quarta-feira, 29 de abril de 2015

O PASSE




Deve o passista cultivar as seguintes qualidades.

- Boa vontade
- Prece e mente pura
- Elevação de sentimentos e amor

            A prece especialmente, representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta com as forças do bem, favorecendo, assim, a canalização, através da mente, os recursos magnéticos das esferas elevadas.

           A oração é prodigioso banho de forças, tal vigorosa corrente mental que atrai.

           Para o êxito da tarefa deve-se expulsar as preocupações do dia a dia e sorver do plano espiritual substancias renovadoras.

O que impossibilita o êxito:

- Mágoa excessiva e paixões
- Alimentação inadequada e alcoólicos
- Desequilíbrio nervoso e inquietude

            A alimentação excessiva favorece o vampirismo da criatura por entidades infelizes, o mesmo o correndo com os alcoólicos em demasia.
           O passista que não confia no alto limita sua capacidade de receptiva, fecha as portas da casa mental, obstruindo o acesso a recursos magnéticos.


FLUIDOS PROJETADOS A DISTÂNCIA – (Passes)

            Pode ser ministrado com eficiência desde que haja uma sintonia entre aquele que administra e o que recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio, favorecendo a realização e a prece silenciosa será o melhor veículo de força condutora.
            Por serem fluidos mais fracos do que os doados pelo médium de efeitos físicos (Ectoplasma) são submetidos a um tratamento químico especial pelos operadores invisíveis afim de se obterem resultados positivos
Fatores que impedem que os fluidos transmitidos a distância sejam da mesma eficácia do que os do médium na intervenção direta.

- Falta vontade disciplinada
- Vibração emotiva fervorosa
- Não tem boa saúde
- Fumam muito
- Abusam de alcoólicos
- Alimentação carnívora


            Para suprir as necessidades fluídicas os espíritos bem feitores se utilizam também de vibrações espirituais de fiéis de outras crenças ou religiões, quando se encontram reunidos em seus templos, imantados em preces, cânticos ou devoções.


























segunda-feira, 27 de abril de 2015

A PREPARAÇÃO COMPORTAMENTAL DOS MÉDIUNS





Se tiveres que chorar por alguém que errou, chora por ti mesmo.

Se tiveres de alterar a voz com irmãos que julgares incursos em erro, altera a voz contigo mesmo.

Se tiveres de anunciar alguma virtude que não possuis,

fala das qualidades dos companheiros e dos esforços que eles

fazem para melhorar.  (Espírito Miramez)



Médium é toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos espíritos. A mediunidade é a faculdade que, se desenvolvida ordenadamente, poderá servir de veículo de comunicação entre os dois planos da vida, o espiritual e o material. Essa faculdade é inerente ao homem, porém usualmente, tal qualificação só se aplica àqueles que, devido a organismos mais sensíveis, têm a faculdade mediúnica nitidamente caracterizada e manifestada por efeitos de uma intensidade maior. A mediunidade é um dos recursos mais eficiente para o resgate dos carmas.

A mediunidade é a exteriorização de um dom que aflorou no ser e que, se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual. Portanto, não é uma provação. Também não é uma punição cármica, mas, um ótimo recurso facultado pela Lei, para a harmonização com nossas ligações ancestrais.


O médium, desde que integrado à corrente espiritual de um centro de Umbanda, torna-se beneficiário direto dos orixás, recebendo seu amparo e direção. Mesmo que sua mediunidade de incorporação demore a aflorar, ou nunca aconteça, está religado aos orixás por sua fé e é importante para a corrente, que confiará a ele algum outro tipo de trabalho nas atividades da casa: auxílio aos trabalhos dos guias, orientação à assistência, canto dos pontos aos orixás, etc. Todos os médiuns de uma corrente estão sob a irradiação direta dos orixás.



















domingo, 26 de abril de 2015

INCENTIVO À MEDIUNIDADE




Como sempre, a nossa palavra de incentivo é dirigida aos nossos irmãos médiuns, cujo trabalho é de suma importância na solidificação na fé. Não se trata, evidentemente, apenas do consolo e do esclarecimento aos nossos irmãos despojados do corpo físico. Uma reunião como esta extrapola em benefício de muitos, estejam no corpo ou fora dele.

A mediunidade, bem como o seu exercício, não deve ser motivo de sofrimento para o medianeiro, motivo de aflição, de perturbação; ao contrário, a faculdade mediúnica aflorada é fator de equilíbrio psicológico para o médium em busca de maior serenidade. Mediunidade deve ser sinônimo de alegria, de esperança, de possibilidade de ser feliz.

Evidentemente, a tarefa impõe responsabilidade, pois nada se consegue sem disciplina. A vitória, em qualquer setor da atividade humana, não se alicerça na desordem. O Médium carece de eleger prioridades e de cumprir com descontração o dever a que é chamado...

A possibilidade de atender aos nossos irmãos enfermos fora do corpo, o ensejo da doutrinação, do diálogo terapêutico em grupo, a mensagem que se propaga lá fora, alcançando famílias e companheiro outros, incrédulos alguns, desalentados outros e sem perspectivas para o futuro.

Vejamos a mediunidade como uma árvore frondosa, de raízes fortes, árvore que oferece sombra acolhedora, frutos sazonados e que garante a existência da fonte. Não entendamos a mediunidade como sendo uma punição ou carma...

A mediunidade é sempre uma benção, seja qual for à maneira que se manifeste. O medianeiro necessita de centrar-se, procurando o equilíbrio das próprias emoções, direcionar os pensamentos para o Alto e entregar-se, confiante, aos Benfeitores Espirituais que o assessoram.

O trabalho é imenso; estamos apenas no começo, digamos assim, de nossos empreendimentos espirituais sobre a Terra...

Muito ainda há a fazer. A mediunidade é cerceada pela falta de conhecimentos da maioria, pelo misticismo, pela crendice, pela superstição; mas a mediunidade carece ser exercida de modo simples, sem quaisquer empecilhos - empecilhos que, muitas vezes, são colocados na mediunidade pelo próprio sensitivo, que não se libera de suas concepções equivocadas, de seu fanatismo e de seu preconceito, porque não procura estudar e se esclarecer.

Os nossos irmãos em Humanidade permanecem na expectativa das melhores notícias do Plano Espiritual, de uma luz que se lhes acenda no caminho obscuro, de um gesto, de uma atitude de esperança, de algo que lhes enseje reflexões e que lhes oportunize o crescimento íntimo, com a conseqüentemente emancipação intelectual, para que aprendam a raciocinar com clareza, a pensar por si mesmos e a se devotarem à prática do bem aos semelhantes com espírito de desprendimento.

Saneemos a mediunidade; que os médiuns saneiem em si mesmos as suas faculdades mediúnicas, escoimando-as de quaisquer interferências negativas, relacionadas com o passado ou mesmo com os conflitos atuais e dificuldades de relacionamento. A mediunidade assim exercida cooperará com o médium, para que o médium conseqüentemente se conheça um tanto melhor e, apesar da consciência de suas limitações, prossiga trabalhando com alegria, ânimo e coragem.


















(Do livro Falando de Mediunidade - Odilon Fernandes pelo médium Carlos Bacelli)

sábado, 25 de abril de 2015

O DOENTE É QUE PRECISA DE MÉDICO




Sabe camboninho, nega véia estava aqui matutando...enquanto esmagava esse manjericão cheiroso. No mundo dos mortos a gente ainda pensa e trabalha zi fio... e muito! eh..eh...eh...

Estivemos visitando alguns terreiros por essa Terra do Cruzeiro e observando alguns filhos de fé. Quanto trabalho bonito se faz, quanta caridade que transforma o mal em bem! Isso nos deixa felizes e com o coração cheio de luz.
Mas nega véia não pode deixar de dizer que muita vezes entristece quando percebe muita fala e pouca prática.

Não que a fala não seja uma maneira de fazer o bem, mas na hora de aplicar para si mesmo, tem muito filho que enrosca a cola na cerca.

A Umbanda, essa menina nova que está debutando por agora, seja lá como é vista ou praticada, tem como objetivo "a caridade a quem dela precisa".

É o remédio ao doente, é o alento ao sofredor, é água ao sedento.

Mas tem filho que só aceita ajudar se o "doente" não for contagioso, se a ferida não estiver purulenta ou se ele estiver equilibrado o suficiente para não ocupar muito do seu tempo.

E nessas ocasiões zi fio, tantas vezes é Jesus batendo à porta e sendo mandado embora. E esse Jesus tanto pode vir vestido de mendigo, quanto pode vir de terno e gravata como ainda pode se apresentar de maneira a contrariar todos os nossos preceitos de "certo ou errado".

Aquele que bate as portas de um hospital, só o faz procurando cura e ou trabalho. E quem está lá dentro como curador, não pode abster-se de acolher e medicar, mesmo que o recém chegado não o esteja agradando, seja pela aparência ou condição espiritual, emocional ou financeira.

Feliz daqueles que estão no lugar dos que ajudam e não dos necessitados!

Mas zi fio, nega véia tem visto muito casaco ser usado do lado avesso..eh.eh.eh.

Muita coisa muda nessa vida de uma hora para outra e de repente o médico vira paciente e vice versa. Quem nos garante o dia de amanhã?

Por isso meu menino, julgar é uma tarefa que devemos deixar para Àquele que vê tudo lá do Alto. Nossa visão é turva e nossa capacidade de discernimento ainda é muito limitada.

Temos visto muito médium se negando a ajudar por qualquer motivo...eh..eh...eh...

Os filhos deixam parecer que na Umbanda existem "cargos", o que não é a realidade, pois só o que tem sobrando mesmo, é trabalho.

Triste zi fio, deixar de acalentar, de dar suporte a quem precisa se educar, por temor que aquele pedinte possa ter olhos de ver e com isso, enxergar a sujeira escondida embaixo do tapete.

Mas nega véia segue o rastro das estrelas. Já errou muito também e por isso compreende e tenta ajudar a clarear as idéias e o coração dos filhos da terra.
Só falta ainda um tanto de humildade pois os filhos de umbanda já iniciam nas primeiras séries da escola do amor universal.

Saravá camboninho, nega véia precisa falar menos e trabalhar mais...eh..eh..eh...






















Vovó Benta (fevereiro de 2008)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

SALVE JORGE



Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.



São Jorge sempre despertou nos mais variados povos da Antiguidade, e ainda hoje, o fascínio de uma divindade que mesclava a força, a energia criativa, à proteção do guerreiro, daquele que traz consigo o poder da terra e dos veios ferrosos. O ferro, enquanto matéria prima imprescindível para a confecção das armas que manteriam determinada sociedade em condições de lutar pela sua sobrevivência, associou-se a vários outros símbolos que culminaram por forjar o famoso “Santo Guerreiro”. O povo brasileiro, muito associado ao Santo em questão, possui a mestiçagem de ancestrais que de alguma forma estiveram em contato com o vasto simbolismo que São Jorge nos ensina: a força da terra, com suas matas e grutas em pedra; a guerra e o cavaleiro; o ferro e a forja no fogo; um alfabeto mágico; o dragão e os veios energéticos que marcam os terrenos das sociedades. O São Jorge que ora se apresenta nestas linhas é a tentativa de mostrar o elo entre muitas culturas, inúmeros simbolismos, mesmo arquétipos que uniram povos desde o norte da Europa até os nossos ancestrais portugueses e africanos. Esse é o caso da aproximação realizada nos rituais umbandistas, em território brasileiro, entre o santo católico e o Orixá Ogum.

Lenda ou história? A versão popular

Por volta do final do século III, São Jorge teria nascido na região da Capadócia, atual Turquia. Ainda criança perdeu o seu pai, e sua mãe o levou para a Palestina, educando-o para a carreira militar. Sua dedicação e habilidade levaram o imperador Diocleciano a lhe conferir o título de Tribuno. Jorge torna-se cristão, mas com a idade de vinte e três anos passou a residir na corte imperial romana, exercendo altas funções.

Em determinado momento o Imperador Diocleciano planejou matar todos os cristãos que poderiam ameaçar o poder em seu Império. No dia marcado para o Senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se na assembleia e declarou-se contra aquela decisão.

Defendeu com tanta força a sua fé que provocou a ira do Imperador, que tentou fazê-lo desistir de suas ideias, chegando até a tortura. Era periodicamente levado a Diocleciano, que exigia a Jorge que renegasse a sua fé, o que não aconteceu. O Imperador, não tendo êxito, mandou degolar o mártir cristão no dia 23 de abril de 303 d.C., sendo este o dia dedicado a São Jorge.

São Jorge em Portugal e na Inglaterra

A importância de São Jorge é tamanha entre os portugueses que a influência do Santo Guerreiro surge ligada às armas através do sincretismo cristão, séculos após os primeiros povos celtas terem habitado as terras lusas. Algumas fortificações medievais e posteriores possuem ainda o seu nome, o que aumentou ainda mais o sincretismo de São Jorge com a arte da guerra e da vitória sobre os inimigos da fé e da soberania de uma nação. O primeiro bastião que não pode ser esquecido é o Castelo de São Jorge, talvez o mais famoso deles, localizado em uma das colinas de Lisboa e construído, provavelmente, no século II a.C..

Quando da Reconquista cristã as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de vários povos cruzados (principalmente normandos, flamengos, alemães e ingleses) que se dirigiam à Terra Santa, investiu contra esta que era uma fortificação muçulmana, que acabou capitulando em 1147 após um cerco de três meses. Provavelmente, sob a influência da cultura das ilhas da Bretanha, já presente nas terras portuguesas ancestralmente, e fortalecidas pelo contato intercultural das Cruzadas, a devoção a São Jorge estabelece-se em Portugal de vez. Após a vitória o castelo em Lisboa foi colocado, por gratidão, sob a proteção do mártir São Jorge, a quem muitos cruzados na época já dedicavam forte devoção. O dia da conquista, 25 de Outubro, passou a ser o Dia do Exército em Portugal, sendo esta uma instituição que possui São Jorge como padroeiro.

Poucas décadas mais tarde, entre 1179 e 1183, o castelo ainda resistiu com sucesso às forças muçulmanas que assolaram a região entre Lisboa e Santarém. E foi no reinado de D. Afonso IV (1291-1357), chamado de “o Bravo”, que o uso do grito de guerra “São Jorge” se tornou regra, substituindo o grito anterior dos portugueses que era “Santiago”. D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) considerou São Jorge o responsável pela famosa vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota . Como o Rei D. João I de Portugal também era devoto do santo, substituiu São Jorge a Santiago como patrono de Portugal. Em 1387, D. João I ordenou que a imagem do santo, montado a cavalo, fosse transportada na procissão católica do corpo de Cristo. Assim, séculos mais tarde, essa imagem também chegaria ao Brasil.

Curiosamente, o cavalo era um animal nobre entre os celtas, justamente por ser um servidor dos homens nas guerras. Viriam de outro mundo oculto, e eram tidos como possuidores de inteligência humana. Após a morte do herói ou do cavaleiro, retornaria para esse outro mundo superior, e com isso passaram a ser vistos também como condutores das almas.

Há, também, o Castelo de São Jorge da Mina, também designado por Castelo da Mina, ou Feitoria da Mina, e posteriormente chamado por Fortaleza de São Jorge da Mina. Localiza-se na atual cidade de Elmina, Gana, litoral da África Ocidental. A “Mina” já funcionava em meados do século XV, e teve a função inicial de assegurar a soberania e o comércio de Portugal no Golfo da Guiné, constituindo-se no seu principal estabelecimento na costa africana, fonte da riqueza que alimentou a economia do país até se iniciar o ciclo da Índia após a viagem de Vasco da Gama em 1498.

A Inglaterra, aliada histórica dos portugueses, foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1330, pois a imagem de santo guerreiro, ligado às espadas, já existia. Por considerá-lo a imagem perfeita dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam conquistar a Terra Santa aos muçulmanos.

No século XIII, a Inglaterra já celebrava o nome de São Jorge, e em 1348 surge a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses adotaram definitivamente São Jorge como padroeiro do país, trazendo também a sua cruz vermelha (cor do sangue, do fogo e do sacrifício pelas grandes causas) na bandeira de fundo branco (cor da pureza).

Ogum e São Jorge: sincretismo, dimensões simbólicas e arquetípicas Filho de Iemanjá, Ogum tem sua importância destacada pela ligação com os metais, principalmente o ferro, matéria-prima básica para os instrumentos utilizados por caçadores e agricultores. É associado atualmente à metalurgia e à siderurgia, representando, dentro do panteão africano, um símbolo da Revolução Industrial. Não é a toa que muitas das oferendas à Ogum são realizadas em ferrovias, simbolizando a abertura dos caminhos diante do elemento ferro17. Este elemento simboliza a transformação, já que as ferramentas em ferro se tornam úteis (interação) à produção no momento em que são forjadas em altas temperaturas (o fogo simbolizando o potencial criativo da mente). O ferro, portanto, é o símbolo dos objetos que servem aos seres humanos, tornando-os produtivos à sociedade e salvando-os do mal, fato que pode ser percebido na espada de São Jorge.

Além disso, Ogum representa a capacidade do ser humano de controlar a natureza e utilizá-la para o benefício de todos. Por conta dos metais, Ogum passou a ser associado à guerra, desviando seu papel de comandante das atividades agrícolas para a atividade bélica e passando a ser o “Vencedor das demandas”.

Tendo como elementos centrais a guerra e a metalurgia, Ogum, ferreiro e guerreiro, pode ser associado ao deus romano da guerra, Marte, que tem como correspondente Ares, o deus grego, o vingador, assim como com Vulcano e Hefesto, respectivamente os deuses romano e grego do fogo, que possuíam a arte de forjar o ferro.

Acompanhado por Éris (Discórdis), Deimos (Terror), Phóbos (Medo) e Enio (Devastadora), Ares, proveniente da Trácia, norte grego, apresentava-se com lança, capacete e armadura em suas batalhas, levando a morte a e destruição por onde passava. Associado ao movimento, ao ferro, ao vermelho e à coragem, Ares pode nos revelar as “forças primitivas, instintivas e selvagens em luta com forças atuantes na consciência”, cuja energia decorrente se relaciona diretamente com a competição e a vontade de seguir em frente, lutando e vencendo as batalhas.
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Já com Vulcano/Hefesto, o ourives divino, o simbolismo do artesão, que forja o ferro utilizando o fogo dos vulcões, ou seja, a energia desprendida do inconsciente pode representar a união concreta e abstrata entre arte e técnica20. A libido (vulcão) se manifesta para a realização das ações e vivência plena, concretizadas nos objetos criados a partir da manipulação e transformação dos metais, expressão de uma “erupção” de ideias e potencialidades mágicas que equivalem à evolução da tecnologia no intuito de dominar, comandar, desbravar e punir.
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Através da mitologia dos Orixás africanos, podemos perceber algumas semelhanças entre as divindades greco-romanas citadas anteriormente e Ogum, o grande guerreiro e  manipulador dos metais.


























terça-feira, 21 de abril de 2015

SE ALGUÉM TE FERIR NA FACE DIREITA


                         

Vós tendes ouvido o que se disse: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos que não resistais ao mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quer demandar-te em juízo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e se alguém te obrigar a ir carregado mil passos, vai com ele ainda mais outros dois mil. Dá a quem te pede, e não volte às costas ao que deseja que lhe emprestes. (Mateus, V: 38-42).

Os preconceitos do mundo, a respeito daquilo que se convencionou chamar ponto de honra, dão esta suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e do exagerado personalismo, que leva o homem à geralmente retribuir injúria por injúria, golpe por golpe, o que parece muito justo para aqueles cujo senso moral não se eleva acima das paixões terrenas.

Eis por que dizia a lei mosaica: Olho por olho e dente por dente, mantendo-se em harmonia com o tempo em que Moisés vivia. Mas veio o Cristo e disse: “Não resistais aos que vos fizer mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra”.

Para o orgulhoso, esta máxima parece uma covardia, porque ele não compreende que há mais coragem em suportar um insulto, que em se vingar. E isto, sempre, por aquele motivo que não lhe permite enxergar além do presente. Deve-se, entretanto, tomar essa máxima ao pé da letra? Não, da mesma maneira que aquela que manda arrancar o olho, se ele for  causa de escândalo. Levada as últimas consequências, ela condenaria toda repressão, mesmo legal, e deixaria os campos livres aos maus, que nada teriam a temer; não se pondo freio às suas agressões, bem logo todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da natureza, nos diz que não devemos entregar de boa-vontade o pescoço ao assassino. Por essas palavras, Jesus não proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Dizendo-nos, para oferecer uma face quando formos batidos na outra, disse, por outras palavras, que não devemos retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a reduzir-lhe o orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido que ferir; suportar pacientemente uma injustiça que cometê-la; que mais vale ser enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros. Isto, ao mesmo tempo, é a condenação do duelo, que nada mais é que uma manifestação do orgulho.


A fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa o mal impune, é a única que nos pode dar força de suportar, pacientemente, os atentados aos nossos interesses e ao nosso amor próprio. Eis por que vos dizemos incessantemente: voltai os vossos olhos para o futuro; quanto mais vos elevardes, pelo pensamento, acima da vida material, menos sereis feridos pelas coisas da Terra.



















segunda-feira, 20 de abril de 2015

CONSTRUIR OU DESTRUIR




"Nesta vida todo mundo quer se "dar bem".

Esta frase tem sido muito usada pelas pessoas que vivem o aqui e agora. " Se dar bem" é a fórmula. A que preço? De que forma? Pouco interessa. E assim vai uma multidão de pessoas agindo como um arrastão, apenas para "se dar bem".

Diria eu, na minha pseudo sabedoria que infelizmente não pude adquiri-la nem em bancos escolares, nem em livros mas nas experiências que vivi na carne como um simples lavrador, que as pessoas perderam o rumo. Hoje no mundo espiritual, fazendo o balanço das vidas encarnadas das quais me é permitido lembrar, consigo perceber que a mais importante para minha evolução foi essa onde o cultivo da terra me sustentava o pão.

Aprendi nela a humildade que só a natureza é capaz de exemplificar, a paciência de esperar a semente desabrochar, crescer, florescer e retornar num saboroso fruto.

Aprendi valores que ainda vigoram entre as pessoas criadas no interior. 

Acordando com o amanhecer e arando a terra, curei-me da preguiça. Observando as estrelas iluminando as noites, compreendi o quanto somos pequenos diante da grandeza da criação e do Criador.

Hoje tudo é automático e muito fácil. Todos precisam "ter", quase ninguém preocupa-se em "ser". Tudo tem que ter retorno imediato e lucrativo e de preferência, reconhecido e exaltado por muitos.

Adoração ao deus Ego, criando uma nova religião!

As vezes, no silêncio em que trabalhamos no mundo espiritual, nos assusta ainda o alarde com que se trabalha no mundo material, inclusive na caridade.

Filhos de boa índole, de coração amoroso e de mãos laboriosas mas que infelizmente se perdem na necessidade do reconhecimento de seus feitos.

Esquecem-se os irmãos encarnados que todo bem  realizado não passa de mera obrigação, sem motivos para exaltação ou publicidade. Muito menos de disputa.

Quando se praticam atos considerados caridosos, que seja de bom grado, com o coração livre e limpo de  cobranças, para que possa gerar energia "construtiva". Ou o contrário pode estar se dando, sem que o feitor perceba.

Sabemos que "tudo" é energia. Condensada ou solta no espaço cósmico, está disponível para manipulação constante dos seres pensantes. Portanto, o simples fato de "pensar" já constrói ou destrói.

Constatamos através da observação, pela energia gerada em qualquer trabalho realizado, que muitas vezes as mãos constroem aquilo que o pensamento imediatamente destrói. Ou seja, enquanto se realiza um trabalho manual, se ao mesmo tempo nosso coração e nosso pensamento não estiverem envolvendo aquilo num sentimento elevado de amor e gratidão, é melhor que não o façamos, pois ali estará sendo impregnado pela nossa energia que ficará refletindo no ambiente.

E tudo que reflete, a nós retorna também e sempre em primeira mão.

Amigos e irmãos de caminhada. Fazei, mas não pelo fato de simplesmente fazer. Construí com as mãos, colocando nelas vossos corações, considerando que tudo que delas sai são sementes. Sede lavradores e semeadores no dia de hoje, pois amanhã se dará a colheita.

Bons frutos a todos vós!














Tucuruí - Um Caboclo de Oxossi.

jan/2009

sábado, 18 de abril de 2015

MEUS PEDIDOS SÃO ATENDIDOS NA UMBANDA ?



O viver nos ensina que nem todos os problemas podem ser resolvidos, mas podem ser compreendidos, e podemos receber amparo, por isso procuramos explicações que necessitam ser mais profundas. Mas sempre dentro do merecimento de cada um.

Reconhecemos uma hierarquia dos espíritos, reconhecemos que alguns problemas que se nos apresentam tem origem kármica e, portanto não podem ser “resolvidos” rapidamente, sendo exigido um tempo para sua expiação. E não adianta ficarmos batendo pé, exigindo dos Orixás, guias ou entidades “solução imediata”. Guia nenhum, enviado de Orixá nenhum se apresenta em terreiro nenhum para “resolver nossos problemas materiais.” Tudo tem seu tempo e sua hora dentro do merecimento de cada um. Devemos pedir resignação e força para enfrentar as nossas dificuldades e principalmente auxílio para sermos merecedores da graça que buscamos.

Compreendemos também, que temos amigos no além-túmulo, que se têm condições de ajudar, ajudam, os quais denominamos guias, trabalhando por nós em outras esperas de atividades.

Dentro do campo das possibilidades kármicas, esclarecer ou ajudar na solução de problemas pessoais, através de mentalização clara e persistente, ou seja, é fundamental que se compreenda que um Templo Umbandista não é uma Tenda de Milagres, aonde chegamos e todos os nossos problemas materiais serão resolvidos.

Um Templo Umbandista é o local para recarregarmos nossas “baterias”, renovamos a nossa fé em Zambi (Deus) e através da caridade pura evoluímos como seres humanos alcançando assim serenidade para enfrentarmos o nosso dia-a-dia.

Em resumo, as funções dos guias, mentores e protetores de Umbanda são de amparo, esclarecimento, orientação... a decisão e solução são nossas.

Compreendemos também que existe forte tendência do ser humano, de maneira geral, em quando submetidos a uma situação frustrante ou de fracasso, atribuir a causas externas a sua pessoa esse fracasso, e quando submetidos a situações prazerosas atribuir a si mesmo, as suas qualidades pessoais.

Exemplo disto: invariavelmente quando somos demitidos do nosso emprego, atribuímos a uma perseguição, muitas vezes autêntica do nosso chefe e nunca a nossa incompetência. Nem aventamos a hipótese de estarmos sendo “perseguidos” por que somos incompetentes, mas o nosso chefe é que é um chato, ou “não vai com a nossa cara”. Em contrapartida se somos promovidos, nunca é porque o chefe é bonzinho, ou porque é um bom chefe, atento aos méritos dos funcionários, mas sim porque somos competentíssimos (e só um “cego” não “veria” essa competência toda), e essa promoção era mais do que merecida.

Assim as pessoas agem quando chegam aos terreiros de Umbanda. Se não têm os seus pedidos atendidos de pronto, é porque o dirigente não é bom, porque o terreiro é fraco, ou porque a Umbanda não é de nada. Nunca lhes passa pela cabeça que primeiro precisam merecer alcançar determinada graça, ou que seja um processo kármico evolutivo pelo qual estejam passando para seu próprio aprendizado.

Não meus amigos, infelizmente isso não acontece, e sabem por quê? Porque muitos resolvem ser umbandistas por medo, ou para que sua vida material melhore. Cabe mudar esse primeiro conceito. Mudar a mentalidade dos médiuns umbandistas, e aí sim mudar a mentalidade da assistência.

A Umbanda evoluiu, esse tipo de papel não cabe mais nela. O estudo constante é fundamental. As entidades que militam na seara umbandista estão cada vez mais evoluídas e esclarecidas e tem importante papel dentro da espiritualidade.
















Fonte: Livro: Umbanda - Mitos e Realidade



quinta-feira, 16 de abril de 2015

QUAL NOSSO PAPEL NA UMBANDA ?





O indivíduo que trabalha nas fileiras umbandistas, exercitando suas faculdades mediúnicas nas reuniões chamadas Giras, desempenha ações importantíssimas na evolução coletiva e na solução de problemas de diversas ordens que acometem a todos os que frequentam as Tendas de Umbanda. O médium de Umbanda tem o papel único e maravilhoso de servo! É servindo ao próximo, numa entrega incondicional e desinteressada, de coração jubilado, que o médium de roupas brancas da Umbanda realiza a maior e mais perfeita das ordenanças cristãs: “amar ao próximo, como a si mesmo”!

Sem a consciência de que tudo o que faz numa Tenda ou num Terreiro é em benefício alheio, o médium carece de orientação e estudo mais profundo das verdades espirituais.

Dentro de um Terreiro o papel do filho de Umbanda começa logo assim que cruza os portões da entrada onde está assentado o Guardião da casa. Mas, não se trata apenas de alguns toques costumeiros no chão, ou saudações decoradas de palavras vazias e repetitivas. O “trabalho” do médium tem início através dos bons pensamentos que deve considerar assim que chega ao Templo munido dos utensílios e materiais litúrgicos que serão utilizados na sessão.

O médium irá participar de uma reunião aonde centenas de outros Espíritos, dos mais diferentes níveis conscienciais e padrões vibratórios, também irão a fim de encontrarem alívio e soluções para suas dores e seus problemas. Aquele que servirá de instrumento aos Guias de Lei deve responsabilizar-se em ser mais útil ainda.

Ao saudar o Guardião deve tomar, desde esse momento, uma postura vigilante e consciente de que Espíritos que descerão à Terra para fazer a caridade dependerão de sua boa vontade e de seu desprendimento. Mesmo estando numa posição dentro do Terreiro em que inevitavelmente será alvo dos olhares curiosos dos visitantes e frequentadores, o médium precisa entender que o mais importante será o bem que as Entidades farão na Gira.

Todos os médiuns são importantes numa Gira. Desde o menor ao maior, se é verdade que exista essa classificação entre os umbandistas.

É comum as pessoas darem importância maior à Incorporação. Também é fato corriqueiro que a grande maioria dos que iniciam numa Corrente de Umbanda, almeja logo “receber Caboclo”. Entretanto, há funções tão ou mais importantes num Terreiro quanto a dos médiuns que servem de “aparelhos” aos Guias.

Os “Cambones”, ou Médiuns Auxiliares, exercitam sua mediunidade através da servil e humilde tarefa de atender aos pedidos de uma Entidade, seja Caboclo, Preto Velho, ou até mesmo Companheiro.

Os “Ogãs ”, ou Médiuns Cantadores de Ponto, são importantíssimos no trabalho de manter o equilíbrio vibratório das Giras e o de preservar a pura sintonia dos pensamentos coletivos.

Há ainda os médiuns que executam a tarefa de coordenar a entrada dos assistentes no Congá, os que trabalham na limpeza do Terreiro, os que cuidam do material litúrgico comum a todos, os que zelam pelo incenso e pelo turíbulo, os que desempenham tarefas administrativas e os que coordenam o andamento das sessões. Tem também aqueles que gratuitamente trabalham nas ações de caridade e nos bazares, e os que realizam tantos outros serviços que parecem de pouca importância, mas que no fim trará grandes benefícios no desenvolvimento da própria mediunidade.


O que seria dos médiuns de Incorporação se não existissem todos os outros que, invisíveis aos olhos de muitos, asseguram o bem estar deles mesmos? Como aqueles poderiam ser úteis no atendimento aos consulentes se não existissem os médiuns que, mesmo não incorporando, fazem parte da Gira contribuindo caritativamente com seus serviços? No fim das contas, todos os médiuns exercem o mesmo papel: o de servo bom e fiel a serviço da Corrente Astral de Umbanda.













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