"Faze da mediunidade
o instrumento com que possas desferir, entre as criaturas irmãs, o teu hino de
amor."
Entretanto, não lhes
situes os acordes em leilão.
Quanto o Sol, que não
negocia com a própria luz, o Espírito não mercadeja com os próprio sentimentos.
Se a vaidade te exagera o
valor, pensa um pouco e reconhecerás que a vida, junto de ti, pode suscitar a
formação de valores novos que te lancem todas as possibilidades em plena
sombra. E quando a ambição busque elevar-te à galeria de ouro, reflete na
agonia mental de todos aqueles que descem da galeria de ouro para a névoa da
morte.
Mediunidade é talento
divino nas tuas mãos e a Divina Bondade nunca se vende.
Se pudéssemos definir
Deus, seria lícito repetir que Deus é amor e o amor é trabalho do bem por todas
as direções.
O trabalho, desse modo, é
o alicerce da existência produtiva, assim como a raiz é o fundamento da árvore.
Se alguém disser que é necessário
abandones as tuas tarefas a fim de que haja virtude no caminho do próximo,
enredando-te ao ruído ou à festividade que a tua presença consiga criar onde
estejas, não te esqueças que o Cristo pagou, em acerba renunciação, a própria
fidelidade ao Supremo Senhor, na prestação de serviço aos homens.
Pregação sem exemplo é
cheque sem fundos.
Angaria o teu sustento,
com a disciplina da alma e o suor do rosto, e cede ao intercâmbio espiritual o
tempo que lhe possas consagrar por oferta de ti mesmo.
Não te rendas a ilusões,
nem te creias maior.
Além do manancial, corre a
fonte; além da fonte, vem o córrego; além do córrego, desponta o riacho; além
do riacho, aparece o rio e; além do rio, surge o mar.
Primeiro, a obrigação que
nos purifique.
E, depois da obrigação,
entrega à mediunidade aquilo que lhe possas doar espontaneamente, sem qualquer
tisna de interesse inferior, como sendo a tua quota de esforço puro na obra do
bem geral.
Não importa seja pouco.
O maior edifício começa
tijolo a tijolo.
Por mais negra a
escuridão, fina réstia de luz rompe a força das trevas.
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