Se você é médium
frequentador de algum terreiro, já deve ter pelo
menos ouvido alguém dizer:
-"Olha a corrente,
gente ! Vamos concentrar"!
Você sabe realmente o que
isso quer dizer? Muita gente (até as que falam) não sabe!
O que é essa tal de
"corrente"?
Será uma corrente de ferro
ou de fibras que se forma no invisível?
Será uma corrente que vai
prender os espíritos?
Será? Será?
Na verdade, quando um
dirigente (quando bem preparado) chama a atenção para a "corrente" é
porque ele sentiu uma queda ou diminuição na energia ambiental (EGRÉGORA) que
deve ser mantida pelos médiuns em um potencial elevado, de forma a manter os trabalhos
em nível adequado, até mesmo por uma questão de autopreservação.
Essa questão da
"corrente" ou egrégora é tão importante que vamos nos aprofundar um
pouco mais no assunto para que você possa perceber, se orientar e orientar a
outros.
Vou tomar como exemplo uma
gira de Umbanda, mas advirto que você pode adaptar minhas explicações para
entender práticas espirituais, inclusive das Igrejas Evangélicas que fazem
curas etc.
Vamos considerar um grupo
de 10 pessoas e partir do princípio
de que TODAS ESTÃO UNIDAS
POR UM MESMO IDEAL.
Isso é a base de tudo !
Criada a egrégora como já
vimos antes (pela união dos pensamentos direcionadas aos mesmos fins), cada vez
mais energias de mesma sintonia são atraídas para o ambiente. Essas energias
somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão e em alguns casos, se for
bem forte já começam a operar alguns "milagres", desde que as pessoas
estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por receberem
um bem).
As entidades (aí eu já
estou falando de seres espirituais) afins penetram e até são atraídas para o
interior.
Entidades inferiores
tendem a ser barradas por uma força invisível (a energia) que a princípio é
incompatível com suas vibrações (isso se tudo estiver "correndo
bem").
Se uma entidade inferior
for atraída para dentro da egrégora, ela fica de certa forma subjugada pela
força desta e desse modo se consegue lhes dar um melhor encaminhamento para
outros planos espirituais.
As entidades afins usam
parte dessa energia para auxiliar os que ali estão na medida de suas
possibilidades.
A técnica usada nos
terreiros de Umbanda e Candomblé para formar a egrégora inicial (quando os
grupos são bem dirigidos) está baseada nos rituais de "abertura".
Já nas Igrejas Evangélicas
e outras, consiste basicamente nas pregações, que fazem com que os adeptos se
concentrem ou dirijam seus pensamentos de acordo com a "pregação".
Se você for um estudioso e
não carregar preconceitos, notará que nessas "pregações" há sempre um
direcionamento do raciocínio dos ouvintes de forma a fazê-los pensar
positivamente e acreditarem firmemente na possibilidade de alcançarem os bens que
foram procurar. Nesse momento, embora nem saibam às vezes, estão gerando a
egrégora.
Fazer com que a
assistência participe ativamente, pensando positivamente, deve ser parte
obrigatória de TODAS as giras de Umbanda.
Essa no entanto é uma
prática esquecida e o que vemos em muitos terreiros é uma assistência quase que
sempre alheia, só participando em alguns momentos, de preferência quando vêm de
encontro ao que lhes interessa.
Dessa egrégora, como já
disse, são retiradas as energias para a realização dos trabalhos, o que vale
dizer que se essa energia não for forte o suficiente, o mínimo que pode
acontecer é acontecer nada.
Por outro lado, se a
corrente ou egrégora das "giras" não for suficiente, várias
complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que, o(a) dirigente,
por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as maiores
quantidades de energia ali geradas e mesmo as trazidas pelos assistentes, é
quem sofre, por assim dizer, as maiores consequências dos trabalhos realizados
sem a devida segurança.
Veja abaixo alguns tipos
de complicações que podem ocorrer.
Complicações que podem
ocorrer ainda dentro da sessão:
a) Médium dirigente e/ou
médiuns auxiliares não conectados positivamente com suas entidades de guarda o
que pode provocar de imediato incorporações insatisfatórias, e insegurança.
b) Perturbações por
intromissão de entidades do Baixo Astral que encontram entrada fácil nesses
casos.
c) Problemas com médiuns
e/ou assistência com relação até mesmo à integridade física, pois não é raro em
sessões dessa natureza, haverem manifestações turbulentas de entidades descontroladas
e médiuns idem.
d) Cansaço físico de
dirigente e médiuns ao final dos trabalhos pela perda energética sofrida. O
normal é que quando se encerram os trabalhos, todo os médiuns se sintam em perfeitas
condições físicas e, não se tratando de trabalhos de descarga e desobsessão, é
normal até que saiam sentindo-se melhor do que quando chegaram, justamente
porque conseguiram atrair uma grande quantidade de energia positiva da qual
todos poderão desfrutar.
Observação:
Existem mais situações que
podem acontecer, mas vamos ficando por aqui pois só as citadas já darão como consequências
as que vêm após.
Complicações que podem
ocorrer com a continuidade dos problemas:
Enfraquecimento
crescente dos contatos entidade/médium.
Corpo mediúnico cada
vez mais inseguro.
Dificuldades crescentes
para a realização de trabalhos.
Problemas começam a
surgir na vida material de todos.
Discórdias entre o
grupo começam a gerar desentendimentos maiores.
Formam-se grupos dentro
do grupo dividindo a energia ao invés de somá-la.
Doenças e dificuldades
começam a aparecer.
Como os contatos
espírito/médium já não são tão positivos, torna-se difícil ou impossível a
solução de problemas que antes eram nada (aí, não raramente começam a se
consultar em outros lugares).
Para sintetizar: Todos
serão altamente prejudicados por seus próprios atos e desunião e, como ocorre
normalmente, ao final ELEGERÃO SEMPRE UM CULPADO - ou o dirigente ou a própria
Umbanda.
Ainda sobre a egrégora de
terreiros de Umbanda, é preciso que se explique que ela, além de ser formada e
nutrida com a energia gerada em cada reunião, também é favorecida pelas
"firmezas" ou "assentamentos" que devem ser tratados,
reforçados e respeitados.
Mais uma explicação.
Assentamento, como muitos
podem crer, não é prática exclusiva das religiões Afro. Até mesmo elas
"importaram" essa prática de Seitas e Religiões muito mais antigas.
Se os assentamentos
estiverem bem "sintonizados" com as energias e entidades para os
quais foram dirigidos, sabendo o/a dirigente acioná-los, eles serão de grande
importância (caso contrário serão meros ocupantes de lugar) pois poderão trazer
para o ambiente essas energias e entidades que beneficiarão sobremaneira a
realização de trabalhos positivos.
Para resumir e ficar bem
entendido, observe o seguinte:
Energia positiva atrai
energia positiva (o oposto também vale).
Pensamentos (que geram
energia) positivos atraem energias e fatos positivos (ou negativos...).
Medo, insegurança e
discórdias quebram a rotina da criação e da ação de energias positivas.
Fé (certeza, convicção)
provoca sempre a criação de energia e, quanto maior for, maior será a ação
dessa energia.
Egrégoras são energias
que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia. Se elas serão positivas ou
negativas, dependerá de quem as criará.
Egrégoras (se
positivas) são de utilidade total em qualquer reunião para trabalhos
mediúnicos. Quanto mais fortes, maior o auxílio que podem prestar.
Egrégoras formam-se até
mesmo em sua casa, seu ambiente de trabalho etc. Só que nesses casos, como não
costuma haver um direcionamento das energias que a formarão (a não ser em
poucos casos) elas correm o risco de serem negativas.
Grupos desunidos, por
mais forte que queira parecer o dirigente, estarão sempre a um passo da derrota
em função de não conseguirem gerar o ambiente propício para a presença de
verdadeiros Espíritos Guias.
A disciplina e a união
em torno de objetivos comuns são parte sólida da base que construirá o
verdadeiro Templo - aquele onde comparecerão sempre os verdadeiros Amigos
Espirituais.
do livro:Umbanda Sem Medo
I
Claudio Zeus
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