Sabe camboninho, nega véia
estava aqui matutando...enquanto esmagava esse manjericão cheiroso. No mundo
dos mortos a gente ainda pensa e trabalha zi fio... e muito! eh..eh...eh...
Estivemos visitando alguns
terreiros por essa Terra do Cruzeiro e observando alguns filhos de fé. Quanto
trabalho bonito se faz, quanta caridade que transforma o mal em bem! Isso nos
deixa felizes e com o coração cheio de luz.
Mas nega véia não pode
deixar de dizer que muita vezes entristece quando percebe muita fala e pouca
prática.
Não que a fala não seja
uma maneira de fazer o bem, mas na hora de aplicar para si mesmo, tem muito
filho que enrosca a cola na cerca.
A Umbanda, essa menina
nova que está debutando por agora, seja lá como é vista ou praticada, tem como
objetivo "a caridade a quem dela precisa".
É o remédio ao doente, é o
alento ao sofredor, é água ao sedento.
Mas tem filho que só
aceita ajudar se o "doente" não for contagioso, se a ferida não estiver
purulenta ou se ele estiver equilibrado o suficiente para não ocupar muito do
seu tempo.
E nessas ocasiões zi fio,
tantas vezes é Jesus batendo à porta e sendo mandado embora. E esse Jesus tanto
pode vir vestido de mendigo, quanto pode vir de terno e gravata como ainda pode
se apresentar de maneira a contrariar todos os nossos preceitos de "certo
ou errado".
Aquele que bate as portas
de um hospital, só o faz procurando cura e ou trabalho. E quem está lá dentro
como curador, não pode abster-se de acolher e medicar, mesmo que o recém
chegado não o esteja agradando, seja pela aparência ou condição espiritual,
emocional ou financeira.
Feliz daqueles que estão
no lugar dos que ajudam e não dos necessitados!
Mas zi fio, nega véia tem
visto muito casaco ser usado do lado avesso..eh.eh.eh.
Muita coisa muda nessa
vida de uma hora para outra e de repente o médico vira paciente e vice versa.
Quem nos garante o dia de amanhã?
Por isso meu menino,
julgar é uma tarefa que devemos deixar para Àquele que vê tudo lá do Alto.
Nossa visão é turva e nossa capacidade de discernimento ainda é muito limitada.
Temos visto muito médium
se negando a ajudar por qualquer motivo...eh..eh...eh...
Os filhos deixam parecer
que na Umbanda existem "cargos", o que não é a realidade, pois só o
que tem sobrando mesmo, é trabalho.
Triste zi fio, deixar de
acalentar, de dar suporte a quem precisa se educar, por temor que aquele
pedinte possa ter olhos de ver e com isso, enxergar a sujeira escondida embaixo
do tapete.
Mas nega véia segue o rastro
das estrelas. Já errou muito também e por isso compreende e tenta ajudar a
clarear as idéias e o coração dos filhos da terra.
Só falta ainda um tanto de
humildade pois os filhos de umbanda já iniciam nas primeiras séries da escola
do amor universal.
Saravá camboninho, nega
véia precisa falar menos e trabalhar mais...eh..eh..eh...
Vovó Benta (fevereiro de
2008)
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