quarta-feira, 15 de julho de 2015

O CASAMENTO NA VISÃO ESPÍRITA





O ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com outros seres para desenvolver-se e por em prática os ensinamentos adquiridos. O resultado natural do amor é o casamento, quando a meta é o relacionamento afetivo, companheiro, gerador de família e de amizade.

O casamento, segundo a visão que a Doutrina Espírita nos apresenta é a união de duas pessoas que se reencontram para se auxiliarem, mutuamente, em busca do progresso e deve ser baseado no amor, acima de tudo, além do respeito, carinho, amizade, afinidade, cumplicidade e compromisso.

Como na vida ninguém foi feito para viver sozinho, até mesmo quando pensamos estar sozinhos, há sempre um amigo ou irmão ao qual devotamos nossos mais sinceros sentimentos e que no auxilia com palavras, gestos de carinho...

Na verdade, o enlace matrimonial é o compromisso de crescimento a dois; Crescimento espiritual, moral e intelectual, no rumo da perfeição relativa, onde duas pessoas que se amam e se respeitam seguem juntas o caminho, um amparando o outro, com muita responsabilidade no compromisso que firmou na espiritualidade.

O casamento representa um alto estágio de evolução do ser, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, independente do tempo de duração deste casamento.

Para o Espiritismo, o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.

Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.

A família é um importante reduto para o aprimoramento dos seres, por reunir o ambiente propício para o aconchego, refúgio e tantos outros adjetivos básicos à vida...

Deus une os seres da forma mais pura, ou seja, pelo sentimento, de coração para coração. Nesta união ninguém deve interferir por ciúme, inveja ou qualquer outro tipo de sentimento negativo.

Quando vemos um casal feliz, desejamos para nós aquela felicidade e isso é natural. A harmonia existe porque aquelas almas se completam, qualquer uma delas, ao se relacionar com outra pessoa, não alcançaria a mesma harmonia e a felicidade teria uma intensidade menor. Precisamos entender que para termos a felicidade semelhante a outro casal, não é necessário destruirmos a união do casal, mas tão somente atingir o mesmo nível de harmonização.

Segundo o autor do texto original, João Batista Armani, na visão Espírita, o Casamento pode ser entendido conforme qualificação a seguir:

·               Casual: Primeiro encontro de duas criaturas, para iniciar, pela primeira vez, uma história juntas.

·           Provatório: Reencontro de espíritos de diferentes graus de adiantamento espiritual, que no passado desentenderam-se e, por isso, voltam  a encarnar para superar as provas a que forem submetidos e progredirem.

·               Expiatório: Em vidas anteriores marido e mulher erraram muito. Reencarnam em novo lar, para corrigir os erros cometidos, é um casamento de resgate.

·               Sacrificial: União de um espírito um tanto evoluído com outro menos evoluído com o fim de auxiliá-lo a progredir.

·               Afins: Espíritos evoluídos com sentimentos elevados, que se amam verdadeiramente. Corações afetuosos, juntos com objetivos supremos para, aliados, adiantarem-se espiritualmente.


Não sabemos em qual categoria nos achamos, mas não existe o acaso, ninguém se acha sob o mesmo teto por mera casualidade.

Deus permite, nas famílias, encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos com o duplo fim de servir de prova a uns e de avanço aos outros. Os bons tem campo de trabalho. Os maus se melhoram pouco a pouco com os cuidados que recebem; seu caráter se modifica, os hábitos se melhoram, as antipatias desaparecem.

Além da eliminação das “arestas” produzidas pela nossa própria inferioridade, a vida em família é também um ponto de referência que nos ajuda a manter o contato com a realidade. As pessoas de nosso convívio apontam nossas falhas, para corrigirmos os desvios de conduta.

Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde à outra; Permanece cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora. Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações e não, ser a mesma pessoa. Certos momentos, em um relacionamento, aparecem as divergências, comuns à pessoas diferentes. Mas elas não devem ser encaradas como obstáculos intransponíveis, mas oportunidades de conversar e esclarecer a conduta a ser tomada a benefício do casal. Vale sempre lembrar que:

O perdão é o treino da compreensão. Se procurarmos compreender o familiar sem criticar, identificaremos seus momentos menos felizes e não nos magoaremos.

A tolerância é o treino da aceitação. Cada ser humano está numa faixa de evolução. Não podemos exigir mais do que tem para dar. E ninguém é intrinsecamente mau. As pessoas tendem a comportar-se da maneira como as vemos. Estar sempre apontando defeitos pode ser uma maneira de fazê-las crescer, mas identificar pequenas virtudes é a melhor forma de desenvolvê-las.
A atenção é o treino do diálogo. Quando os componentes de uma família perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa o lar. É preciso saber ouvir, dar atenção ao que dizem os familiares e, principalmente, reconhecer que nos momentos de divergência eles podem estar com a razão.

O respeito é o treino da educação. É grande o número de lares onde as pessoas discutem, brigam, xingam-se e até se agridem, gerando uma atmosfera psíquica irrespirável que torna todos nervosos e infelizes. O problema é falta de autoeducação, a disciplina das emoções, reconhecendo que sem respeito pelos outros caímos na agressividade.

A renúncia é o treino da doação. Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha. Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas, se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem carinho com mais freqüência àqueles que habitam sob o mesmo teto?

Há muitas maneiras de manifestar carinho por aqueles que realmente nos são importantes: um bilhete singelo, a lembrança de uma data, o elogio sincero, o reconhecimento de um benefício, a saudação alegre, a brincadeira amiga, o prato mais caprichado, o diálogo fraterno, o toque carinhoso...  Para tanto é preciso que aprendamos a renunciar. Renunciar à imposição agressiva de nossos desejos; renunciar às reclamações e cobranças ácidas; renunciar às críticas ferinas; renunciar ao mutismo e a cara amarrada quando nos contrariam... Renunciar, enfim, a nós mesmos, vendo naqueles que a sabedoria divina colocou em nosso caminho a gloriosa oportunidade de trabalhar com Deus na edificação dos corações.

O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinemos na família menor, habilitando-nos para o serviço à família maior... A Humanidade inteira.

Finalizando o texto, não podemos deixar de lembrar o que Emmanuel nos ensina: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.























(Com base no texto original de João Batista Armani – CASAMENTO – Extraído do endereço: www.portaldoespirito.org.br)

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