domingo, 12 de julho de 2015

A UMBANDA QUE PRATICO

  


Quando estudamos a Umbanda, percebemos que a magia é um elemento fundamental dentro da religião. Essa magia é aquela que surge da fé daqueles que creem, do amor daqueles que praticam e da firmeza de pensamento e propósito daqueles que a seguem. Nossa Umbanda é aquela que se utiliza dos elementos da natureza para fortalecer as relações entre os mundos físico e espiritual, trazendo para os homens toda a energia benéfica e purificadora, necessária ao seu crescimento e evolução.

Antes de tudo, precisamos ter em mente que a Umbanda tem por finalidade a prática do bem, do amor e da caridade. Ela se fundamenta no Evangelho do Cristo, conforme codificado por Kardec, e nos elementos energéticos distribuídos por todo universo. A Umbanda foi trazida para os homens com a finalidade de falar aos humildes, de simbolizar a igualdade que deve existir entre todos os irmãos. Na Umbanda, os Espíritos dos sábios escravos, índios, entre outros Espíritos de luz, trabalham em benefício dos homens, independente de cor, raça, credo ou posição social. A característica principal da nossa religião é a prática da caridade no sentido de amor fraterno, pois ela é aquela que acolhe e escuta os aflitos; aquela onde se ensina e se aprende, independente do quanto e do que se saiba, pois afinal de contas, ela é amor, bondade, humildade e principalmente fé.

Diferente da consciência sobre o poder divino, as religiões foram criadas pelo homem. Isso não quer dizer que ter uma religião seja menos importante. Pelo contrário. Através da religião somos capazes de nos sintonizar com o que acreditamos, disciplinar nossas condutas e entender aquilo que nos faz necessário para a compreensão de toda nossa existência. Entretanto, como os homens ainda estão em estágio de aprendizado e portanto são imperfeitos, acabam esquecendo a finalidade de sua crença e, tentam tomar apenas para si, os benefícios que a prática religiosa legaria a todos os homens.

Muitas pessoas, deslumbradas com os dons mediúnicos recebidos ou com os benefícios financeiros que imaginam que eles possam gerar, acabam utilizando-os ou fingindo utilizá-los em favor próprio, deixando de lado a lei maior que diz: Dê de graça o que de graça recebeu. Dessa prática resultam consequências negativas para quem procura, para quem realiza e principalmente para a imagem da religião.

Uma vez entendido que a Umbanda pratica o Bem, podemos concluir que tudo aquilo que prejudica alguém, não faz parte dela. Em todas as religiões, não só na Umbanda, há pessoas de boa e má índole, que tomam boas ou más resoluções. Dentre as más resoluções podemos citar as promessas de curas, milagres, ou satisfação pessoal, em troca de dízimos, favores ou dinheiro. Tal prática deve ser abolida, pois para Deus, único capaz de tocar os corações, o dinheiro não tem valor algum. Aqueles que se apropriam de algo que julgam erradamente ser seu, com certeza prestarão contas daquilo que tomaram para si sem que lhes pertencesse. Quais recompensas eles podem na vida espiritual se já se apropriaram de todo benefício que poderiam receber quando na Terra?

Além disso, sabemos que os guias espirituais de Umbanda são espíritos de luz, cuja missão é auxiliar a evolução do homem através de seu conhecimento. Nossos guias espirituais nos conduzem na senda do bem, acompanhando de perto nosso caminhar. O médium que não vigia sua conduta está automaticamente afastando de si as entidades protetoras pois bons espíritos não admitem que as leis da Umbanda sejam contrariadas. Aqueles que praticam atividades que não condizem com a caridade e que enganam os aflitos, procuram por espíritos que se comprazem neste tipo de finalidade. E o pior é que acabam achando.

Dizer que esse tipo de prática não produza resultados ou que não movimente energias astrais é mentira, pois tudo que nós pedimos com vontade, se realiza. Se pedirmos o bem, o bem se realizará. Se pedirmos o mal, o mal se realizará, mesmo que seja para nós mesmos. A diferença é que quem atua no campo energético nesse tipo de situação não são os espíritos evoluídos, mas sim espíritos que trabalham com forças de baixo padrão. Espíritos altamente ligados à matéria, desprovidos de luz, de esclarecimentos sobre a verdade eterna. Por estarem ainda muito ligados à Terra, sentem em seu material perispiritual necessidades mais densas, procurando a energia necessária para suas atividades em encarnados ou em “ofertas materiais” que podem, por afinidade vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações. Para se satisfazerem, se atrelam a esses “pseudo-médiuns”, que por sua falta de vigilância e prática errônea da mediunidade, acabam facilitando o acesso às baixas aspirações. 

Muitos se fazem passar por guardiões, dando ao médium a impressão de estarem sendo assistidos pelo seu guia de confiança, quando na verdade, já se encontram subjugados aos anseios de espíritos baixos que em nada se assemelham a estes anjos de luz responsáveis pela nossa segurança.

Entendam que tudo aquilo que se promete às baixas energias será cobrado uma hora ou outra, portanto, se você faz um pedido a um desses espíritos baixos, está selando uma dívida com o que não conhece e com o que talvez nunca queira conhecer. Sendo assim, cuidado com o que deseja para o próximo. Só devemos desejar para o outro o que queremos para nós mesmos, pois tudo aquilo que desejamos para o outro, retorna para nós em dobro. Lembram da lei do retorno?

Pois é.

Lembrem-se de que a Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com o obsessor, mas o orienta e o doutrina. Ela não trabalha para causar prejuízo à ninguém e ainda por cima, dependendo do merecimento de quem a procura, a Umbanda ainda ajuda a afastar as más energias de perto da pessoa que não merece. Quando há uma manipulação de energia negativa no campo astral de uma pessoa que não mereça, os guias de luz da Umbanda, são capazes de reequilibrar a harmonia energética através de passes de limpeza, de imantação através dos elementos da natureza ou da retirada de um espírito inferior de perto da pessoa. Porém, é importante lembrar que a proteção da pessoa está diretamente ligada à sua conduta, o famoso ORAR E VIGIAR. Conforme vamos procurando locais, atividades e pensamentos de baixa vibração, abrimos canais para que energias negativas se conectem conosco novamente.

Os guardiões na Umbanda não praticam trabalho para prejuízo de ninguém. Eles são Espíritos de Luz que tem características vibratórias que os habilitam a trabalhar manipulando energias mais densas. Possuem conhecimento sobre as armadilhas do astral inferior, jamais se deixando seduzir por algo que conhecem tão bem. São grandes responsáveis por desfazer campos energéticos negativos e utilizam muitas vezes as oferendas de bebida e fumo, como ferramentas para manipular as energias mais materiais com as quais precisam lidar. Exus não fazem trabalhos para o mal de ninguém. Essa forma de se falar sobre eles é que muitas vezes faz com que eles sejam julgados erradamente por aqueles que não compreendem a importância de seu trabalho. Por isso é tão importante que o médium estude sempre antes de falar sobre o que desconhece.

Outro aspecto bastante relevante quando se trata dessas falsas promessas é o fato de se enganar alguém que passa por um problema e que muitas vezes está sem a capacidade de julgar razoavelmente as circunstâncias. Essas pessoas, na ânsia de procurar uma solução rápida, mágica e definitiva para seus problemas acabam procurando saída nesses falsos profetas, que oferecem aquilo que, com certeza, não são habilitados a cumprir. Muitas dessas pessoas que procuram essa solução desconhecem as consequências de seus atos. Outras pouco se importam com os resultados futuros. Mas o que se deve ter em mente é que ao se prometer a solução dos problemas, o falso profeta está enganando um aflito em troca de benefício financeiro, o que é muito errado e o que a Umbanda condena.

Outras pessoas procuram essas atividades por se acharem injustiçadas por qualquer tipo de situação, pedindo aos espíritos que façam o que seu próprio senso de justiça afirma ser o ideal. Mas quem somos nós para definir o que é o ideal? Quem somos nós para nos acharmos no direito de fazer alguém sofrer por concluirmos que esse ou aquele merecem. Mesmo que não aconteça o que desejamos negativamente para outrem, a intenção de prejudicar alguém é muito séria e, por isso, também resulta em consequências bastante desagradáveis para quem procura.

Precisamos saber que a umbanda é muito mais do que trazer seu amado de volta. A Umbanda faz você renovar suas energias e fortalecer seu amor próprio; dá entendimento que somente você mesmo pode trazer seu amado de volta se esse for o seu desejo, ou então dispensar de vez aquele que você achava ser o seu amor, caso ele não se encaixe nos seus ideais. Ensina a reconhecer seu próprio valor e a saber que laços verdadeiros nunca se desatam, independente de amarrações de qualquer tipo. Ensina que o amor existe por si só e não precisa de reforço de tipo algum.

Sejamos bastante conscientes a respeito do que a religião pode fazer por nós. Nós realizamos os nossos próprios milagres utilizando apenas a magia da fé sincera e da vontade do querer. Não busquemos atalhos para resolver nossos problemas. Busquemos nos aperfeiçoar na escola da vida para que os entraves do percurso se tornem chaves para abrir as portas de um amanhã consciente sobre responsabilidades das próprias escolhas e das próprias atitudes. 

Não são essas pessoas que se dizem sacerdotes de Umbanda sem sê-lo que resolverão o problema que você tem. Ninguém, além de Deus e de seus anjos guardiões, sabe mais sobre os seus problemas do que você mesmo. Fuja de quem lhe promete o mundo, pois não há como eles resolverem os problemas dos outros uma vez que o problema deles é sempre bem maior do que os seus, e nem os próprios problemas deles eles conseguem resolver. Se Deus precisasse de dinheiro, tinha deixado isso por escrito. Deus não quer o seu dinheiro, somente a sua fé. Espíritos de Luz que trabalham na Umbanda não precisam de elementos pesados, como o sangue de animais, para resolver o seu problema.

Não se iludam, se instruam. A Umbanda não é isso. Na Umbanda não se cobra por felicidade, ela está somente dentro de você. Não pague pelo que você já possui. Isso não é resolver sua vida. É alguém tentando explorar o seu desespero. É ameaça; É extorsão; É crime. É uma ofensa à nossa religião, que preza pela prática responsável da mediunidade em benefício do próximo. E por isso é importante que nunca esqueçamos que:




“A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho.”



















Nenhum comentário:

Postar um comentário