domingo, 14 de agosto de 2016

SALVE OS EXUS NA UMBANDA









Na Umbanda, as Entidades Exus compõem uma Linha de Trabalho à Esquerda. São, em geral, espíritos humanos que tiveram várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser humano, mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei Divina, obtendo permissão para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem no auxílio à nossa evolução.

Os Exus absorvem e esgotam as negatividades dos seres que se desviaram das Leis do Criador, em qualquer dos Sete Sentidos da Vida. Em seguida, vitalizam as qualidades positivas dos seres e então os neutralizam, deixando seus magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução.

O Orixá que dá sustentação às Entidades Exus é o Orixá Exu. Na Umbanda, este Orixá não é cultuado diretamente, mas está presente e atuante, pois as Divindades existem e estão presentes em nossas vidas, ainda que alguém não as reconheça.  Os Exus que trabalham na Umbanda atuam nos Sete Sentidos da Vida, ou seja, atuam nos campos de todos os Orixás. É por isso também que Exu é tido como o dono das encruzilhadas.

A Encruzilhada pode ser entendida como o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes, tais como: matéria/astral; razão/emoção; luz/trevas; ou, literalmente, pode ser o encontro de dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu, pois está em todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas na encruzilhada de rua. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma realidade são pontos de firmeza e de manifestação de Exu.

Exu guarda a quem faz por merecer o amparo da Lei Divina, mas também intervém como Executor da Lei contra quem viola as Leis do Criador, para esgotar suas negatividades. Quando elas forem esgotadas, Exu vitaliza as qualidades positivas do ser para então neutralizar-lhe o magnetismo. A partir daí, aquele ser tem como recomeçar o trabalho evolutivo que a cada um compete.

Exu não ataca a ninguém; só intervém por um comando da Lei Maior ou quando é ativado magisticamente. Nos trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada pela Lei Divina, e sempre para o Bem.


EXUS GUARDIÕES -  são espíritos dotados de grande conhecimento, e manipulação de magias. São os  Protetores dos Entrecruzamentos Vibracionais dos Orixás.
EXUS DE LEI -  são espíritos que se colocam a frente para nos dar proteção, são estes espíritos que incorporam  nos médiuns em um terreiro.









A PINGA

Acredito que todos vocês leitores já presenciaram médiuns ou incorporados por certas entidades consumindo cachaça ou utilizando-as nas feituras de firmezas e oferendas. É um elemento assim tal qual o tabaco, muito presente nos terreiros de umbanda.

O uso destes elementos é muito recriminado até mesmo por religiões irmãs, sendo associado ao “baixo espiritismo”, ou seja, espíritos que partiram mas que continuam apegados aos vícios da carne. Criticam, por desconhecerem todo o fundamento que existe por trás de sua utilização e cujas energias são apenas encontradas aqui no plano material. Certas essências por não estarem disponíveis no plano etéreo, necessitam de serem manipuladas pelos guias em terra para que sejam cortadas as demandas em certos trabalhos espirituais.

Saibam que muitas destas entidades há muito tempo, tamanha a sua luz, já não precisariam mais estar neste Plano da Criação, mas optam por aqui permanecerem em virtude dos intensos desejos de amor ao próximo e de praticar a caridade, que adquiriram ao longo de sua evolução.

Mas voltando ao assunto em questão, falar de um dos elementos preferidos daquele Orixá que está mais próximo de nós, remete-nos ao tempo da escravidão durante o Brasil-Colônia. Existem muitas controvérsias sobre a origem da cachaça, no entanto estejam certos de que é um produto genuinamente nacional. 

Diz a história acerca da sua descoberta que um dia escravos a preparar o melado da cana no engenho descuidaram-se, deixando que passasse do ponto, desta maneira estragando-o. Com muito medo que seu erro fosse descoberto acarretando no seu açoitamento no tronco pelo feitor, os escravos esconderam-no.

No dia seguinte pegaram aquele melado que fermentara durante a noite  e misturaram ao melado novo que estavam preparando.

Algum tempo depois os escravos notaram que começou a formar gotículas no teto do engenho as quais ficavam pingando sobre os seus corpos. Daí o nome de Pinga. Quando estas gotas caiam sobre as feridas causadas pelas chibatadas nas costas, sentiam um grande ardor. Daí o nome Água Ardente. Este líquido também escorria pelos seus rostos, chegando até as suas bocas e então perceberam que quando o engoliam, ficavam mais alegres. Deste momento em diante começaram a beber para esquecer do frio, da saudade de sua terra natal e do seu pobre destino nas poucas festas que lhes eram permitidas fazer pelos senhores de engenho.


Um dia um senhor de engenho curioso com a bebida que os deixava naquele estado de euforia experimentou a misteriosa bebida e creio que a história de aqui em diante, já pode ser contada por vocês…..











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