sábado, 28 de maio de 2016

“POSSO TER TODA A SABEDORIA DO MUNDO, MAS SE NÃO TIVER CARIDADE EU NADA SOU”




          A Umbanda ensina a seus adeptos que a caridade é fator primordial de evolução.

          Servir é sempre bom dentro do conceito de qualquer religião. Porém a caridade Umbandista é silenciosa, secreta, cheia de ternura e amor.

         “Que sua mão direita não saiba o que fez a esquerda” . Esse é o primeiro conceito da caridade. Só faz a verdadeira caridade aquele que a pratica silenciosamente. Só assim teremos os “dividendos” do plano espiritual.

          Aquele que anuncia sua caridade, chama a televisão para vê-lo distribuir alimentos, brinquedos, etc., já tem sua paga aqui na terra: a admiração dos homens. Isso pouco importa para a espiritualidade, pois a verdadeira vida é a do plano espiritual.

         Outro conceito de caridade: “não humilhar quem recebe”. Quem anuncia o que faz, humilha quem recebe. Quebra a dignidade humana, que é a de ser igual a todos, como filhos de Deus. Quem recebe deve ser encorajado ao trabalho e à vida normal. Deve-se ensinar a pescar e não dar o peixe de modo paternalista.

          Não criar parasitas, esse é outro cuidado que se deve ter. Toda ajuda deve ser transitória e atrás dela deve vir a orientação, o estímulo ao progresso, o despertar do desejo de progresso material e espiritual. Se criarmos parasitas, há um estímulo surdo à preguiça. E a preguiça leva à ociosidade e logo aos vícios.

   A maior das caridades, entretanto, não é a material. Um afago, um sorriso, uma atenção, às vezes, constitui uma caridade imensa. Ouvir, só ouvir, ter paciência para ouvir, talvez seja hoje uma fonte fecunda da caridade pura. Quantos querem falar e não têm com quem? Quantos precisam de uma companhia e não encontram sequer quem lhes dirija um olhar? Quantos querem participar de um grupo espiritualista, ajudando também e não têm essa oportunidade?

Ajude,  ajude   sempre,  pois  é  assim que alcançaremos as virtudes abençoadas por Oxalá.

         A caridade na Umbanda, entretanto, não se resume aos encarnados. Nos Templos Umbandistas, espíritos são orientados, demovidos de más intenções, encaminhados a uma “escola de luz”.

         Essas oportunidades sem dúvida enriquecem a doutrina, mas enriquecem muito mais àqueles que estão alí, no trabalho constante, para servir aos que encontram em sofrimento.











                                              Paulo de Tarso

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