A Umbanda ensina a seus adeptos que a
caridade é fator primordial de evolução.
Servir é sempre bom dentro do conceito de
qualquer religião. Porém a caridade Umbandista é silenciosa, secreta, cheia de
ternura e amor.
“Que sua mão direita não saiba o que fez a
esquerda” . Esse é o primeiro conceito da caridade. Só faz a verdadeira
caridade aquele que a pratica silenciosamente. Só assim teremos os “dividendos”
do plano espiritual.
Aquele que anuncia sua caridade, chama a
televisão para vê-lo distribuir alimentos, brinquedos, etc., já tem sua paga
aqui na terra: a admiração dos homens. Isso pouco importa para a
espiritualidade, pois a verdadeira vida é a do plano espiritual.
Outro conceito de caridade: “não humilhar quem
recebe”. Quem anuncia o que faz, humilha quem recebe. Quebra a dignidade
humana, que é a de ser igual a todos, como filhos de Deus. Quem recebe deve ser
encorajado ao trabalho e à vida normal. Deve-se ensinar a pescar e não dar o
peixe de modo paternalista.
Não criar parasitas, esse é outro cuidado que
se deve ter. Toda ajuda deve ser transitória e atrás dela deve vir a
orientação, o estímulo ao progresso, o despertar do desejo de progresso
material e espiritual. Se criarmos parasitas, há um estímulo surdo à preguiça.
E a preguiça leva à ociosidade e logo aos vícios.
A maior das caridades, entretanto, não é a
material. Um afago, um sorriso, uma atenção, às vezes, constitui uma caridade
imensa. Ouvir, só ouvir, ter paciência para ouvir, talvez seja hoje uma fonte
fecunda da caridade pura. Quantos querem falar e não têm com quem? Quantos
precisam de uma companhia e não encontram sequer quem lhes dirija um olhar?
Quantos querem participar de um grupo espiritualista, ajudando também e não têm
essa oportunidade?
Ajude, ajude
sempre, pois é
assim que alcançaremos as virtudes abençoadas por Oxalá.
A caridade na Umbanda, entretanto, não se
resume aos encarnados. Nos Templos Umbandistas, espíritos são orientados,
demovidos de más intenções, encaminhados a uma “escola de luz”.
Essas oportunidades sem dúvida enriquecem a
doutrina, mas enriquecem muito mais àqueles que estão alí, no trabalho
constante, para servir aos que encontram em sofrimento.
Paulo de Tarso
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