sábado, 6 de maio de 2017

ORIENTAÇÕES CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS



Dezenas de Tendas foram fundadas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, no Estado do Rio, em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. Sempre que possível, o médium Zélio participava pessoalmente da instalação das novas Tendas. Quando o trabalho material não o permitia, enviava médiuns capacitados para organizar e dirigir a nova casa.

Em Belém do Pará foi fundada a Tenda Mirim Santo Expedito, pelo então tenente Joaquim Bentes Monteiro, que solicitou sua transferência do Rio para aquele Estado, especialmente para cumprir essa missão, com sua esposa, Consuelo Bentes Monteiro. Um dos médiuns dessa Tenda, Evaldo Pina, atualmente no Rio, pertencendo hoje ao quadro dirigente da Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade (Tenda que descende da Tenda Espírita São Jerônimo), estava em visita a Zélio e ouviu deste a descrição da fundação daquela casa, em todos os pormenores, como se o fato datasse de semanas, apenas. E através de Zélio recebeu uma mensagem do dirigente, já desencarnado, citando fatos conhecidos apelas pelos dois.

Em todo o Brasil existem Tendas fundadas diretamente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Algumas delas se desviaram dos seus ensinamentos, que aliado ao fato do crescimento rápido e desordenado, criou uma espécie de caos que predomina até hoje. Outros mantêm-se fiéis aos princípios ditados pelo Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas. Existem Tendas, que não tiveram contato direto ou indireto com o iniciador da Umbanda, mas mantém a pureza e a singeleza de seus ensinamentos – isso se deve ao plano espiritual.

Em 1939, o Caboclo determinou que se fundasse uma Federação (que posteriormente passou à denominação de União Espírita da Umbanda do Brasil) para congregar as Tendas Umbandistas e que deveria ser o núcleo central desse culto, em que o simples uniforme branco de algodão dos médiuns, estabelecia a igualdade de classes, e a simplicidade do ritual permitia dedicar integralmente o tempo das sessões ao atendimento dos necessitados.

Mais tarde, surgiu o Jornal de Umbanda, que durante mais de vinte anos foi um porta voz doutrinário de grande valor e no qual colaboraram efetivamente, entre outros, Cavalcanti Bandeira, Reinaldo Xavier de Almeida, Olívio Novais e o escritor Jota Alves de Oliveira.

O ritual preconizado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas é simples e desprovido das complexidades ritualísticas e magísticas praticadas pela “Macumba” vigente no Distrito Federal de então. São palavras textuais de Zélio de Moraes:

O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia atabaques e nem mesmo palmas nas sessões.

Apenas os cânticos, muito firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da corrente vibratória.

Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.

As guias (colares) usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que dá força ao médium.

Os banhos de ervas, os Amacis, as concentrações nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium. E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir a sua missão mediúnica.













(Trechos extraídos das obras: “A Umbanda e sua História” – Diamantino e Trindade – Editora Ícone. “Umbanda Cristã e
Brasileira” – Jota Alves de Oliveira – Ediouro.” Jornal: Umbanda Hoje” – Ano III – n.17 – 2000. “Umbanda: A Manifestação
do Espírito para a Caridade”, por Sérgio Estrellita da Cunha. Documentos de Lilia Ribeiro. Pesquisas em sites na NE, e,

observações, adaptações e materiais do autor.

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