quinta-feira, 30 de julho de 2015

A AMIZADE REAL





Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade.

     Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos.

     Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava 300 reais mensais.

     O jovem viajou alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas, mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável.

     Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente.

     O amigo de seu pai o recebeu com alegria. Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso.

   Apresentou-lhe os filhos que se envolviam num halo de saúde e contentamento.

     Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro. Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar.

    O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho:

    "Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e em vez de trezentos, entregue-lhe seiscentos reais, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei. A sua nova situação reclama recursos duplicados."O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles."Alegro-me em saber", falou o velho pai. "Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha, em vez do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil. Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo. Isso representaria crueldade e dureza de nossa parte.

     Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração. O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto.

   Volte, pois e atenda ao meu conselho. Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre ."Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.

    O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas.

   Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias.

     O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro.Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno.

     Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto.

     O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra!















       Por Marcos Martinez

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