrata entre arte e técnica20. A libido (vulcão) se
manifesta para a realização das ações e vivência plena, concretizadas nos
objetos criados a partir da manipulação e transformação dos metais, expressão
de uma “erupção” de ideias e potencialidades mágicas que equivalem à evolução
da tecnologia no intuito de dominar, comandar, desbravar e punir.
·.
Através da mitologia dos
Orixás africanos, podemos perceber algumas semelhanças entre as divindades
greco-romanas citadas anteriormente e Ogum, o grande guerreiro e manipulador dos metais.
Vós tendes ouvido o que se
disse: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos que não resistais
ao mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra;
e ao que quer demandar-te em juízo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a
capa; e se alguém te obrigar a ir carregado mil passos, vai com ele ainda mais
outros dois mil. Dá a quem te pede, e não volte às costas ao que deseja que lhe
emprestes. (Mateus, V: 38-42).
Os preconceitos do mundo,
a respeito daquilo que se convencionou chamar ponto de honra, dão esta
suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e do exagerado personalismo, que
leva o homem à geralmente retribuir injúria por injúria, golpe por golpe, o que
parece muito justo para aqueles cujo senso moral não se eleva acima das paixões
terrenas.
Eis por que dizia a lei
mosaica: Olho por olho e dente por dente, mantendo-se em harmonia com o tempo
em que Moisés vivia. Mas veio o Cristo e disse: “Não resistais aos que vos
fizer mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a
outra”.
Para o orgulhoso, esta
máxima parece uma covardia, porque ele não compreende que há mais coragem em
suportar um insulto, que em se vingar. E isto, sempre, por aquele motivo que
não lhe permite enxergar além do presente. Deve-se, entretanto, tomar essa
máxima ao pé da letra? Não, da mesma maneira que aquela que manda arrancar o
olho, se ele for causa de escândalo.
Levada as últimas consequências, ela condenaria toda repressão, mesmo legal, e
deixaria os campos livres aos maus, que nada teriam a temer; não se pondo freio
às suas agressões, bem logo todos os bons seriam suas vítimas. O próprio
instinto de conservação, que é uma lei da natureza, nos diz que não devemos
entregar de boa-vontade o pescoço ao assassino. Por essas palavras, Jesus não
proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Dizendo-nos, para oferecer uma face
quando formos batidos na outra, disse, por outras palavras, que não devemos
retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que
tende a reduzir-lhe o orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido que
ferir; suportar pacientemente uma injustiça que cometê-la; que mais vale ser
enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros. Isto, ao mesmo
tempo, é a condenação do duelo, que nada mais é que uma manifestação do
orgulho.
A fé na vida futura e na
justiça de Deus, que jamais deixa o mal impune, é a única que nos pode dar
força de suportar, pacientemente, os atentados aos nossos interesses e ao nosso
amor próprio. Eis por que vos dizemos incessantemente: voltai os vossos olhos
para o futuro; quanto mais vos elevardes, pelo pensamento, acima da vida
material, menos sereis feridos pelas coisas da Terra.
Esta frase tem sido muito
usada pelas pessoas que vivem o aqui e agora. " Se dar bem" é a
fórmula. A que preço? De que forma? Pouco interessa. E assim vai uma multidão
de pessoas agindo como um arrastão, apenas para "se dar bem".
Diria eu, na minha pseudo sabedoria
que infelizmente não pude adquiri-la nem em bancos escolares, nem em livros mas
nas experiências que vivi na carne como um simples lavrador, que as pessoas
perderam o rumo. Hoje no mundo espiritual, fazendo o balanço das vidas
encarnadas das quais me é permitido lembrar, consigo perceber que a mais
importante para minha evolução foi essa onde o cultivo da terra me sustentava o
pão.
Aprendi nela a humildade
que só a natureza é capaz de exemplificar, a paciência de esperar a semente
desabrochar, crescer, florescer e retornar num saboroso fruto.
Aprendi valores
que ainda vigoram entre as pessoas criadas no interior.
Acordando com o
amanhecer e arando a terra, curei-me da preguiça. Observando as estrelas iluminando
as noites, compreendi o quanto somos pequenos diante da grandeza da criação e
do Criador.
Hoje tudo é automático e
muito fácil. Todos precisam "ter", quase ninguém preocupa-se em
"ser". Tudo tem que ter retorno imediato e lucrativo e de
preferência, reconhecido e exaltado por muitos.
Adoração ao deus Ego,
criando uma nova religião!
As vezes, no silêncio em
que trabalhamos no mundo espiritual, nos assusta ainda o alarde com que se
trabalha no mundo material, inclusive na caridade.
Filhos de boa índole, de
coração amoroso e de mãos laboriosas mas que infelizmente se perdem na
necessidade do reconhecimento de seus feitos.
Esquecem-se os irmãos
encarnados que todo bem realizado não
passa de mera obrigação, sem motivos para exaltação ou publicidade. Muito menos
de disputa.
Quando se praticam atos
considerados caridosos, que seja de bom grado, com o coração livre e limpo
de cobranças, para que possa gerar
energia "construtiva". Ou o contrário pode estar se dando, sem que o
feitor perceba.
Sabemos que
"tudo" é energia. Condensada ou solta no espaço cósmico, está
disponível para manipulação constante dos seres pensantes. Portanto, o simples
fato de "pensar" já constrói ou destrói.
Constatamos através da
observação, pela energia gerada em qualquer trabalho realizado, que muitas
vezes as mãos constroem aquilo que o pensamento imediatamente destrói. Ou seja,
enquanto se realiza um trabalho manual, se ao mesmo tempo nosso coração e nosso
pensamento não estiverem envolvendo aquilo num sentimento elevado de amor e gratidão,
é melhor que não o façamos, pois ali estará sendo impregnado pela nossa energia
que ficará refletindo no ambiente.
E tudo que reflete, a nós retorna também e
sempre em primeira mão.
Amigos e irmãos de
caminhada. Fazei, mas não pelo fato de simplesmente fazer. Construí com as
mãos, colocando nelas vossos corações, considerando que tudo que delas sai são
sementes. Sede lavradores e semeadores no dia de hoje, pois amanhã se dará a
colheita.
O
viver nos ensina que nem todos os problemas podem ser resolvidos, mas podem ser
compreendidos, e podemos receber amparo, por isso procuramos explicações que
necessitam ser mais profundas. Mas sempre dentro do merecimento de cada um.
Reconhecemos
uma hierarquia dos espíritos, reconhecemos que alguns problemas que se nos
apresentam tem origem kármica e, portanto não podem ser “resolvidos”
rapidamente, sendo exigido um tempo para sua expiação. E não adianta ficarmos
batendo pé, exigindo dos Orixás, guias ou entidades “solução imediata”. Guia
nenhum, enviado de Orixá nenhum se apresenta em terreiro nenhum para “resolver
nossos problemas materiais.” Tudo tem seu tempo e sua hora dentro do
merecimento de cada um. Devemos pedir resignação e força para enfrentar as
nossas dificuldades e principalmente auxílio para sermos merecedores da graça
que buscamos.
Compreendemos
também, que temos amigos no além-túmulo, que se têm condições de ajudar,
ajudam, os quais denominamos guias, trabalhando por nós em outras esperas de
atividades.
Dentro
do campo das possibilidades kármicas, esclarecer ou ajudar na solução de
problemas pessoais, através de mentalização clara e persistente, ou seja, é
fundamental que se compreenda que um Templo Umbandista não é uma Tenda de
Milagres, aonde chegamos e todos os nossos problemas materiais serão
resolvidos.
Um
Templo Umbandista é o local para recarregarmos nossas “baterias”, renovamos a
nossa fé em Zambi (Deus) e através da caridade pura evoluímos como seres
humanos alcançando assim serenidade para enfrentarmos o nosso dia-a-dia.
Em
resumo, as funções dos guias, mentores e protetores de Umbanda são de amparo,
esclarecimento, orientação... a decisão e solução são nossas.
Compreendemos
também que existe forte tendência do ser humano, de maneira geral, em quando
submetidos a uma situação frustrante ou de fracasso, atribuir a causas externas
a sua pessoa esse fracasso, e quando submetidos a situações prazerosas atribuir
a si mesmo, as suas qualidades pessoais.
Exemplo
disto: invariavelmente quando somos demitidos do nosso emprego, atribuímos a
uma perseguição, muitas vezes autêntica do nosso chefe e nunca a nossa
incompetência. Nem aventamos a hipótese de estarmos sendo “perseguidos” por que
somos incompetentes, mas o nosso chefe é que é um chato, ou “não vai com a
nossa cara”. Em contrapartida se somos promovidos, nunca é porque o chefe é
bonzinho, ou porque é um bom chefe, atento aos méritos dos funcionários, mas
sim porque somos competentíssimos (e só um “cego” não “veria” essa competência
toda), e essa promoção era mais do que merecida.
Assim
as pessoas agem quando chegam aos terreiros de Umbanda. Se não têm os seus
pedidos atendidos de pronto, é porque o dirigente não é bom, porque o terreiro
é fraco, ou porque a Umbanda não é de nada. Nunca lhes passa pela cabeça que
primeiro precisam merecer alcançar determinada graça, ou que seja um processo
kármico evolutivo pelo qual estejam passando para seu próprio aprendizado.
Não
meus amigos, infelizmente isso não acontece, e sabem por quê? Porque muitos
resolvem ser umbandistas por medo, ou para que sua vida material melhore. Cabe
mudar esse primeiro conceito. Mudar a mentalidade dos médiuns umbandistas, e aí
sim mudar a mentalidade da assistência.
A
Umbanda evoluiu, esse tipo de papel não cabe mais nela. O estudo constante é
fundamental. As entidades que militam na seara umbandista estão cada vez mais
evoluídas e esclarecidas e tem importante papel dentro da espiritualidade.
O indivíduo que trabalha
nas fileiras umbandistas, exercitando suas faculdades mediúnicas nas reuniões
chamadas Giras, desempenha ações importantíssimas na evolução coletiva e na
solução de problemas de diversas ordens que acometem a todos os que frequentam
as Tendas de Umbanda. O médium de Umbanda tem o papel único e maravilhoso de
servo! É servindo ao próximo, numa entrega incondicional e desinteressada, de
coração jubilado, que o médium de roupas brancas da Umbanda realiza a maior e
mais perfeita das ordenanças cristãs: “amar ao próximo, como a si mesmo”!
Sem a consciência de que
tudo o que faz numa Tenda ou num Terreiro é em benefício alheio, o médium
carece de orientação e estudo mais profundo das verdades espirituais.
Dentro de um Terreiro o
papel do filho de Umbanda começa logo assim que cruza os portões da entrada
onde está assentado o Guardião da casa. Mas, não se trata apenas de alguns
toques costumeiros no chão, ou saudações decoradas de palavras vazias e
repetitivas. O “trabalho” do médium tem início através dos bons pensamentos que
deve considerar assim que chega ao Templo munido dos utensílios e materiais
litúrgicos que serão utilizados na sessão.
O médium irá participar de uma
reunião aonde centenas de outros Espíritos, dos mais diferentes níveis
conscienciais e padrões vibratórios, também irão a fim de encontrarem alívio e
soluções para suas dores e seus problemas. Aquele que servirá de instrumento
aos Guias de Lei deve responsabilizar-se em ser mais útil ainda.
Ao saudar o
Guardião deve tomar, desde esse momento, uma postura vigilante e consciente de
que Espíritos que descerão à Terra para fazer a caridade dependerão de sua boa
vontade e de seu desprendimento. Mesmo estando numa posição dentro do Terreiro
em que inevitavelmente será alvo dos olhares curiosos dos visitantes e frequentadores,
o médium precisa entender que o mais importante será o bem que as Entidades
farão na Gira.
Todos os médiuns são
importantes numa Gira. Desde o menor ao maior, se é verdade que exista essa
classificação entre os umbandistas.
É comum as pessoas darem
importância maior à Incorporação. Também é fato corriqueiro que a grande
maioria dos que iniciam numa Corrente de Umbanda, almeja logo “receber
Caboclo”. Entretanto, há funções tão ou mais importantes num Terreiro quanto a
dos médiuns que servem de “aparelhos” aos Guias.
Os “Cambones”, ou Médiuns
Auxiliares, exercitam sua mediunidade através da servil e humilde tarefa de
atender aos pedidos de uma Entidade, seja Caboclo, Preto Velho, ou até mesmo Companheiro.
Os “Ogãs ”, ou Médiuns Cantadores
de Ponto, são importantíssimos no trabalho de manter o equilíbrio vibratório
das Giras e o de preservar a pura sintonia dos pensamentos coletivos.
Há ainda os médiuns que
executam a tarefa de coordenar a entrada dos assistentes no Congá, os que
trabalham na limpeza do Terreiro, os que cuidam do material litúrgico comum a
todos, os que zelam pelo incenso e pelo turíbulo, os que desempenham tarefas
administrativas e os que coordenam o andamento das sessões. Tem também aqueles
que gratuitamente trabalham nas ações de caridade e nos bazares, e os que
realizam tantos outros serviços que parecem de pouca importância, mas que no
fim trará grandes benefícios no desenvolvimento da própria mediunidade.
O que seria dos médiuns de
Incorporação se não existissem todos os outros que, invisíveis aos olhos de
muitos, asseguram o bem estar deles mesmos? Como aqueles poderiam ser úteis no
atendimento aos consulentes se não existissem os médiuns que, mesmo não
incorporando, fazem parte da Gira contribuindo caritativamente com seus
serviços? No fim das contas, todos os médiuns exercem o mesmo papel: o de servo
bom e fiel a serviço da Corrente Astral de Umbanda.