O indivíduo que trabalha
nas fileiras umbandistas, exercitando suas faculdades mediúnicas nas reuniões
chamadas Giras, desempenha ações importantíssimas na evolução coletiva e na
solução de problemas de diversas ordens que acometem a todos os que frequentam
as Tendas de Umbanda. O médium de Umbanda tem o papel único e maravilhoso de
servo! É servindo ao próximo, numa entrega incondicional e desinteressada, de
coração jubilado, que o médium de roupas brancas da Umbanda realiza a maior e
mais perfeita das ordenanças cristãs: “amar ao próximo, como a si mesmo”!
Sem a consciência de que
tudo o que faz numa Tenda ou num Terreiro é em benefício alheio, o médium
carece de orientação e estudo mais profundo das verdades espirituais.
Dentro de um Terreiro o
papel do filho de Umbanda começa logo assim que cruza os portões da entrada
onde está assentado o Guardião da casa. Mas, não se trata apenas de alguns
toques costumeiros no chão, ou saudações decoradas de palavras vazias e
repetitivas. O “trabalho” do médium tem início através dos bons pensamentos que
deve considerar assim que chega ao Templo munido dos utensílios e materiais
litúrgicos que serão utilizados na sessão.
O médium irá participar de uma
reunião aonde centenas de outros Espíritos, dos mais diferentes níveis
conscienciais e padrões vibratórios, também irão a fim de encontrarem alívio e
soluções para suas dores e seus problemas. Aquele que servirá de instrumento
aos Guias de Lei deve responsabilizar-se em ser mais útil ainda.
Ao saudar o
Guardião deve tomar, desde esse momento, uma postura vigilante e consciente de
que Espíritos que descerão à Terra para fazer a caridade dependerão de sua boa
vontade e de seu desprendimento. Mesmo estando numa posição dentro do Terreiro
em que inevitavelmente será alvo dos olhares curiosos dos visitantes e frequentadores,
o médium precisa entender que o mais importante será o bem que as Entidades
farão na Gira.
Todos os médiuns são
importantes numa Gira. Desde o menor ao maior, se é verdade que exista essa
classificação entre os umbandistas.
É comum as pessoas darem
importância maior à Incorporação. Também é fato corriqueiro que a grande
maioria dos que iniciam numa Corrente de Umbanda, almeja logo “receber
Caboclo”. Entretanto, há funções tão ou mais importantes num Terreiro quanto a
dos médiuns que servem de “aparelhos” aos Guias.
Os “Cambones”, ou Médiuns
Auxiliares, exercitam sua mediunidade através da servil e humilde tarefa de
atender aos pedidos de uma Entidade, seja Caboclo, Preto Velho, ou até mesmo Companheiro.
Os “Ogãs ”, ou Médiuns Cantadores
de Ponto, são importantíssimos no trabalho de manter o equilíbrio vibratório
das Giras e o de preservar a pura sintonia dos pensamentos coletivos.
Há ainda os médiuns que
executam a tarefa de coordenar a entrada dos assistentes no Congá, os que
trabalham na limpeza do Terreiro, os que cuidam do material litúrgico comum a
todos, os que zelam pelo incenso e pelo turíbulo, os que desempenham tarefas
administrativas e os que coordenam o andamento das sessões. Tem também aqueles
que gratuitamente trabalham nas ações de caridade e nos bazares, e os que
realizam tantos outros serviços que parecem de pouca importância, mas que no
fim trará grandes benefícios no desenvolvimento da própria mediunidade.
O que seria dos médiuns de
Incorporação se não existissem todos os outros que, invisíveis aos olhos de
muitos, asseguram o bem estar deles mesmos? Como aqueles poderiam ser úteis no
atendimento aos consulentes se não existissem os médiuns que, mesmo não
incorporando, fazem parte da Gira contribuindo caritativamente com seus
serviços? No fim das contas, todos os médiuns exercem o mesmo papel: o de servo
bom e fiel a serviço da Corrente Astral de Umbanda.
casadecaridadesantoantoniodepadua
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