sábado, 26 de outubro de 2013

A GUIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO DOS MÉDIUNS




Todos nós já tivemos oportunidade de ver aqueles "colares" coloridos, que os médiuns e os participantes de um Terreiro de Umbanda utilizam nos seus "trabalhos espirituais".
Algumas são feitos de contas coloridas de porcelana, outras de cristais, metais, sementes ou favas.
Esses "colares" são chamados de guias.
Alguns médiuns chegam a exagerar na quantidade e no tamanho destas guias coloridas, o que na realidade é desnecessário , para cumprir sua finalidade bastaria uma única guia.
Essas guias possuem suas características, qualidades e finalidades.
Entre suas finalidades destacamos as três principais , quais sejam: identificação da linha que pertence a entidade espiritual protetora do médium, elo de ligação entre médium e entidade espiritual ,ou seja , elemento material auxiliar no mecanismo de comunicação mediúnica entre o médium e a entidade espiritual e finalmente elemento de proteção do médium.
Neste texto nos preocuparemos somente com esta última característica ,ou seja, a guia com finalidade de proteção do médium. Na realidade a guia pode ser usada ,e é utilizada , não somente pelos médiuns "desenvolvidos" que já se encontram trabalhando na corrente do terreiro , como também pelos médiuns em desenvolvimento e também por todos os participantes do terreiro - os filhos do Terreiro.
Essas guias são consideradas objetos sagrados e devem ser tocadas somente pelo médium ou pelo chefe espiritual do terreiro.
Nunca se deve deixar uma pessoa estranha colocá-las ou mesmo manipulá-las. Essas guias são de uso exclusivo da pessoa e não podem ser trocadas ou colocadas por outros médiuns.
Normalmente as guias são guardadas pelo médium e são usadas somente nos trabalhos , podendo naturalmente haver alguma exceção em alguns terreiros,  mas de qualquer modo são consideradas objetos de valor e respeito.
Muitos já devem ter presenciado quando a guia se rompe e suas peças voam para todos os lados. Em algumas ocasiões,  basta o ato de tocá-las e elas se rompem.
Nesse momento é muito comum um trocar de olhares entre as pessoas, o primeiro pensamento que ocorre é: Fulano estava carregado, ainda bem que a guia cumpriu sua função.
Que função é esta?
Esta função é a de proteger o médium, ou seja, aqueles fluidos negativos que eram dirigidos ao médium se descarregam na guia, provocando o seu rompimento.
As guias devem ser confeccionadas pelo próprio médium, sempre a pedido de seu protetor espiritual ou do chefe espiritual do terreiro.
Algumas pessoas podem comprá-las prontas, mas nem sempre é recomendável. Se isso acontecer, antes de serem utilizadas antes de serem utilizadas devem ser descarregadas na água com sal, podendo em algumas ocasiões serem "preparadas", conforme determinação do espírito protetor do médium.
Após este procedimento inicial as guias são "cruzadas" pelo protetor espiritual do médium e então passa a fazer parte da pessoa.
Neste momento em que a entidade protetora do médium "cruza" a guia ,ele está procedendo a movimentação de fluidos com a respectiva imantação de fluidos espirituais a guia.
Mas o que são estes "fluidos espirituais"?
Sem prolongarmos muito a questão, podemos dizer que todos nós trocamos energias com o mundo ao nosso redor.
Assim como um corpo quente troca calor com o ambiente, nós trocamos energias com tudo aquilo que se encontra ao nosso redor.
Experimente colocar um objeto quente dentro de um vasilhame onde exista água fria, após alguns minutos o corpo estará menos quente e a água estará menos fria, ou seja, eles buscarão o equilíbrio térmico.
Da mesma forma todos os corpos trocam energias entre si. Quando manipulamos determinado objeto, este passará a buscar um equilíbrio energético em relação a nós, de uma maneira simples podemos falar que ele passará a ter a mesma qualidade fluídica que nós temos.
Sabemos que os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea.
Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.
Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento de onde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som.
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade.

Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis.
Tem consequências de importância capital e direta para os encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais. Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável.
É praticamente impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar  as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles.
Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc.
Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.
Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água.














 COLETÂNEA TEXTOS AELA

  (Manoel Lopes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário