domingo, 31 de janeiro de 2016

OS VÉUS DA DOR






... Oh! Senhor dos Mundos... Onde estás? Que não te ouço mais, desde aquele instante-luz – marco na eternidade de minha percepção consciente, dito como livre-arbítrio! Instante maldito em que, usando de minha vontade, desci às terríveis regiões cósmicas da ignorância – do desconhecido!... Onde estás?! Onde estás agora, Senhor?! Quando as chagas da dor, de sofrimento mil, vêm marcando como fogo esta minha alma, através de tantas e tantas encarnações e nesta se consubstanciaram na tremenda exigência desse testemunho de fogo. Oh! Senhor das Vidas! Quão rígido é sentir-se os véus da dor abrir o íntimo da consciência e revelar em quadros retrospectivos a soma das ações contundentes, com as quais feri, da esquerda para a direita, a esses e aqueles!

... Oh! Senhor da Eternidade! Quão terrível é ver se rasgar os Véus da Dor, sentindo consciente interpenetrá-la, nas profundas razões – de causas e efeitos, geradoras dessas condições, já marcadas no ritmo da conseqüência... Mas, oh! Senhor das Almas! Afirmo-te que conscientemente: mais dolorosa que essas dores foi a revelação que a mim veio... Passarão as noites e os séculos, aos milhões, na repetição que a mim veio... Passarão as noites e os séculos, aos milhões, na repetição incessante dos Ciclos e, entretanto, a libertação final se encontra tão longe ainda, quanto a distância-luz que me falta para ascender, através das galáxias, à Linha de Evolução Original – aquela de onde vim... E é por isso, Senhor, que sofro a desesperação de um saber, preso às células orgânicas que desgastei, no entrechoque das lutas e das emoções!... Sim, sim Senhor das Vidas! Porque estas células sensíveis conservam, no íntimo de sua natureza, a marca dos “espinhos” que rasgaram os véus da minha vontade, dos meus desejos, desnudando-me a alma para a vertigem das encarnações... Sim! Ainda conservo a lembrança de meu primeiro pranto consciente, porque vi, impressas nas lágrimas derramadas, as sendas que havia construído no passado... Elas, Senhor, se uniam como linhas, no final, formando um caminho e nele eu “me via frente a frente com meu ponto-crucial.” 7 Mas, oh! Senhor das Consciências! Quantas vezes – TU bem o sabes – consegui afastá-lo, pelas mil artimanhas de meu espírito... e, no entanto, ontem senti uma imperiosa necessidade de enfrenta-lo e hoje, ele – esse ponto crucial, rasga mais um véu, o da grande dor, no testemunho consciente da prova que aceitei e deu nesta vida.

... Agora, oh! Senhor da Suprema Lei, que parece tudo haver passado como um furacão, me ajuda a esquecer – porque, perdoar eu já o fiz – as dolorosas impressões que ainda estão aferradas em minha alma, de tantas e tantas traições, de tantas e tantas punhaladas e de tantas e tantas incompreensões...











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