Dezenas de Tendas foram
fundadas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, no Estado do Rio, em
São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. Sempre que
possível, o médium Zélio participava pessoalmente da instalação das novas
Tendas. Quando o trabalho material não o permitia, enviava médiuns capacitados
para organizar e dirigir a nova casa.
Em Belém do Pará foi
fundada a Tenda Mirim Santo Expedito, pelo então tenente Joaquim Bentes
Monteiro, que solicitou sua transferência do Rio para aquele Estado,
especialmente para cumprir essa missão, com sua esposa, Consuelo Bentes
Monteiro. Um dos médiuns dessa Tenda, Evaldo Pina, atualmente no Rio, pertencendo
hoje ao quadro dirigente da Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade
(Tenda que descende da Tenda Espírita São Jerônimo), estava em visita a Zélio e
ouviu deste a descrição da fundação daquela casa, em todos os pormenores, como
se o fato datasse de semanas, apenas. E através de Zélio recebeu uma mensagem
do dirigente, já desencarnado, citando fatos conhecidos apelas pelos dois.
Em todo o Brasil existem
Tendas fundadas diretamente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Algumas delas se
desviaram dos seus ensinamentos, que aliado ao fato do crescimento rápido e
desordenado, criou uma espécie de caos que predomina até hoje. Outros mantêm-se
fiéis aos princípios ditados pelo Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas. Existem
Tendas, que não tiveram contato direto ou indireto com o iniciador da Umbanda, mas
mantém a pureza e a singeleza de seus ensinamentos – isso se deve ao plano
espiritual.
Em 1939, o Caboclo
determinou que se fundasse uma Federação (que posteriormente passou à
denominação de União Espírita da Umbanda do Brasil) para congregar as Tendas
Umbandistas e que deveria ser o núcleo central desse culto, em que o simples
uniforme branco de algodão dos médiuns, estabelecia a igualdade de classes, e a
simplicidade do ritual permitia dedicar integralmente o tempo das sessões ao
atendimento dos necessitados.
Mais tarde, surgiu o
Jornal de Umbanda, que durante mais de vinte anos foi um porta voz doutrinário
de grande valor e no qual colaboraram efetivamente, entre outros, Cavalcanti
Bandeira, Reinaldo Xavier de Almeida, Olívio Novais e o escritor Jota Alves de
Oliveira.
O ritual preconizado pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas é simples e desprovido das complexidades ritualísticas
e magísticas praticadas pela “Macumba” vigente no Distrito Federal de então.
São palavras textuais de Zélio de Moraes:
O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou
o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer
para fortificar a minha mediunidade.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia
atabaques e nem mesmo palmas nas sessões.
Apenas os cânticos, muito
firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da corrente
vibratória.
Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de
cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua
orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.
As guias (colares) usadas são apenas as que
determinam a entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que
dá força ao médium.
Os banhos de ervas, os Amacis, as
concentrações nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinário, na
base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium.
E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir a sua
missão mediúnica.
(Trechos extraídos das
obras: “A Umbanda e sua História” – Diamantino e Trindade – Editora Ícone.
“Umbanda Cristã e
Brasileira” – Jota Alves
de Oliveira – Ediouro.” Jornal: Umbanda Hoje” – Ano III – n.17 – 2000.
“Umbanda: A Manifestação
do Espírito para a
Caridade”, por Sérgio Estrellita da Cunha. Documentos de Lilia Ribeiro.
Pesquisas em sites na NE, e,
observações, adaptações e
materiais do autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário