sexta-feira, 15 de abril de 2016

VIVER EM COMUNHÃO NO TEMPLO QUE TE ACOLHE





Ao entrar pela porta da frente de um templo, quase sempre a pessoa vem em busca de uma resposta para as dificuldades que vem encontrando em sua vida, sejam elas materiais, espirituais, consciênciais, psicológicas ou de qualquer forma de perturbação em sua paz e felicidade.

Veja bem não estou dizendo que não há pessoas que frequentam um templo por amor ou ainda que venham pelo mesmo motivo conhecer uma casa nova, isso sempre existiu e sempre existirá, pois são essas pessoas que ajudam a fundar uma casa ou trazer o respeito e a credibilidade para os trabalhos que ali acontecem.

Sim pessoas que vem por amor e sem esperar nada em troca, são as que mais ajudam no crescimento de uma casa, pois trazem, mais amor e relacionamentos espirituais em sua caminhada evolutiva, do que os filhos que ainda precisam da religião como que para recuperar algo perdido ou conseguir algo que não tem.
Assim muitos filhos e filhas de uma determinada religião ao conseguirem o que querem perdem o encanto, ou pior ainda, quando não conseguem o que querem, aí começam a enxergar defeitos em tudo e em todos que ali estão, e olha que, as vezes nem a espiritualidade é poupada.

Essas pobres crianças, ainda vivem uma adolescência pueril e cheia de anseios, ainda não olharam para dentro de si próprios, não enxergaram a beleza do criador que a todo tempo pede para que o deixem atuar em suas vidas.

Muitos ainda amarrados pelos pulsos, pernas e coração, não a feitiços ou trabalhos de amarração, mas ao seu próprio ego, vaidade e preconceitos, embutidos em suas consciências, que acabam por limitar sua oportunidade evolutiva.

Acreditar em Deus antes de mais nada é acreditar que se é realmente filho Dele e que o bom pai jamais deixa de vigiar o seu filho, o bom pai está alerta e sabe os caminhos pelos quais o filho anda e não permite que suas experiências sejam de sofrimento ou de abandono.

Isso não quer dizer que não tenhamos que viver nossas experiências, e é claro que temos! Afinal se não houvessem mais experiências a serem vividas, não haveriam mais lições a serem aprendidas e nem caminhada evolutiva a ser completada. Diga-se de passagem que a caminhada evolutiva nunca cessa, pois Deus é inatingível em sua plenitude, somos sua imagem e semelhança, mas nunca seremos Deus, portanto há de se entender que buscamos a evolução.

O templo que te acolhe é mais uma das muitas famílias que Deus nos dá, permitindo levarmos para dentro dessa casa, nossos anseios e deficiências, mas também nosso amor e conhecimento, compartilhar é tudo o que se pede e tudo o que se deve esperar, afinal todos tem algo a dar e a receber, essa é a Lei da Umbanda, “Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos.” Caboclo Sete Encruzilhadas – 15/11/1908 – Niterói – RJ.

Porque então depois de estar na casa, fazer amigos e irmãos de fé, semear boas atitudes, se mostrar manso e cordial, tudo muda?

Porque não enxergamos mais com o mesmo brilho e encanto tudo que tem transformado nossa vida, mesmo que sutilmente?

A resposta é simples, nossa vaidade, a mesma vaidade que nos faz enfrentar nossos pais quando somos crianças e achamos que temos mais direitos do que deveres, a mesma vaidade que nos coloca em conflitos em nossa vida social, profissional e amorosa, a vaidade de acharmos que somos especiais e merecemos ser tratados dessa forma.

Todos tem o direito de falar e de ser ouvidos, mas poucos exercem esse direito, porque sabem que a partir do momento que o fizerem terão o dever de ouvir também. Aí mora a criança rebelde, que não quer se calar dentro de cada um de nós, aí mora o adolescente que quer dirigir o carro do pai, mas não quer trabalhar para colocar o combustível, trocar o óleo e os pneus.

Assim também somos nós queremos dirigir e ser ouvidos, queremos exercer todos os nossos direitos afinal, estamos numa igreja, num templo sagrado e todos somos iguais ao olhos de Deus, sim isso é verdade, mas tem de trabalhar, tem que colocar combustível, trocar o óleo e os pneus para que o carro ande, é preciso dedicação.

Trabalhar nesse caso é ir além, abrir mão do descanso, dos fins de semana, da academia, dos passeios, da FAMÍLIA e isso tudo por amor sem deixar de ser feliz e nem se achar especial ou melhor que ninguém!

E isso são poucos que o fazem e muitas vezes quando o fazem, são julgados como se estes fossem os verdadeiros egocêntricos e vaidosos. Ledo engano.

Um dirigente espiritual, não é um Santo, nem um Avatar, não deve ser idolatrado e nem ter a sua volta pessoas que o tratem com bajulação ou excessos, o que deve existir acima de tudo é o sentimento de respeito, um respeito que permita enxergar através dos olhos humanos e materiais, um respeito que entenda que diante de si existe uma pessoa que busca o conhecimento e que se equilibrado e ciente de suas responsabilidades com o grupo que conduz, irá querer compartilhar esse conhecimento de forma aberta e transparente para o crescimento de todos.

Ter afinidades em maior ou menor grau não é privilégio e nem significa que uma pessoa é especial aos olhos do dirigente, mas sim, algo que nasce do relacionamento mais profundo e frequente, é a confiança de saber que, se pode contar, uma confiança que brota no seio familiar e que perdura independentemente do tempo. Confiança não pode ser comprada, ela é conquistada, ela é pedra preciosa que necessita ser lapidada com esmero e carinho e como algo muito delicado quando se quebra, dificilmente se consegue reparar.

Portanto, há de se entender que somos afins enquanto espíritos e que nosso Pai Maior não nos colocou juntos ao acaso, mas continuar juntos é uma questão de escolha, é um sentimento que deve brotar de dentro. E que se o sentimento não é mais esse não devemos nunca julgar ou desmerecer o templo que nos acolheu, ele nos foi bom por um tempo e já não atende mais nossos anseios, pois bem simplesmente é hora de caminhar e não de denegrir, é hora de construir algo novo e não de destruir o belo que já existe, é hora de ver o sol nascer em outras paisagens e não de semear a escuridão e os sentimentos negativos.

Muitos pensam dou o melhor de mim, ora receberei o melhor! E se não gosto do que recebo?

Talvez seja porque estou dando o que não gosto em mim, tentando me desfazer daquilo que me incomoda, com aqueles que não me são tão importantes. Então com que direito vou cobrar, receber o melhor de cada um deles?

Quando nossa espiritualidade está em terra trabalhando na caridade através de nós, podem ter certeza meus amigos, os mais necessitados naquele momento somos cada um de nós e também somos os maiores beneficiários desse tratamento. Através de cada filho ou filha que se senta em frente a um Preto Velho, Caboclo, Boiadeiro, Marinheiro, Cigano, Exu, Pomba Gira e toda ou qualquer entidade de luz que trabalhe conosco, poderemos ver, se abrirmos bem os olhos do nosso coração e esgotarmos nossa vaidade, A HISTÓRIA DE NOSSAS VIDAS contadas em capítulos por escritores diferentes.

Para encerrar, menos julgamento e mais trabalho! Se o carro não está bem regulado para o passeio e nem tão limpo para carregar a galera, em vez de reclamar vamos ajudar a cuidar!!!

Obrigado meu amado Caboclo Pena Dourada, sua presença acalenta meu coração e torna mais doce minhas palavras!










Fábio Guimarães – Sacerdote de Umbanda
Por Orientação do Caboclo Pena Dourada


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