quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O EFEITO DA COLERA






Um velho judeu, de alma torturada por pesados remorsos, chegou, certo dia, aos pés de Jesus, e confessou-lhe estranhos pecados.
Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia despojado vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro. Com maldade premeditada, semeara em muitos corações o desespero, a aflição e a morte.
Achava-se, desse modo, enfermo, aflito e perturbado... Médicos não lhe solucionavam os problemas, cujas raízes se perdiam nos profundos labirintos da consciência dilacerada.
O Mestre Divino, porém, ali mesmo, na casa de Simão Pedro, onde se encontrava, orou pelo doente e, em seguida, lhe disse:
— Vai em paz e não peques mais.
O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o corpo, sentiu-se curado, e saiu, rendendo graças a Deus.
Parecia plenamente feliz, quando, ao atravessar a extensa fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo, um pobre mendigo, sem querer, pisou-lhe num dos calos que trazia nos pés.
O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o mendigo a bengaladas.
Estabeleceu-se grande tumulto.
Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.
Contemplando a vítima em sangue, abeirou-se do ofensor e falou:
— Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas, não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado que tu?
O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o peito e bradou para o Cristo:
— Mestre, socorre-me!... Sinto-me desfalecer de novo... Que será isto?
Mas, Jesus apenas respondeu, muito triste:
- Isso, meu irmão, é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio coração.
E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de paciência e de amor, adquirem amargura, perturbação e enfermidade.










pelo Espírito Meimei - Do livro: Pai Nosso, Médium: Francisco Cândido Xavier.
Texto colaboração Ivan Crocetti 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A HARMONIA DOS PONTOS CANTADOS




Os verdadeiros pontos cantados são os de raiz. Aqueles que são dados por uma Entidade Espiritual de fato e de direito. Expressam de maneira sublime, uma mensagem, uma emoção, um sentimento, uma imagem, um alerta. Ao ouvi-los, além de ativarem o misterioso fogo renovador da fé e do puro misticismo, movimentam uma linguagem metafísica onde cada um entende, segundo seu alcance, várias mensagens. Com eles as Entidades impregnam certas energias e desimpregnam outras, dependendo do ponto cantado no momento.

Os pontos devem ser entoados não apenas com a boca, mas sim, muito principalmente, pelo coração, ou seja devem ser sentidos, interiorizados.

A corrente espiritual de um terreiro, ou seja, os guias entendam que os pontos cantados em verdade são o “roteiro vibratório” da gira. É o caminho vibratório por onde uma gira vai encaminhar-se. Pontos cantados adequadamente e harmonicamente cantados tornarão a gira tranquila, proveitosa e organizada, dando-se o contrário quando os pontos cantados forem inadequados e inabilmente entoados. Os verdadeiros pontos despertam a fé, a harmonia, o bom ânimo, o ajuste, etc.

Jamais os pontos cantados devem ser  “gritados” entoados a plenos pulmões, ferindo a sensibilidade astral de quem a tenha e mesmo de que não a tenha. Pontos cantados altos, gritados, ativam o ardor guerreiro, atávico, fetichista, atraindo esta classe de correntes de pensamentos e espíritos.

Os pontos cantados são verdadeiras preces, quando bem cantados, em cujas letras realmente há imagens positivas, que elevam o tônus vibracional (energético) de todos, facilitando a atuação das Entidades Espirituais em determinados médiuns e mesmo nos consulentes.














Coletânea Aela 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A PROVA DE FOGO




Encontrava-me em um departamento de instrução e orientação a espíritos que se preparavam para o retorno à vida corporal.
O instrutor Joel, abnegado Benfeitor daquele núcleo, atendia pacientemente aos inúmeros candidatos à reencarnação.
Diante de um dos seus pupilos, o nobre instrutor falou:
- Augusto, meu filho, rejubilo-me com teus esforços. Nem todos estão preparados para participarem da escolha das próprias provas... No entanto, espírito consciente dos erros do passado, auxiliado pelos amigos desta Casa, sabes que de fato, o escolhido será o melhor para ti.
O ouvinte, atencioso, respondeu:
- Sim, irmão Joel, e agradeço o amparo carinhoso que tenho recebido de todos.
Solícito, o Benfeitor explicou:
- Agradeçamos, antes, à bondade infinita de Deus, que nos permite recomeçar, conforme Jesus nos ensinou: "- Meu Pai não quer a morte do pecador, mas sim que ele se arrependa... "
Lágrimas discretas deslizaram pela face do aprendiz, enquanto o instrutor prosseguia:
- Augusto, confia e prepara-te. Terás muitas lutas e acerbas dificuldades. Aflições inúmeras acompanhar-te-ão a trajetória terrena, entretanto, depois das lutas, depararás com a paz que esperas de há muito... Vai em paz!
Após Augusto se retirar, interessado em colher novas lições, aproximei-me do irmão Joel e indaguei:
- Benfeitor amigo, pelo que pude apreciar nosso companheiro enfrentará verdadeira prova de fogo na existência terrestre?
- Sim, respondeu o instrutor. Ele necessitará de muito esforço, renúncia e perseverança.
- Enfrentará a miséria?
- Não, o nosso irmão terá o necessário para viver.
- Sofrerá grave enfermidade?
- Não, ele terá saúde equilibrada.
- Viverá em completa e angustiosa solidão?
- Não, viverá cercado de pessoas.
- Mas, então, que prova ele terá?

O Benfeitor sorriu e concluiu explicando: - Nosso Augusto será médium na Terra…












Hilário Silva (Espírito)


In “Notas de Paz” De Luís António Ferra

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

DESPERTA



Quantas pessoas na Terra e mesmo no mundo espiritual estão dormindo!

Não despertaram ainda para a realidade da verdadeira Vida. Espíritos dopados pelos vícios de que ficaram escravos, tornam-se dependentes de pensamentos fixos que os torturam em pesadelos intermináveis. Existem os vícios físicos e os morais. As desordens mentais trazem o relaxamento da linguagem e condicionam a criatura a falar, pensar e mesmo escrever sobre assuntos que não correspondem aos anseios da verdade, alimentando o sono da incompreensão.

O que viemos falar ao irmão em caminho é que desperte para Cristo, renovando os entendimentos, disciplinando os assuntos e colocando a boca a serviço do Bem e da Justiça, do Amor e da Caridade, nas direções que devem ser seguidas. O homem despertado domina as suas próprias paixões. É um cavaleiro que não esquece as rédeas, que usa as esporas no ponto exato, para não correr demais, nem caminha com passos de tartaruga.

Há pessoas que dizem o que lhes vem à mente. Isso é desconhecer os valores da razão, que funciona como filtro da alma. Venha o que vier aos nossos pensamentos, só poderemos nos expressar pela palavra depois que examinarmos as idéias, selecionando os assuntos, para que eles sirvam de instrumentos para a Verdade. Dizer o que vem à mente é desconhecer a sua própria personalidade e deixar de fazer a parte que lhe toca no aprimoramento de si mesmo.

Despertemos para os nossos deveres diante dos outros, em seqüências cada vez maiores das belezas imortais que a Natureza nos entrega. Se o corpo físico ainda é um aparelho desconhecido pelas ciências humanas, quanto mais os outros corpos sutis que servem de veículos aos espíritos! E desses, como está distante a compreensão dos homens!

É de nosso dever procurar estudar e entender a fisiologia física, porque essa é a primeira porta para que entremos no sentido de encontrar os outros aparelhos da alma e entendê-los cada qual no seu próprio comportamento, para que o espírito se expresse como tal.

A sabedoria nos desvenda variados arcanos do nosso próprio universo interno.
Quem se descuida da compreensão, não sai do zero em que se encontra nos primeiros degraus da escada evolutiva. Desperta, que os céus aparecerão na tua consciência, e Deus, mais visível, comandará os teus passos na senda da Verdade. Deves ser o teu próprio médico, a tratar as tuas próprias enfermidades. As condições são boas, desde que queiras entender o que mais te serve: a Luz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Compadece-te de ti mesmo, educando os teus pensamentos e eles, disciplinados à tua fala, acompanhar-te-ão neste teu entendimento, e a Luz se fará em torno da tua personalidade, garantindo a tua caminhada para Deus.
O espírito que dorme ante as leis espirituais, pode-se dizer que está morto.
Entretanto, não ficará morto para sempre. Algum dia despertará, ressuscitará, quando as bênçãos do Senhor penetrarem em sua consciência, pelos processos que despertam as almas.

Aí é que se dá o novo nascimento para Cristo, despertando para Deus.   











 


Texto retirado do livro: Cirurgia Moral  - João Nunes Maia

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

VESTUÁRIO E UNIFORME , UMA NECESSIDADE





Uma das bases trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, Niterói - RJ, é a que diz respeito a IGUALDADE.

Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos, é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, moral, caráter e boas ações, mas sim pelo que se apresenta a nível de posses.

Dentro deste contexto, é corriqueiro, embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para qualificativos internos. Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes.

E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme (branco, é claro !), para que alguns assistentes ainda enraizados em equivocados conceitos não tenham como dar vazão a seus distorcidos juízos de valor.

Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas, jamais terá a possibilidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber se por trás daquela roupa sacerdotal encontra-se um rico empresário, um camelô ou uma empregada doméstica.

Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a entidade se manifesta.

Se o medianeiro atuasse nas sessões de caridade com trajes civis (comuns), as pessoas que pensam da forma retorcida passariam a tentar analisar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social etc., pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns. Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam colocados em segundo plano.

Observem em reuniões de outros segmentos religiosos que criticam a Umbanda, o que acontece durante aqueles eventos. Desfile de roupas de grifes, ternos arrojados, calçados importados, em verdadeira hemorragia de vaidade e autoafirmação. Estes que assim se compõem geralmente são o centro das atenções e admirações, enquanto aqueles que não têm condições de se apresentar melhor amargam a indiferença, a repulsa e o ostracismo.

Em nossa religião isto não acontece, porque mesmo aquele que se apresenta em trajes suntuosos, terá que necessariamente substituí-lo por um uniforme, uniforme este igual ao que é utilizado por um biscateiro, advogado ou dona-de-casa, durante as sessões de terreiro.

Na Umbanda, Sopro Divino que a todos oxigena, o personalismo ou destaque individual é algo que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da espiritualidade superior, e por isto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos. Somos elos iguais de mesma força e importância neste campo de amor e caridade nominado Umbanda.

Os que se expressam contra o vestuário uniforme dos sacerdotes umbandistas, são aqueles mesmos que, não tendo conhecimento sobre a ação nefasta de certos fluido etéreo-astrais sobre a matéria, estando em lugares ou com pessoas portadoras de magnetismo inferior, ao chegarem nos Centros para darem passes, sem tomarem banho ou trocarem de roupa, esta impregnada de cargas fluídico-magnéticas densamente negativas, que por conseguinte interferem no campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam pela imposição ou dinamização das mãos passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que carregam.

Na Umbanda, o uniforme do médium, ou está no vestiário do terreiro, e portanto dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa sendo lavado ou passado, longe do contato direto com as forças deletérias.

Aconselho aos detratores da Umbanda um pouco mais de estudo, respeito e humildade, pois que a utilização dos uniformes em nossa liturgia tem fundamento, tem um porquê.

Vestimenta uniforme sacerdotal de Umbanda é sinônimo de igualdade e de higiene astral-física.



Um grande Saravá !!!!  














 Coletânea Aela 

(Jornal Umbanda Hoje)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A FITA MÉTRICA DO AMOR



Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.















Martha Medeiros

sábado, 15 de fevereiro de 2014

SÓ IR AO TERREIRO BASTA ?




Alguns terreiros descartam a intenção e possibilidade de estudo e conhecimento da Umbanda. Descartam também o estudo da religiosidade e do autoconhecimento assim como da reforma íntima, sugerem que quem deve ser evoluído é o guia e não o médium, que a esse cabe apenas emprestar o corpo como “aparelho” de produtividade da espiritualidade.

Nós respeitamos a opinião e o trabalho de cada casa, de cada terreiro, mas não é nisso que acreditamos. Há um ditado popular que diz: “É pelos frutos que se conhece a árvore”.

Quanto mais moralmente evoluído, quanto mais conhecedor e praticante do evangelho de nosso Mestre Jesus (Oxalá), mais afinado com o plano espiritual superior e mais assessorado por guias de luz será o médium, fruto de um trabalho sério e árduo de dedicação e reforma íntima.

Não se trata de conhecer os trabalhos que serão feitos, as ervas e orações que serão realizadas, mas sim de se conhecer intimamente o seu verdadeiro Eu, seu Eu Divino, o que nos aproxima com Oxalá.

A tecnologia, e a evolução nos remetem a um futuro de conhecimento, dedicação e reflexão, a tradição deve ser mantida, junto com a respeitabilidade e o amor, mas de uma forma nova atualizada focada no “novo homem”, no ser liberto da fé irracional, do separatismo, do fanatismo e da mistificação.






Médium que só frequenta reunião mediúnica
e não participa de nenhuma outra atividade
na Casa Espírita, nem mesmo o estudo,
alegam que são experientes,
pois praticam a mediunidade há anos,
o que dizer desses trabalhadores?

Que são trabalhadores imperfeitos,
porque por mais bem formados que estejam,
não sabem tudo.

Aquele que é membro de uma Instituição,
deve ter compromissos, no plural,
com a instituição,
frequentar apenas a sessão mediúnica,
não preenche as suas necessidades espirituais,
além do trabalho mediúnico,
deve vincular-se à uma outra atividade,
reuniões públicas à reuniões de estudo,
são valiosíssimas,
portanto, cada expositor
trás suas próprias experiências
em torno de um tema muito conhecido
no auditório, e que nunca ocorreu com outrem.

Sempre que escuto o companheiro,
ilumino-me de suas reflexões,
que são muito diferentes das minhas.

Desse modo, o médium tem o dever de frequentar
a Casa Espírita além da atividade mediúnica,
porque o privilégio?
Pelo fato dele ser médium?

Que conduta podemos propor aos que nos visitam?
Elege o dia de elite e não estabelece mais nenhum contato?

Quem manterá a casa?
Quem a sustentará?
Quem pagará o aluguel para que ele participe das mediúnicas?

Deverá despertar entre nós, as responsabilidades com a casa espírita,
que nos agasalha, que tem necessidade de atender pessoas
com problemas, como fomos ou como estamos.

Companheiros mais experientes,
assim como se classificam,
deverão estar a frente para o atendimento.

Orador: Divaldo Franco








Fonte: http://eclesiadeluz.blogspot.com.br/

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OBJETIVO DA ENCARNAÇÃO



O objetivo da encarnação dos Espíritos é para que eles alcancem a perfeição. Para uns, é expiação; para outros missão. Mesmo que um Espírito, desde o princípio, tenha seguido o caminho do bem, há necessidade da encarnação para que se instrua nas lutas e tribulações da vida corporal, adquirindo, consequentemente, méritos.

A ALMA

A alma é um Espírito encarnado. O laço que liga a alma ao corpo é sem material, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. Por meio desse laço é que ele atua na matéria. O homem é formado de três partes:
o corpo, que é análogo ao dos animais; a alma, Espírito encarnado, que tem no corpo sua habitação; o princípio intermediário, ou perispírito, que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo.
O corpo pode existir sem a alma, mas, desde que cesse a vida deste, a alma o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo sem vida orgânica. Um Espírito não pode encarnar, ao mesmo tempo, em dois corpos, pois ele é indivisível. A teoria de que a alma pode se subdividir em tantas partes quantos são os músculos e presidir assim a cada uma das funções do corpo, tem razão de ser, desde que se considere por alma o fluido vital, mas no caso de se entender por alma o Espírito encarnado, essa teoria é errônea, pois ele imprime o movimento aos órgãos do corpo servindo-se do fluido intermediário, sem, entretanto, se subdividir.
Como o Espírito é uno, está todo na criança como no adulto. Os órgãos das manifestações da alma, é que se desenvolvem e se completam. A alma não tem no corpo sede determinada, porém, nos grandes gênios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça; aqueles que muito sentem e cujas ações têm todas por objeto a Humanidade, a alma ocupa principalmente o coração.

MATERIALISMO


Todos os que se aprofundam nas ciências da Natureza, como os anatomistas, os fisiologistas, etc., só fazem referência ao que veem. Não admitem, pelo orgulho, que haja algo acima de seu entendimento. Por esse motivo são levados, muitas vezes, ao materialismo. Graças à Terceira Revelação, a maioria dos homens de ciência da atualidade já se tornou espiritualista.











ABC DO ESPIRITISMO
Victor Ribas Carneiro

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

CARTA DE UMA MÃE PARA SUA FILHA





“Minha querida menina, no dia que você perceber que estou envelhecendo, eu peço a você para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. 

Se quando conversarmos, eu repetir a mesma coisa dezenas de vezes, não me interrompa dizendo: “Você disse a mesma coisa um minuto atrás”. Apenas ouça, por favor. Tente se lembrar das vezes quando... você era uma criança e eu li a mesma história noite após noite até você dormir.

Quando eu não quiser tomar banho, não se zangue e não me encabule. Lembra de quando você era criança eu tinha que correr atrás de você dando desculpas e tentando colocar você no banho?

Quando você perceber que tenho dificuldades com novas tecnologias, me dê tempo para aprender e não me olhe daquele jeito...lembre-se, querida, de como eu pacientemente ensinei a você muitas coisas, como comer direito, vestir-se, arrumar seu cabelo e lhe dar com os problemas da vida todos os dias...o dia que você ver que estou envelhecendo, eu lhe peço para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. Se eu ocasionalmente me perder em uma conversa, dê-me tempo para lembrar e se eu não conseguir, não fique nervosa, impaciente ou arrogante. 

Apenas lembre-se, em seu coração, que a coisa mais importante para mim é estar com você. E quando eu envelhecer e minhas pernas não me permitirem andar tão rápido quanto antes, me dê sua mão da mesma maneira que eu lhe ofereci a minha em seus primeiros passos.

Quando este dia chegar, não se sinta triste. Apenas fique comigo e me entenda, enquanto termino minha vida com amor. Eu vou adorar e agradecer pelo tempo e alegria que compartilhamos. Com um sorriso e o imenso amor que sempre tive por você, eu apenas quero dizer, eu te amo minha querida filha.”












segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

RETRIBUIÇÕES


           
Todo grupo mediúnico que trabalha com responsabilidade, boa sintonia e disciplina, tem sua própria egrégora, ou seja, o conjunto de energias que o identifica e caracteriza o seu trabalho e o seu objetivo, e, ao mesmo tempo, mantém, sustenta, protege e fortalece os seus trabalhadores.

Essa egrégora não se forma da noite para o dia e não se mantém sem que seja constantemente alimentada pelos seus integrantes, encarnados e desencarnados. Todos do grupo devem ter o compromisso de manter constantemente o equilíbrio físico, emocional, espiritual e energético, dentro e fora do trabalho mediúnico, a fim de sempre poderem contribuir positivamente para a mesma.

Se a egrégora de um grupo é forte, coesa, equilibrada e harmônica, este grupo dificilmente será desestabilizado por energias ou entidades negativas.  Ao contrário, se a egrégora não existe e o grupo se caracteriza por uma atmosfera energética instável e desarmônica, o grupo todo fica sujeito ao assédio de entidades desequilibradas, podendo surgir desavenças, intrigas, disputas, desentendimentos, doenças, etc.

Na Umbanda, considerando que seus membros manipulam energias muito densas, afastam de consulentes entidades trevosas, etc., a questão da disciplina (em todos os aspectos), deve ser mais rígida, para que seus trabalhos prossigam sob os auspícios da Espiritualidade Superior.

O que parece, às vezes, exagero do dirigente no sentido de manutenção da disciplina e no fortalecimento de aspectos evangelizadores e doutrinários constitui-se, na verdade, no grande pára raio ou entrave à entrada de inimigos invisíveis que atuam com o intuito de provocar a queda da Casa Umbandista.

Dentre os fatores que podem provocar a desmoralização de um Grupo Espiritualista (orgulho, vaidade, ciúmes, ignorância, etc.), vamos encontrar, também, a aceitação de ganho material ou retribuição pelo serviço prestado.

No tocante a retribuição podemos nos deparar com situações que, aparentemente, possam ser consideradas inofensivas, mas que se não forem bem conduzidas, poderão acarretar aos membros de um grupo espiritualista desvios de conduta relacionados à doutrina e aos ensinamentos do evangelho do Cristo.

Em grupos espiritualistas é comum se observa  pessoas que frequentam a assistência, manifestarem desejo de oferecer retribuições a alguns de seus membros ou a todos, por se sentirem gratificadas pelos benefícios recebidos. 

Chegam com suas ofertas e fazem questão de que a mesma seja recebida, argumentando que estão fazendo aquilo com todo amor e carinho, como forma de agradecer a dedicação e a atenção recebida por parte das pessoas que o integram.

Tal atitude, demonstra tratarem-se de pessoas bondosas e de enorme sentimento de gratidão, que sabem valorizar o trabalho fraterno que a Espiritualidade realiza utilizando-se do corpo mediúnico do Templo Umbandista.

Por mais que a pessoa ofertante esteja com a melhor das intenções, todo aquele que integra uma instituição espiritualista tem o dever de agir de acordo com os ensinamentos do Cristo, ou seja, “dar de graça o que de graça recebe”, não aceitando qualquer ganho material ou retribuição a título de qualquer intenção que seja.

Assim, para que se mantenha uma egrégora fortalecida, os membros de um grupo umbandista, na condição de simples tarefeiros da espiritualidade, devem ser constantemente doutrinados, dentro do que nos ensina a doutrina espírita, de forma que se mantenham sempre alerta em relação aos princípios morais relacionados à tarefa mediúnica.


              “Médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência.  Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja, que não corresponda às vistas da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os bons Espíritos a combatem; a ninguém, portanto, assiste o direito de supor que eles o venham servir. Isto é tão racional, que inútil fora insistir mais sobre este ponto. (Questão 306 - Livro dos Médiuns - Allan Kardec)











sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

COMO ORIENTARMOS NOSSAS VIDAS




É problema de cada dia ver alguém que pede orientação para sua vida, porque não sabe resolver seus problemas.

Está procurando o caminho melhor, cheio de boa vontade, também de fazer sacrifícios desde que o caminho seja o melhor. Nesta angústia ele vai pedindo orientação para saber como proceder. Mas é difícil encontrar um conselheiro iluminado, paciente e desinteressado. Não basta a boa vontade. Se o conselheiro não está orientando para si mesmo, como pode orientar os outros? Às vezes, pede-se luz a um cego que acredita possuí-la. Assim acontece que um cego vai guiando outro cego. Mas, pode também acontecer que neste mundo de lobos, os astutos logo procurem tirar proveito da fraqueza do próximo, para fazer dele um filiado às próprias teorias, filosofia, religião, grupo que seja. Atrás de muitos luminosos está sempre pronta a vigorar a luta pela vida e pelo triunfo do mais forte para esmagar o mais fraco. E aquele que, de qualquer maneira, pede opinião, prova ser o mais fraco. O que podemos dizer a este homem?

Procuramos dizer a ele uma palavra de sinceridade e honestidade. Do ponto de vista terreno, olhando só o que é deste mundo cheio de enganos, a coisa melhor para quem pede orientação é não deixar ninguém perceber que ele precisa de conselhos. Apoiar-se nos outros, esperar que estejam prontos e ao nosso dispor para ajudar-nos, e que o saibam fazer, é em geral uma agradável ilusão. E é melhor uma verdade dura, nua e crua, mas verdade, que qualquer, embora maravilhosa, ilusão. Devemos antes de tudo, apoiarmo-nos sobre nós mesmos, porque, em geral, os outros são também bastante carregados pelos seus problemas.

Devemos exigir de nós mesmos o esforço de pensar para resolver e de agir para atuar. Há ajudas do Céu, mas elas não descem de graça. Tudo o que recebemos do Alto é primeiramente remédio. A Divina Providência existe e é uma grande verdade. Mas ela não funciona para os preguiçosos. O caminho da conquista de qualquer coisa deve ser cumprido com o nosso esforço.

Somente depois de termos feito tudo isto, se tivermos a grande sorte de ter um amigo bom e iluminado, poderemos pedir orientação. Mas, orientar é difícil. Para tanto, é preciso orientar-se a si próprio, conhecendo a estrutura, o funcionamento da Lei de Deus que tudo dirige: a vida, a história, todos os fenômenos e o destino de cada um. Dentro desta orientação universal precisa o orientador estudar e conhecer o caso particular da vida e do destino de cada um e, por intermédio da análise de seus instintos, idéias inatas, movimentos do subconsciente, etc., chegar a reconstruir a causa passada destes efeitos presentes, isto é, a sua história anterior à vida atual, o seu passado no qual tudo isto foi semeado.












PIETRO UBALDI

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

SERVE E ESQUECE




Coração, ouve!... Se queres

A bênção da paz constante,
Trabalha e segue adiante,
Cumprindo o próprio dever...
Para vencer no caminho
Tristeza, treva e pesar,
Muito mais do que lembrar
A vida roga esquecer.

Esquece as mágoas sofridas,
As horas de céu cinzento,
O azedume, o desalento
E os tempos de provação;
Renova-te, dia-a-dia,
Não pares, contando lutas,
Progresso é o lema que escutas
No mundo em transformação.

Tudo procura a vanguarda,
A flor converte-se em fruto
Do cascalho rijo e bruto,
Eis o diamante a surgir...
O fio forma o agasalho,
A própria noite se esquece
Na aurora que resplandece
Buscando a luz do porvir.

Da própria queda no erro,
Levanta-te e segue à frente,
Servindo incessantemente,
Tudo podes refazer;
Não te detenhas na angústia,
Ante o mal, prossegue e olvida,
As próprias nódoas da vida
A vida pede esquecer.




pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.
Colaboração Ivan Crocetti