Nossos corpos são
constituídos de plexos, centros de terminações nervosas onde se encontram os
centros de energia, canais de energia que chamamos chakras. Toda semana tomamos
nossos banhos de imantação e descarrego, acendemos nossa vela para o Anjo da Guarda,
etc.. Nas giras chamamos os emissários dos Orixás, pedimos aos Orixás, e assim
a Deus, que permita que as crianças possam manipular os seres elementares bem
como as energias elementais, para a magia da Umbanda se processe em nossos
terreiros (crianças e as energias da natureza leia “Crianças”.)
Ou seja, sempre estamos
usando nosso aparelho mediúnico, nosso corpo, e assim nosso ectoplasma em
associação às energias elementais. A Umbanda é a integração de todos os sítios
da natureza, dos homens, encarnados e desencarnados, e das energias e seres do
astral.
Antigamente acabava a gira
os filhos dos terreiros imediatamente estavam em contato com a natureza. Iam
banhar-se em um rio, descansar sob a sombra de uma frondosa árvore, se
refrescar em uma cachoeira, ou então dar um passeio a beira-mar.
As cidades foram
crescendo, a natureza perdendo seu espaço a ponto de ficar distante do homem,
pois tudo que era próximo e é próximo do animal humano corre o risco de se
deteriorar. Assim, os terreiros nascidos e criados para atender o homem vêm
gradualmente ficando mais longe da natureza intacta.
Além deste fato, nos
banhos semanais não lavamos a cabeça, uma vez que para nossa raiz de Umbanda o
chakra coronário só pode ser lavado pelo Pai-de-Santo ou por entidades incorporadas
nele. Usamos nosso ectoplasma todo dia, em especial durante as giras. Entramos
em contato com energias deletérias, nos confrontamos com irmãos ainda afeitos
ao mal, tudo em nome de Deus e dos Orixás para que possamos de alguma forma
sermos instrumentos para a ação caridosa dos guias da Umbanda.
Em algum momento é
necessário buscarmos a natureza para que possamos receber proteção e força das
energias emanadas dos sítios dos Orixás. Nos reintegrarmos ao todo, e neste
momento recebermos de nossos dirigentes a oportunidade de recebermos as águas
de nossas Yabas em nossas coroas, é uma das razões para os trabalhos de praia.
O aparelho mediúnico é um
aparelho sensível e deve sempre procurar se equilibrar, é uma necessidade de
todos os médiuns o contato com a natureza. Este contato, seja ela uma árvore,
seja uma praia ou um rio deveria ser uma prática cotidiana de nós médiuns. E
devemos nos lembrar que somos todos integrados, interdependentes.
Assim de tempos em tempos
os terreiros se organizam e vão celebrar a natureza, a vida, junto aos sítios
dos Orixás. E assim de forma coletiva, vamos entrar em contato com as energias
elementais, homenagear a senhora de todos os Orixás, celebrar a maternidade
divina e permitir que nossos corpos recebam as energias elementais e assim nos
reequilibrar, nos fortaleçer.
Além disto, é a
oportunidade de fazermos uma oferenda coletiva, fortalecendo a união dos
médiuns de uma casa, fortalecendo a nossa relação com os Orixás, pois
fornecemos elementos para que os emissários dos Orixás manipulem e nos devolvam
em forma de bênçãos, proteção, cura e fortalecimento.
Um contato tão direto com
os espíritos elementares nos ajuda a manipular essas energias quando em nossos
trabalhos nos terreiros, nos ensinam a buscar a natureza com mais propriedade e
mais intensidade. Nos ajuda, o trabalho de praia, a compreendermos as energias
de Yemanjá, os elementais e assim facilitarão muitos trabalhos futuros em
nossas casas de caridade.
Ou seja, nos integrarmos
aos sítios da natureza, nos unirmos cada vez mais, homenagearmos essa grande
força divina que chamamos Yemanjá, lavarmos nossas coroas, reequilibrarmos
nossos corpos, aprendermos a manipular as energias, nos relacionarmos com os
elementais, são algumas das razões e da necessidade dos Terreiros de Umbanda
realizarem os trabalhos de praia.
http://portalguife.com.br/umbanda-trabalhos-de-praia-por-que-fazer/#.VIeCljHF9qU
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