quinta-feira, 30 de julho de 2015

A AMIZADE REAL





Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade.

     Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos.

     Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava 300 reais mensais.

     O jovem viajou alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas, mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável.

     Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente.

     O amigo de seu pai o recebeu com alegria. Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso.

   Apresentou-lhe os filhos que se envolviam num halo de saúde e contentamento.

     Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro. Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar.

    O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho:

    "Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e em vez de trezentos, entregue-lhe seiscentos reais, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei. A sua nova situação reclama recursos duplicados."O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles."Alegro-me em saber", falou o velho pai. "Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha, em vez do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil. Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo. Isso representaria crueldade e dureza de nossa parte.

     Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração. O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto.

   Volte, pois e atenda ao meu conselho. Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre ."Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.

    O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas.

   Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias.

     O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro.Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno.

     Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto.

     O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra!















       Por Marcos Martinez

terça-feira, 28 de julho de 2015

COMECEMOS DE NÓS MESMOS




Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo ao bem quanto possuem.

Difunde a humildade, buscando a Vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por teu exemplo, olvidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.


Propaga a fé, suportando os revezes de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observa crescerá em otimismo e confiança.

Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e amparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.

Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e a gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.

Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.

As boas obras começam de nós mesmos.

Educaremos, educando-nos.

Não faremos a renovação da paisagem de nossa vida, sem renovar-nos.

Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam.

Que o Espírito de Cristo nos infunda a decisão de realizar o auto-aprimoramento, para que nos façamos intérpretes do Espírito do Cristo.

A caridade que salvará o mundo há de regenerar-nos primeiramente.

Sigamos ao encontro do Mestre, amando, aprendendo e servindo e o Mestre, hoje ou amanhã, virá ao nosso encontro, premiando-nos a perseverança com a luz da ressurreição..















Francisco Cândido Xavier. Apostilas da Vida. Pelo Espírito André Luiz.

domingo, 26 de julho de 2015

AS CRIANÇAS DE ARUANDA



Em uma das muitas escolas de Aruanda, um Preto-velho de nome Antônio estava tendo uma conversa com um grupo de crianças. O Vô tentava explicar algumas coisas a respeito dos encarnados e do que eles deveriam fazer durante os trabalhos espirituais:

-Bem, como eu estava dizendo, os encarnados são um pouco complicados sabe, têm alguns que não acreditam nem em Deus... _ dizia o velho Antônio.

-Como não vô? Eles num acreditam no papaiii-mamãeee-do-céu? Ué, o vô num ensinou para eles que “O Papai” mora dentro do coração de cada um? _ perguntou uma menininha de nome Catarina.

-Ensinei minha filha, mas sabe, na matéria eles têm tantos problemas, preocupações, dificuldades, que eles não conseguem nem mesmo escutar o próprio coração. A intuição e tudo isso que para vocês aqui é muito claro, para eles não passa de fantasia, bobagens...

- Ah, eles são bobocas mesmo, e depois me dizem que um dia eu vou ser igual, vou ter que en... en... como é mesmo vô?

- Encarnar! _ Respondeu Joãozinho, outra criança que estava na aula e que não saía nunca de perto do vô.

-Isso, en – car – nar! Eu não quero vô! Não quero esquecer do Papai do céu
Eu amo tanto Ele. - Disse Catarina quase chorando.

-Minha filha, você não precisa ter medo, afinal também existem muitos encarnados bondosos, que creem no divino Criador e por Ele trabalham avidamente. Além do mais, ainda vai demorar um bocado para  você encarnar.
- Ufa, ainda bem! _Catarina parecia aliviada.

- É meus pequenos, é difícil e triste quando muitos dos que a gente mais ama esquecem-se de Deus na  carne e se entregam a coisas pouco louváveis a seus divinos olhos. E então eles fecham–se a nossa inspiração, e  nada mais nos resta a não ser se afastar e esperar... _ e o velho Antônio assumiu uma feição tristonha.

As criancinhas, que não entendiam muito dos sentimentos e pensamento dos adultos, mas tinham uma intuição incrível e conseguiam escutar como poucos o coração dos espíritos, perceberam que o “vô” ficou um pouco triste. Por isso pularam todos juntos em cima do velho Antônio, o que acabou resultando no começo de uma verdadeira bagunça:

- Mas o que é isso aqui? Antônio, você não consegue colocar ordem nos pequenos? - disse uma rechonchuda negra de traços bondosos, que chegava à sala de aula, trazendo algumas xícaras de chá.

- Ordem é comigo vó “Dita”, pode deixar! _ Disse Jorginho, o maiorzinho daquelas crianças que era “fanático” em colocar tudo em ordem.

- Não, num precisa não Jorginho! Deixa que já está tudo normal... _ se antecipou a vó “Dita” antes que  ele fizesse alguma de suas loucuras:

- Vim trazer um chá, colhido aqui do canteiro da mãe Jurema. E você hein Antônio, que vergonha, brincando que nem um mocinho... e não me chama para participar!

A Velha “Dita” chamava–se Benedita e junto com Antônio eram os responsáveis por uma escola que tinha como objetivo dar instruções a todo um grupo de crianças, que trabalhavam dentro da religião de Umbanda, onde são conhecidos como Ibejada. Eles eram muito puros e estavam ainda muito ligados aos reinos da natureza, assim, tinham muita dificuldade de entender o comportamento humano. Além disso, esse convívio com os encarnados um dia facilitaria, quando as crianças também tivessem que reencarnar.

Chegada a hora do fim da aulinha, Vó Dita fez um convite aos pequenos:
- Bem por hoje chega. Amanhã vamos ter trabalho em uma Casa de Umbanda. Vai ser gira dos caboclos, mas quem quiser ir para ficar junto dos caboclos, pode ir com a gente. _disse vó Dita.

Alguém acha que eles foram????

Claro que não! Deixaram para uma próxima vez!

E assim, voltaram ao jardim para continuarem exalando a paz, a pureza e o amor celestial, esperando uma outra oportunidade para pularem novamente no pescoço do Vô Antônio!







Essa pequena historinha demonstra claramente como é grande o amor por Deus que seus corações puros são capazes de demonstrar.

As crianças na Umbanda também são chamadas de “Beijada”, “Ibejis”, “Erês”, “Cosminhos”, “Dois-dois” ou simplesmente criancinhas. Muito temos a aprender com esses espíritos, pois  “se todos tivéssemos olhos de Crianças, não  haveria mais guerras, afinal, “O Reino dos Céus pertence às  Crianças, os puros de coração”.

Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam apenas “brincando” e comendo doces. Muitas Crianças que incorporam na Umbanda estão mais ligadas ao plano encantado da  natureza do que ao natural humano.

Crianças vibram as forças da natureza de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas... Quando incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que estão ligadas. Basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.

Energias negativas são absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças e são filtradas, dando espaço às energias que precisamos para nos amparar e mudar nossa visão de mundo. Por isso dizemos que as crianças são renovadores de energia. Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda. Crianças nos ajudam e muito a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como um aprendiz que começa uma jornada de vida no plano material. Crianças estão muito ligadas às cores, ao arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza.

As Crianças não são “espíritos adultos” se passando por crianças, o que não seria nada natural, e sim “espíritos infantis”, espíritos que ainda não se humanizaram por completo. Estão mais ligadas às realidades anteriores da alma humana, aos planos encantados da natureza, por isso se apresentam de forma infantil, mas não têm a mente adormecida, algumas têm lembranças de séculos.

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que continuam sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.

Para vir na Umbanda passam por um preparo no astral, elas chamam de escolinha, respondem no grau de guias, pois têm muito a dar e realizam um trabalho muito importante. Muitas trabalham acompanhando de perto a nossa infância, enquanto somos crianças elas têm maior acesso e facilidade para nos ajudar, pois nossa vibração fica mais próxima à delas.

Resumindo, crianças trabalham e muito, que para elas é uma alegria. Temos crianças de todos os Orixás, a “força Ibeji” é a força infantil do plano encantado das Crianças, sincretizado com “Cosme, Damião e Doun”, um dos Orixás mais atuantes na corrente das crianças é Oxum, pois essa energia é a simbologia do Amor e assim, a ela pertence o “Mistério Crianças. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Dessa forma não vemos crianças chefes de falange, guia chefe de terreiro e etc.

É praticamente impossível não reagirmos também com felicidade ao vê-los “brincando” nos terreiros. O dia das crianças é comemorado neste mês de setembro, sincretizado ao culto católico com São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos e médicos, que pereceram decapitados porque praticavam a medicina gratuitamente em socorro dos pobres e das crianças infelizes e abandonadas.

Podemos realizar trocas energéticas mais intensas com a falange da Ibejada em locais como praças, parques e cachoeiras, ou um outro local. Seu material de trabalho é composto por chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas - o refrigerante.

Seus nomes simbólicos normalmente no diminutivo, dificilmente traduzem sua essência original, mas isso é totalmente desnecessário, pois para a pureza não é necessário tradução. Normalmente os nomes mais comuns são aqueles que se referem à origem brasileira, como Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Terezinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc. Alguns ainda, se apresentam por nomes que designam o aspecto da natureza a que estão relacionados, como por exemplo, Neguinho da Praia, Pedrinho da Cachoeira, Rosinha do Jardim e etc.

Trazem muita força de trabalho e em suas manifestações traduzem a essência da pureza e simplicidade. Trabalham brincando e brincam trabalhando. Quando solicitados, são excelentes guias de trabalho e atendimento, ótimos curadores e fantásticos orientadores espirituais. São protetoras da Medicina e de todas as crianças do mundo, inclusive as desencarnadas que ainda não completaram o círculo dos renascimentos. Não costumam atuar desmanchando demandas, nem fazendo desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. No Candomblé têm a função importante de dar recados do Pai, uma vez que os Orixás não se comunicam verbalmente.

Na sua maneira de agir, toda criança é normalmente muito irrequieta, barulhenta, às vezes não gosta de tomar banho e nas festas, se não for contida, pode literalmente botar fogo no oceano. Comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.  Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.

Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas, choronas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebidas, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.

Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.

A presença dessas entidades de luz encanta as nossas almas e traz alegria aos nossos corações. Afinal, quem nunca se sentiu também criança de frente a um manifestação dessa linha? E quem melhor senão nossa “criança interior” para ouvir e captar conselhos dados por outra “criança”, não é?




















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sexta-feira, 24 de julho de 2015

ACONSELHANDO UM MÉDIUM





A reunião mediúnica estava prestes a começar. Os medianeiros mantinham-se respeitosos; espíritos amigos organizavam os necessitados programados para o intercâmbio. Tudo corria com a costumeira tranquilidade.

Porém, aquela noite era de especial importância para cinco entidades da categoria dos bons espíritos.

Com o início das tarefas e a permissão do mentor do agrupamento, o quinteto espiritual aproximou-se de Constantino, um dos médiuns dedicados, promovendo-lhe o desdobramento para conversa e trabalhos edificantes.
Recepcionado, no plano espiritual, pelas entidades luminosas, o medianeiro teve desejo de abraçá-las, fazer perguntas, mas foi interrompido por um dos instrutores, que lhe dirigiu as seguintes palavras:

        — Sabemos do teu coração e da gratidão com que nos envolves, reportemos tudo isso ao Senhor e aproveitemos os minutos.

A instituição espírita, à qual prestas serviços mediúnicos, tem colecionado as páginas produzidas por nós através da tua faculdade de psicografia. São mensagens singelas, mas que trazem respeitáveis instruções espirituais, calcadas em Jesus e Kardec.

Feita rigorosa análise doutrinária de nossa produção, os companheiros encarnados julgam que podem ser aproveitadas para a edificação geral; isso atende à nossa programação.

Por isso queremos prevenir-te:

Não penses ser um privilégio ter algumas páginas publicadas; principalmente por que as ideias não são tuas; partem do mais alto.

Os adversários do bem certamente te procurarão, desejando aniquilar a luz que ilumina consciências. Será preciso firmeza na vigilância e na oração!

Muitas pessoas trarão os elogios, constituindo um dos mais graves obstáculos na mediunidade. Evita-os sempre e, se não puderes, reporta os méritos ao Criador contentando-te, somente, com o estímulo à continuidade da tarefa.

Outros te solicitarão provas sobre a imortalidade da alma, exigindo mensagens de amigos e parentes desencarnados. Nossa proposta é com a simplicidade e, pelo menos por ora, em linhas gerais, o Senhor não nos autorizou este correio.

Diante disto, age sempre com honestidade, dizendo que estas questões estão nas mãos dos amigos espirituais.

Não te faltarão os acusadores, bem como os que desacreditarão das tuas faculdades. Não te preocupes, o Cristo também passou por isso e tu sabes a distância que nos separa do Mestre.

Nossas páginas se revestem de singeleza e amor. Não esperes nada além disto.
Ainda estamos aguardando que testemunhes muitos dos ensinos que intermedeias!

Lembra-te de que, para venceres na mediunidade, é essencial que te sintas como pequenino servidor. Guarda-te da empolgação orgulhosa, livra-te da vaidade e mantém-te em disciplinado estudo do Espiritismo.

Este, continuou o mentor, é um dos nossos primeiros trabalhos.

Os anos nos proporcionarão valorosos e Longos exercícios, até que estejas intermediando nossas ideias de forma satisfatória.

Ainda estás longe de produzires frutos com a qualidade que desejamos.

Não imagines ser portador de grandiosa faculdade. Em vista dos teus débitos, que são grandes junto às leis Divinas, precisarás trabalhar muito para agradecer ao Criador a mediunidade como condutora do teu próprio progresso.

Os médiuns que têm a produção mediúnica divulgada, assumem um compromisso moral junto às leis Universais, e a falta da vivência dos ensinos superiores acarreta consequências dolorosas para o medianeiro.

Entretanto, não esperes ter como orientadores grandes nomes, vultos no campo da cultura e da religião. Ainda não tens méritos para compartilhar da presença destes; será preciso fazer por merecer.

Haveremos ainda, por longo tempo, de permanecermos no anonimato, experimentando-te, observando se consegues materializar, na Terra, o que propuseste na vida maior, sem que te desvies.

Serás tentado, nas tuas tendências e dificuldades mais íntimas, pelos adversários da causa cristã, inúmeras vezes; mas a providência divina te concedeu os livros da codificação para que suportes e venças.

É provável que, por vezes, te sintas sozinho no ideal que abraçaste. Todavia, não te detenhas em sentimentos de auto piedade, ergue a fronte e continua caminhando.

Enquanto trabalhares no Bem, estaremos te sustentando. Nossas almas se cruzaram na poeira dos primeiros séculos da era cristã e se ligaram na noite escura dos orgulhosos sacerdotes da igreja romana. Assim, ainda tens muito para recompor, reconduzindo ao Bem aqueles que a tua inteligência vaidosa desviou das verdades espirituais.

Para que tenhas êxito na tarefa de intercambiar os espíritos, é condição essencial que jamais te envolvas com o comércio das forças psíquicas, esforçando-te na reforma íntima.

Ocupa sempre tua mente com pensamentos produtivos, filia-te às obras assistenciais, consolidando na Terra, com o próprio exemplo, as mensagens dos “Céus” sobre a caridade.

Evita, no momento, falar de tuas experiências mediúnicas, revelando-as somente quando identificares a necessidade de esclarecer verdadeiramente aos companheiros de jornada. Mesmo assim, acima dos exemplos pessoais deve estar a Doutrina Espírita; ela é que deverá ser sempre exaltada. Sê discreto o quanto puderes, trabalha assiduamente louvando ao Senhor.

E se, porventura, a vida te lançar pedras, suporta pacientemente, lembrando que os primeiros mártires do Cristianismo, dos quais ainda estamos bem longe, não recusaram a oportunidade para testemunhar, enfrentando, pelo nome do Cristo, humilhações e dores.

Se permaneceres com este ideal, caminhando com humildade, não te faltarão proteção e amparo.

A entidade amiga, banhada em luzes, abraçou Constantino, aconchegou-o junto ao peito e teceu as considerações finais.

        — Não te preocupes tanto, filho meu, com as mensagens. Nosso maior compromisso é com os necessitados.

A psicografia, no teu caso, será sempre a valorização do tempo na reunião de intercâmbio espiritual. Por isso, concentra todas as tuas energias e o teu amor em benefício dos espíritos obsessores e desequilibrados.

Valoriza e prestigia, constantemente, o Centro Espírita que misericordiosamente te concede um trabalho sério e disciplinado.

Conduz, sempre, tuas produções medi anímicas à análise doutrinária rigorosa dos companheiros respeitáveis, estudiosos e experientes do movimento Espírita, acatando pacientemente, humildemente, as orientações que objetivem a melhora do teu trabalho.

Para tua segurança, mantém-te sempre ligado à Instituição Espírita.

Conscientiza-te de que, se faltares com a seriedade, a verdade, o desejo do bem, o estudo assíduo da Doutrina, se buscares privilégios fazendo um escabelo da mediunidade, te abandonaremos no mesmo instante.

O momento estava sublime. Éramos seis entidades emocionadas, enlaçadas em energias superiores, traçando diretrizes para o futuro sob as bênçãos de Deus, da mediunidade e do progresso.

O mentor enxugou discretamente as lágrimas e, porque era preciso aproveitar o tempo, tomou o médium, em desdobramento, e nos dirigimos todos às zonas inferiores para o socorro aos necessitados, dando testemunho de que o amor a Deus e ao próximo se constituem no verdadeiro livro que precisamos escrever e editar no coração dos homens.
















Nora

(Mensagem psicografada pelo médium Emanuel Cristiano em reunião de 10/1/1999 no Centro Espírita “Allan Kardec” de Campinas – São Paulo)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A DIFÍCIL ARTE DA CONVIVÊNCIA



Não é preciso nenhum esforço para perceber o quanto é difícil viver de forma harmoniosa. Parece que o tempo todo somos testados para sair do prumo, para dizer verdades, cair na culpa, ou chorar no silêncio. E apesar desse tipo de comportamento ser mais observado em nós, mulheres, os homens também não escapam desse aprendizado.

Trabalhando com pessoas e espiritualidade a vida inteira, percebo que mais difícil do que se conectar com Deus é vê-lo no semelhante, e quanto mais próxima essa pessoa for, quase sempre é ainda mais difícil. Porque quando nos conectamos com Deus precisamos nos abrir, deixar fluir sua Luz, receber e aceitar aquilo que nos acontecer com alegria, porque será aquilo que vamos ter...

Para falar a verdade, tenho que confidenciar que nunca fui muito de aceitar as coisas do jeito que elas são. Sempre lutei, tentei melhorar, arrumar, entender, tudo isso que a gente costuma fazer para se dar bem com as pessoas, mas com Deus o negócio é diferente, porque não terá aquela vez que Ele, o Todo-Poderoso terá que ceder aos nossos caprichos.

No caso da nossa relação com Deus, sempre nos restará aceitar o que nos couber, porque a palavra final é Dele e sempre será. Agora, nos relacionamentos, não lidamos com almas puras, iluminadas que querem apenas o nosso bem. Lidamos com pessoas, com caprichos, com mágoas guardadas, com histórias de vida, às vezes, completamente diferente das nossas.

E o que fazer? Que língua falar com esta pessoa que está no nosso caminho, e com a qual precisamos nos relacionar, se não com amor, pelo menos de uma forma gentil, delicada?

Costuma ser nesse momento de impasse que as pessoas me procuram para entender do passado. Nessas horas em que já tentaram de tudo e não conseguiram alcançar seus intentos e geralmente acabo compartilhando boas e más notícias. As boas são que sempre podemos nos libertar do passado, de relacionamentos kármicos, de pessoas e situações pesadas que carregamos, e as más se referem a aceitar certos aprendizados que fazem parte da evolução e compreender que não mudamos as pessoas.

Isso tudo pode parecer lógico para alguns e, no mínimo, irritante para tantos outros, mas ainda que não gostemos, teremos que aceitar o fato de que a felicidade na nossa vida depende de nós e não de circunstâncias externas, e que lidar com a vida poderá ser mais leve se relevarmos muitas coisas.

Percebi que pessoas tristes, emocionalmente pesadas, costumam carregar muitas mágoas e muitas esperanças frustradas, algumas que de fato poderiam ter dado certo, e outras em que nunca tiveram muita chance, porém, o desapego nem sempre é natural como poderia ser.

Os mentores ensinam que conviver em família, no amor e mesmo no trabalho, é o buril da nossa evolução. E justamente por isso tende a ser o maior desafio na vida das pessoas. Porque conviver significa colocar em prática tudo aquilo que fomos, desde a infância, convidados a aprender, como o respeito aos pais, às pessoas mais velhas, doentes, e mesmo amigos e familiares em maus momentos. Precisamos respeitar as pessoas e quando percebemos que seremos respeitados mas que o outro não tem a sabedoria de nos tratar como merecemos, o único caminho é se afastar, se não fisicamente (porque nem sempre isso é possível), saibamos ao menos observar quem é a pessoa e o que ela poderá nos oferecer...

Conviver é também sinônimo de sabedoria, de treino de amor que oferecemos ao outro e a nós mesmos. Porque não há como amar alguém sem se aperceber de oferecer primeiro amor a nós mesmos, e que se agirmos assim com mais autoestima, com certeza, não nos magoaremos com tanta facilidade. Mas, se no caminho da vida surgirem as inevitáveis frustrações, não podemos esquecer que esta existência é um exercício para o nosso espírito que é eterno e muito maior que os nossos altos e baixos. E é por isso que, constantemente, vamos e voltamos para Deus, porque é Ele que sempre pode nos ajudar a viver com mais amor e mais luz. Ele é o nosso mais fiel amor e companheiro, ainda que não faça sempre o nosso gosto."




















Maria Silvia Orlovas

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A TERRA DA PROMISSÃO





Irmãos,

Na aber­tura do Capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, com muita propriedade ,  escolheu a frase inesquecível de Nosso Senhor Jesus Cristo:

“Bem aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra!” (Mateus, 5: 5)
Por muitos séculos, a frase augusta do divino Mestre restou não compreendida pela coletividade cristã na face terrestre. Afinal, que terra prometida é essa a que se refere o Cristo, reservando-a aos brandos de coração e aos humildes do espírito?

Não obstante o aspecto profundo, muitas vezes atribuindo às palavras iluminadas de Jesus de Nazaré o sentido figurado, em que muitos estudiosos da letra cristã consideraram essa terra sob o significado espiritual da terra simbólica da paz reinante nos corações dos justos, forçoso é reconhecermos que o real alcance da promessa do Cristo a esse respeito vai mais longe. Os mundos, estâncias de trabalho e aperfeiçoamento que enxameiam a colmeia universal da Criação divina, também progridem espiritualmente, galgando novos postos de serviço como educandários valiosos dos espíritos de suas humanidades correlatas, em contínuo processo de ascensão. À medida que avançam as noções superiores do espírito encarnado, levantando o próprio olhar para as realidades da vida imperecível, soa o clarim de uma nova era para as coletividades humanas sedentas de paz e de progresso.

É chegado o momento de novo degrau evolutivo para a casa planetária a que chamamos Terra. O prazo de 20 séculos da mensagem espiritual do Mestre inesquecível, desde sua passagem renovadora às margens do mar da Galileia, chegará no próximo ano de 2030. Desde o advento do novo século XXI, por determinação superior, apenas têm acesso à porta da reencarnação os espíritos que atingiram em suas conquistas espirituais a mansidão, a brandura e a humildade. Aqueles que não souberam adquirir esses patrimônios morais na contabilidade de seus créditos pessoais, no transcurso de suas sucessivas reencarnações em 20 séculos de vida cristã na face da Terra, serão, como já estão sendo, conduzidos a mundos de expiação e provas que se lhes afinem com as tendências inferiores e infelizes.

Os bons alunos, que se têm esforçado por domar as suas más tendências, reajustando os corações em sintonia com o amor universal e a sabedoria de todos os tempos, são estes que o divino Mestre apelida de brandos e humildes, mansos e pacíficos, que hão de herdar a nova Terra. Muitos deles já estão entre vós, apresentando-se com a infância natural de seus primeiros anos de crianças terrestres.

À medida que forem chegando à juventude e à madureza, contudo, assumirão cada vez mais o relevante papel para o qual foram chamados na sociedade terrestre, o que imprimirá vigorosa transformação no ambiente conturbado que ainda vos envolve o cotidiano.

Aproximasse a fase final desta transição que haverá de elevar a Terra à condição de “mundo regenerado” para a qual se destina. Este período final será justamente aquele entre o centésimo aniversário do nascimento do apóstolo consolador Chico Xavier, a comemorar-se no próximo ano de 2010, em 2 de abril, e o aniversário do bicentenário do advento do Consolador prometido pelo Cristo, a comemorar-se no futuro ano de 2057, mais precisamente no dia 18 de abril.

Até lá ainda experimentareis os es­tertores da vida sombria dos sentimentos inferiores que ainda vos circundam a existência, fadada, invariavelmente, a ser varrida da nova Terra pela presença da Luz. Estejamos, pois, confiantes que Jesus, nosso divino Mestre, está no leme de nossa embarcação planetária, conduzindo-a ao porto seguro da paz e da esperança, da alegria e do amor, que haverá de nos irmanar, uns aos outros, como genuínos herdeiros dessa nova humanidade.

Irmãos, amigos queridos e companheiros de jornada, façamos, pois, nossa parte para merecê-la!

“Tudo dependerá, em última análise, de nossas próprias escolhas, enquanto entidades individuais ou coletivas, para nosso progresso e ascensão espiritual. É o ‘A cada um será dado segundo as suas próprias obras!’ que o Cristo nos ensinou”











A mensagem abaixo foi psicografada em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, na noite de 14 de agosto de 2006, por Geraldo Lemos Neto

sábado, 18 de julho de 2015

A MORTE NÃO É NADA






A morte não é nada.
Eu somente passei pro outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês. 
O que eu era pra vocês, continuarei sendo.
Me  deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, e eu estou vivendo no mundo do criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora dos seus pensamentos, agora que eu estou apenas fora das suas vistas.
Eu não estou longe, apenas estou em outro caminho.

Vocês que ficaram, sigam em frente. A vida é linda, e eu estarei sempre ao lado de vocês.







Fica aqui nossa homenagem ao grande amigo, irmão , companheiro Ilio luis Feltz , que durante quase 40 anos dedicou seu tempo , carinho, amor, amizade e simplicidade a esta casa e a todos seus membros .
Temos a certeza que na espiritualidade estará amparado e trabalhando com a mesma dedicação que aqui enquanto encarnado.

Como dizia Chico Xavier 

" Aqueles que amamos não morrem jamais , apenas partem antes de nós " . 

Esta música retrata exatamente o sentimento de todos nós da AELA.