Quando estudamos a
Umbanda, percebemos que a magia é um elemento fundamental dentro da religião.
Essa magia é aquela que surge da fé daqueles que creem, do amor daqueles que
praticam e da firmeza de pensamento e propósito daqueles que a seguem. Nossa
Umbanda é aquela que se utiliza dos elementos da natureza para fortalecer as
relações entre os mundos físico e espiritual, trazendo para os homens toda a
energia benéfica e purificadora, necessária ao seu crescimento e evolução.
Antes de tudo, precisamos
ter em mente que a Umbanda tem por finalidade a prática do bem, do amor e da
caridade. Ela se fundamenta no Evangelho do Cristo, conforme codificado por
Kardec, e nos elementos energéticos distribuídos por todo universo. A Umbanda
foi trazida para os homens com a finalidade de falar aos humildes, de
simbolizar a igualdade que deve existir entre todos os irmãos. Na Umbanda, os
Espíritos dos sábios escravos, índios, entre outros Espíritos de luz, trabalham
em benefício dos homens, independente de cor, raça, credo ou posição social. A
característica principal da nossa religião é a prática da caridade no sentido
de amor fraterno, pois ela é aquela que acolhe e escuta os aflitos; aquela onde
se ensina e se aprende, independente do quanto e do que se saiba, pois afinal
de contas, ela é amor, bondade, humildade e principalmente fé.
Diferente da consciência
sobre o poder divino, as religiões foram criadas pelo homem. Isso não quer
dizer que ter uma religião seja menos importante. Pelo contrário. Através da
religião somos capazes de nos sintonizar com o que acreditamos, disciplinar
nossas condutas e entender aquilo que nos faz necessário para a compreensão de
toda nossa existência. Entretanto, como os homens ainda estão em estágio de
aprendizado e portanto são imperfeitos, acabam esquecendo a finalidade de sua
crença e, tentam tomar apenas para si, os benefícios que a prática religiosa
legaria a todos os homens.
Muitas pessoas,
deslumbradas com os dons mediúnicos recebidos ou com os benefícios financeiros
que imaginam que eles possam gerar, acabam utilizando-os ou fingindo
utilizá-los em favor próprio, deixando de lado a lei maior que diz: Dê de graça
o que de graça recebeu. Dessa prática resultam consequências negativas para
quem procura, para quem realiza e principalmente para a imagem da religião.
Uma vez entendido que a
Umbanda pratica o Bem, podemos concluir que tudo aquilo que prejudica alguém,
não faz parte dela. Em todas as religiões, não só na Umbanda, há pessoas de boa
e má índole, que tomam boas ou más resoluções. Dentre as más resoluções podemos
citar as promessas de curas, milagres, ou satisfação pessoal, em troca de
dízimos, favores ou dinheiro. Tal prática deve ser abolida, pois para Deus,
único capaz de tocar os corações, o dinheiro não tem valor algum. Aqueles que
se apropriam de algo que julgam erradamente ser seu, com certeza prestarão
contas daquilo que tomaram para si sem que lhes pertencesse. Quais recompensas
eles podem na vida espiritual se já se apropriaram de todo benefício que
poderiam receber quando na Terra?
Além disso, sabemos que os
guias espirituais de Umbanda são espíritos de luz, cuja missão é auxiliar a
evolução do homem através de seu conhecimento. Nossos guias espirituais nos
conduzem na senda do bem, acompanhando de perto nosso caminhar. O médium que
não vigia sua conduta está automaticamente afastando de si as entidades
protetoras pois bons espíritos não admitem que as leis da Umbanda sejam
contrariadas. Aqueles que praticam atividades que não condizem com a caridade e
que enganam os aflitos, procuram por espíritos que se comprazem neste tipo de
finalidade. E o pior é que acabam achando.
Dizer que esse tipo de
prática não produza resultados ou que não movimente energias astrais é mentira,
pois tudo que nós pedimos com vontade, se realiza. Se pedirmos o bem, o bem se
realizará. Se pedirmos o mal, o mal se realizará, mesmo que seja para nós
mesmos. A diferença é que quem atua no campo energético nesse tipo de situação
não são os espíritos evoluídos, mas sim espíritos que trabalham com forças de
baixo padrão. Espíritos altamente ligados à matéria, desprovidos de luz, de
esclarecimentos sobre a verdade eterna. Por estarem ainda muito ligados à
Terra, sentem em seu material perispiritual necessidades mais densas, procurando
a energia necessária para suas atividades em encarnados ou em “ofertas
materiais” que podem, por afinidade vibratória, atendê-los em seus desejos e
aspirações. Para se satisfazerem, se atrelam a esses “pseudo-médiuns”, que por
sua falta de vigilância e prática errônea da mediunidade, acabam facilitando o
acesso às baixas aspirações.
Muitos se fazem passar por guardiões, dando ao
médium a impressão de estarem sendo assistidos pelo seu guia de confiança,
quando na verdade, já se encontram subjugados aos anseios de espíritos baixos
que em nada se assemelham a estes anjos de luz responsáveis pela nossa
segurança.
Entendam que tudo aquilo
que se promete às baixas energias será cobrado uma hora ou outra, portanto, se
você faz um pedido a um desses espíritos baixos, está selando uma dívida com o
que não conhece e com o que talvez nunca queira conhecer. Sendo assim, cuidado
com o que deseja para o próximo. Só devemos desejar para o outro o que queremos
para nós mesmos, pois tudo aquilo que desejamos para o outro, retorna para nós
em dobro. Lembram da lei do retorno?
Pois é.
Lembrem-se de que a
Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com
o obsessor, mas o orienta e o doutrina. Ela não trabalha para causar prejuízo à
ninguém e ainda por cima, dependendo do merecimento de quem a procura, a
Umbanda ainda ajuda a afastar as más energias de perto da pessoa que não
merece. Quando há uma manipulação de energia negativa no campo astral de uma
pessoa que não mereça, os guias de luz da Umbanda, são capazes de reequilibrar
a harmonia energética através de passes de limpeza, de imantação através dos
elementos da natureza ou da retirada de um espírito inferior de perto da
pessoa. Porém, é importante lembrar que a proteção da pessoa está diretamente
ligada à sua conduta, o famoso ORAR E VIGIAR. Conforme vamos procurando locais,
atividades e pensamentos de baixa vibração, abrimos canais para que energias
negativas se conectem conosco novamente.
Os guardiões na Umbanda
não praticam trabalho para prejuízo de ninguém. Eles são Espíritos de Luz que
tem características vibratórias que os habilitam a trabalhar manipulando
energias mais densas. Possuem conhecimento sobre as armadilhas do astral
inferior, jamais se deixando seduzir por algo que conhecem tão bem. São grandes
responsáveis por desfazer campos energéticos negativos e utilizam muitas vezes
as oferendas de bebida e fumo, como ferramentas para manipular as energias mais
materiais com as quais precisam lidar. Exus não fazem trabalhos para o mal de
ninguém. Essa forma de se falar sobre eles é que muitas vezes faz com que eles
sejam julgados erradamente por aqueles que não compreendem a importância de seu
trabalho. Por isso é tão importante que o médium estude sempre antes de falar
sobre o que desconhece.
Outro aspecto bastante
relevante quando se trata dessas falsas promessas é o fato de se enganar alguém
que passa por um problema e que muitas vezes está sem a capacidade de julgar
razoavelmente as circunstâncias. Essas pessoas, na ânsia de procurar uma solução
rápida, mágica e definitiva para seus problemas acabam procurando saída nesses
falsos profetas, que oferecem aquilo que, com certeza, não são habilitados a
cumprir. Muitas dessas pessoas que procuram essa solução desconhecem as consequências
de seus atos. Outras pouco se importam com os resultados futuros. Mas o que se
deve ter em mente é que ao se prometer a solução dos problemas, o falso profeta
está enganando um aflito em troca de benefício financeiro, o que é muito errado
e o que a Umbanda condena.
Outras pessoas procuram
essas atividades por se acharem injustiçadas por qualquer tipo de situação,
pedindo aos espíritos que façam o que seu próprio senso de justiça afirma ser o
ideal. Mas quem somos nós para definir o que é o ideal? Quem somos nós para nos
acharmos no direito de fazer alguém sofrer por concluirmos que esse ou aquele
merecem. Mesmo que não aconteça o que desejamos negativamente para outrem, a
intenção de prejudicar alguém é muito séria e, por isso, também resulta em consequências
bastante desagradáveis para quem procura.
Precisamos saber que a
umbanda é muito mais do que trazer seu amado de volta. A Umbanda faz você
renovar suas energias e fortalecer seu amor próprio; dá entendimento que
somente você mesmo pode trazer seu amado de volta se esse for o seu desejo, ou
então dispensar de vez aquele que você achava ser o seu amor, caso ele não se
encaixe nos seus ideais. Ensina a reconhecer seu próprio valor e a saber que
laços verdadeiros nunca se desatam, independente de amarrações de qualquer
tipo. Ensina que o amor existe por si só e não precisa de reforço de tipo
algum.
Sejamos bastante
conscientes a respeito do que a religião pode fazer por nós. Nós realizamos os
nossos próprios milagres utilizando apenas a magia da fé sincera e da vontade
do querer. Não busquemos atalhos para resolver nossos problemas. Busquemos nos
aperfeiçoar na escola da vida para que os entraves do percurso se tornem chaves
para abrir as portas de um amanhã consciente sobre responsabilidades das
próprias escolhas e das próprias atitudes.
Não são essas pessoas que
se dizem sacerdotes de Umbanda sem sê-lo que resolverão o problema que você
tem. Ninguém, além de Deus e de seus anjos guardiões, sabe mais sobre os seus
problemas do que você mesmo. Fuja de quem lhe promete o mundo, pois não há como
eles resolverem os problemas dos outros uma vez que o problema deles é sempre
bem maior do que os seus, e nem os próprios problemas deles eles conseguem
resolver. Se Deus precisasse de dinheiro, tinha deixado isso por escrito. Deus
não quer o seu dinheiro, somente a sua fé. Espíritos de Luz que trabalham na
Umbanda não precisam de elementos pesados, como o sangue de animais, para
resolver o seu problema.
Não se iludam, se
instruam. A Umbanda não é isso. Na Umbanda não se cobra por felicidade, ela
está somente dentro de você. Não pague pelo que você já possui. Isso não é
resolver sua vida. É alguém tentando explorar o seu desespero. É ameaça; É
extorsão; É crime. É uma ofensa à nossa religião, que preza pela prática
responsável da mediunidade em benefício do próximo. E por isso é importante que
nunca esqueçamos que:
“A
Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como
Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em
Seu nome e em nome de seu Evangelho.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário