Todo médium é um ser
encarnado e, como tal, tem um corpo físico e uma vida material para cuidar,
além da espiritual.
O corpo físico é apenas
matéria, é um empréstimo, é temporário, mas é uma extensão do espírito e deve
durar o tempo suficiente para o cumprimento da tarefa a que ele se dispôs aqui
na Terra, inclusive a mediúnica. Dessa forma, exigirá dele certos cuidados
práticos que não podem ser negligenciados, a fim de que não se comprometa o seu
plano de encarnação, nem a sua tarefa como médium.
Da mesma forma, a vida
material é intrínseca à encarnação e implica em certos cuidados “mundanos” que
não podem ser deixados de lado, para que não venham a causar preocupações e
desgastes desnecessários, comprometendo tanto o seu plano encarnatório, como
sua tarefa como médium.
Para cumprir essa tarefa,
ele precisa estar bem como ser encarnado, do contrário não poderá atender
satisfatoriamente às exigências e condições do trabalho espiritual.
É preciso que o médium se
lembre de que sua vida física é também uma parte integrante importante de sua
vida espiritual e não pode ser separada, isolada, anulada, negligenciada ou
ignorada, para que o seu próprio espírito não se prejudique com isso.
É como diz Wagner Borges,
em seu livro Falando de Espiritualidade:
“Não fuja da vida humana
normal. Deus está em tudo e o plano extrafísico interpenetra a dimensão humana.
Logo, a energia divina também está na vida natural de todos”.
Aspectos que interferem na
mediunidade
Alimentação - o médium
deve ter atenção especial à sua alimentação. Excesso devem ser evitados, pelo
menos, nas 24 h que antecedem o trabalho mediúnico ou energético.
Higiene física e mental - A higiene é parte
importante na manutenção da saúde de qualquer ser encarnado e deve ser
preocupação do médium também.
A higiene física,
caracterizada pelos bons hábitos comuns que aprendemos desde crianças, não deve
ser esquecida, pois além de proporcionar maior bem estar ao médium, é também
uma atitude de respeito para com os colegas de trabalho e os assistidos, que
não precisam ficar sujeitos aos efeitos naturais de sua falta de higiene, como
mau hálito, odor de suor, odores dos pés, etc.
“Embora as forças do
espírito sejam autônomas e se manifestem independentemente das condições
físicas ou da saúde corporal, o êxito mediúnico de passes e fluidificação de
água é afetado quando os médiuns ou passistas negligenciam a sua higiene física
e mental.
“... a higiene corporal e
o asseio das vestes dos médiuns durante suas tarefas mediúnicas terapêuticas
nada tem a ver com rituais, práticas ortodoxas ou quaisquer cerimônias de
exaltação da fé humana.
O uso do sabão e da água
para a limpeza do corpo físico é necessidade essencial com o fito de
eliminar-lhes a sujidade, o mau odor e os germens contagiosos que podem afetar
os pacientes”.
“Entre os pacientes submetidos aos passes
mediúnicos serão poucos os que se sentem atraídos e confiantes no médium que,
arfando qual fole vivo, sopra-lhes no rosto o seu mau hálito e respinga os de
saliva, enquanto ainda os impregna com a exalação fétida do corpo ou dos pés
mal asseados. Outros médiuns ainda acrescentam a tais negligências o odor morno
e sufocante do corpo suado, da brilhantina inferior no cabelo e da roupa empoeirada.
Malgrado nossas considerações parecerem, talvez, exageradas, repetimos, mais
uma vez: o êxito da terapia mediúnica depende fundamentalmente do estado de
receptividade psíquica dos enfermos. Em consequência, todos os motivos ou
aspectos desagradáveis no serviço mediúnico, mesmo os de ordem material,
reduzem, consideravelmente, o sucesso desejado”.
“Se o médium se
desinteressar dos preceitos mais comuns de higiene e apresentação pessoal,
certamente dará motivo a uma certa antipatia entre os seus consulentes”.
Na higiene física não
estão apenas os bons hábitos básicos diários, mas também a prevenção médica e
dentária regular, bem como o cuidado com a aparência física, sem exageros, de
modo que o médium sinta-se bem com a própria imagem, bem como com as suas
condições físicas. A autoestima sadia é fator de muita importância no
equilíbrio do médium, já que a falta de autoestima é uma das principais causas
de depressão, revolta, agressividade, etc.
A higiene mental também é
importante. O hábito de só cuidar do que trate de mediunidade e espíritos é, na
verdade, um desequilíbrio, um vício que deve ser evitado por qualquer pessoa
que lide com a espiritualidade. Como já dissemos, como encarnado, o médium deve
também procurar, com equilíbrio, com bom senso, os prazeres materiais, o bom
humor, as distrações, o lazer, os passeios, os divertimentos, as coisas boas
deste mundo onde vive, como forma de se manter equilibrado e saudável,
satisfeito e bem disposto.
Vale lembrar o que
diz Miramez, em seu livro Plenitude Mediúnica,
pela psicografia de João Nunes Maia: “O
homem de bem sempre mostra traços de alegria, que conforta os que com ele
travam conversações. Esse tipo de companheiro podemos chamá-lo de médium da
alegria, por transmitir, com facilidade, o aprazimento a todos que dele se
aproximam. Essas criaturas devem cultivar mais esse dom extraordinário, por
servir de qualidade que leva a esperança para os sofredores”.
“Observemos o quanto a
natureza é alegre! Se passarmos a observá-la, além de contentamento, encontraremos
outros princípios elevados das leis naturais, de onde podemos extrair modelo
para o nosso dia a dia”. “Se por ventura
vai conversar com alguém em qualquer parte, não esqueça da alegria, pois ela
ajuda e faz crescer a esperança nos que o ouvem. Se vai começar algum trabalho,
lembre-se primeiro da alegria, que faz o ambiente melhorar para acertar com
mais eficiência as suas obrigações. Se está lendo, esforce-se para manter uma
postura alegre, que, nesse estado, o entendimento surgirá com mais facilidade e
terá maior compreensão da página lida. Se está enfermo, não se entregue ao
desânimo, pois ele multiplica a doença; arregimente forças para o
contentamento, que servirá de canal para o restabelecimento e, nessa condição,
um copo de água fresca lhe restabelecerá as forças”.
“Não basta cuidar da
mediunidade, é preciso cuidar do médium, da pessoa, do seu reequilíbrio, e não
podemos ignorar que é no kit pensamento/emoção que se assenta a mediunidade.”
É importante ter em mente
que o médium é um ser encarnado como qualquer um de nós, e não um super-homem.
Por isso, está sujeito aos mesmos problemas e perturbações que as outras
pessoas, e o fato de adoecer ou precisar de ajuda profissional ou medicamentos
não é demérito para ele, nem como pessoa, nem como médium.
É preciso tratarmos os
médiuns como seres humanos, imperfeitos também, sujeitos a altos e baixos, mas
tentando acertar, tentando crescer e melhorar, COMO TODO MUNDO.