... Oh! Senhor dos
Mundos... Onde estás? Que não te ouço mais, desde aquele instante-luz – marco
na eternidade de minha percepção consciente, dito como livre-arbítrio! Instante
maldito em que, usando de minha vontade, desci às terríveis regiões cósmicas da
ignorância – do desconhecido!... Onde estás?! Onde estás agora, Senhor?! Quando
as chagas da dor, de sofrimento mil, vêm marcando como fogo esta minha alma,
através de tantas e tantas encarnações e nesta se consubstanciaram na tremenda
exigência desse testemunho de fogo. Oh! Senhor das Vidas! Quão rígido é
sentir-se os véus da dor abrir o íntimo da consciência e revelar em quadros
retrospectivos a soma das ações contundentes, com as quais feri, da esquerda
para a direita, a esses e aqueles!
... Oh! Senhor da Eternidade! Quão terrível é
ver se rasgar os Véus da Dor, sentindo consciente interpenetrá-la, nas
profundas razões – de causas e efeitos, geradoras dessas condições, já marcadas
no ritmo da conseqüência... Mas, oh! Senhor das Almas! Afirmo-te que
conscientemente: mais dolorosa que essas dores foi a revelação que a mim
veio... Passarão as noites e os séculos, aos milhões, na repetição que a mim
veio... Passarão as noites e os séculos, aos milhões, na repetição incessante
dos Ciclos e, entretanto, a libertação final se encontra tão longe ainda,
quanto a distância-luz que me falta para ascender, através das galáxias, à
Linha de Evolução Original – aquela de onde vim... E é por isso, Senhor, que
sofro a desesperação de um saber, preso às células orgânicas que desgastei, no
entrechoque das lutas e das emoções!... Sim, sim Senhor das Vidas! Porque estas
células sensíveis conservam, no íntimo de sua natureza, a marca dos “espinhos”
que rasgaram os véus da minha vontade, dos meus desejos, desnudando-me a alma
para a vertigem das encarnações... Sim! Ainda conservo a lembrança de meu
primeiro pranto consciente, porque vi, impressas nas lágrimas derramadas, as
sendas que havia construído no passado... Elas, Senhor, se uniam como linhas,
no final, formando um caminho e nele eu “me via frente a frente com meu
ponto-crucial.” 7 Mas, oh! Senhor das Consciências! Quantas vezes – TU bem o
sabes – consegui afastá-lo, pelas mil artimanhas de meu espírito... e, no
entanto, ontem senti uma imperiosa necessidade de enfrenta-lo e hoje, ele –
esse ponto crucial, rasga mais um véu, o da grande dor, no testemunho
consciente da prova que aceitei e deu nesta vida.
... Agora, oh! Senhor da
Suprema Lei, que parece tudo haver passado como um furacão, me ajuda a esquecer
– porque, perdoar eu já o fiz – as dolorosas impressões que ainda estão
aferradas em minha alma, de tantas e tantas traições, de tantas e tantas
punhaladas e de tantas e tantas incompreensões...
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