Na Umbanda, as Entidades
Exus compõem uma Linha de Trabalho à Esquerda. São, em geral, espíritos humanos
que tiveram várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser
humano, mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei
Divina, obtendo permissão para se assentarem à Esquerda dos Orixás e
trabalharem no auxílio à nossa evolução.
Os Exus absorvem e esgotam
as negatividades dos seres que se desviaram das Leis do Criador, em qualquer
dos Sete Sentidos da Vida. Em seguida, vitalizam as qualidades positivas dos
seres e então os neutralizam, deixando seus magnetismos aptos a que retomem o
caminho da evolução.
O Orixá que dá sustentação
às Entidades Exus é o Orixá Exu. Na Umbanda, este Orixá não é cultuado
diretamente, mas está presente e atuante, pois as Divindades existem e estão
presentes em nossas vidas, ainda que alguém não as reconheça. Os Exus que trabalham na Umbanda atuam nos
Sete Sentidos da Vida, ou seja, atuam nos campos de todos os Orixás. É por isso
também que Exu é tido como o dono das encruzilhadas.
A Encruzilhada pode ser
entendida como o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes, tais
como: matéria/astral; razão/emoção; luz/trevas; ou, literalmente, pode ser o
encontro de dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu,
pois está em todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas
na encruzilhada de rua. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma
realidade são pontos de firmeza e de manifestação de Exu.
Exu guarda a quem faz por
merecer o amparo da Lei Divina, mas também intervém como Executor da Lei contra
quem viola as Leis do Criador, para esgotar suas negatividades. Quando elas
forem esgotadas, Exu vitaliza as qualidades positivas do ser para então
neutralizar-lhe o magnetismo. A partir daí, aquele ser tem como recomeçar o
trabalho evolutivo que a cada um compete.
Exu não ataca a ninguém;
só intervém por um comando da Lei Maior ou quando é ativado magisticamente. Nos
trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada
pela Lei Divina, e sempre para o Bem.
EXUS GUARDIÕES -
são espíritos dotados de grande conhecimento, e manipulação de magias.
São os Protetores dos Entrecruzamentos
Vibracionais dos Orixás.
EXUS DE LEI - são
espíritos que se colocam a frente para nos dar proteção, são estes espíritos
que incorporam nos médiuns em um
terreiro.
A PINGA
Acredito que todos vocês
leitores já presenciaram médiuns ou incorporados por certas entidades
consumindo cachaça ou utilizando-as nas feituras de firmezas e oferendas. É um
elemento assim tal qual o tabaco, muito presente nos terreiros de umbanda.
O uso destes elementos é
muito recriminado até mesmo por religiões irmãs, sendo associado ao “baixo
espiritismo”, ou seja, espíritos que partiram mas que continuam apegados aos
vícios da carne. Criticam, por desconhecerem todo o fundamento que existe por
trás de sua utilização e cujas energias são apenas encontradas aqui no plano
material. Certas essências por não estarem disponíveis no plano etéreo,
necessitam de serem manipuladas pelos guias em terra para que sejam cortadas as
demandas em certos trabalhos espirituais.
Saibam que muitas destas
entidades há muito tempo, tamanha a sua luz, já não precisariam mais estar
neste Plano da Criação, mas optam por aqui permanecerem em virtude dos intensos
desejos de amor ao próximo e de praticar a caridade, que adquiriram ao longo de
sua evolução.
Mas voltando ao assunto em
questão, falar de um dos elementos preferidos daquele Orixá que está mais
próximo de nós, remete-nos ao tempo da escravidão durante o Brasil-Colônia.
Existem muitas controvérsias sobre a origem da cachaça, no entanto estejam
certos de que é um produto genuinamente nacional.
Diz a história acerca da
sua descoberta que um dia escravos a preparar o melado da cana no engenho
descuidaram-se, deixando que passasse do ponto, desta maneira estragando-o. Com
muito medo que seu erro fosse descoberto acarretando no seu açoitamento no
tronco pelo feitor, os escravos esconderam-no.
No dia seguinte pegaram
aquele melado que fermentara durante a noite
e misturaram ao melado novo que estavam preparando.
Algum tempo depois os
escravos notaram que começou a formar gotículas no teto do engenho as quais
ficavam pingando sobre os seus corpos. Daí o nome de Pinga. Quando estas gotas
caiam sobre as feridas causadas pelas chibatadas nas costas, sentiam um grande
ardor. Daí o nome Água Ardente. Este líquido também escorria pelos seus rostos,
chegando até as suas bocas e então perceberam que quando o engoliam, ficavam
mais alegres. Deste momento em diante começaram a beber para esquecer do frio,
da saudade de sua terra natal e do seu pobre destino nas poucas festas que lhes
eram permitidas fazer pelos senhores de engenho.
Um dia um senhor de
engenho curioso com a bebida que os deixava naquele estado de euforia
experimentou a misteriosa bebida e creio que a história de aqui em diante, já
pode ser contada por vocês…..
Nenhum comentário:
Postar um comentário