domingo, 28 de julho de 2013

AÇÃO DA PRECE



A prece é uma evocação. Por meio dela pomos o pensamento em sintonia a quem a dirigimos.  Pode ter por finalidade um pedido, um agradecimento, uma glorificação. Quem a faz pode pedir para si ou para outro, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução da vontade divina; as que se dirigem aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus.

O Espiritismo faz compreender a ação da prece, explicando o processo da transmissão do pensamento, quer o ser por quem se ora venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele. Para compreender o que se passa nessa circunstância, convém imaginar que todos os seres, encarnados e desencarnados, se acham mergulhados no mesmo fluido universal que enche o Espaço. Esse fluido recebe uma impulsão da vontade. É o veículo do pensamento, tal qual o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser qualquer, na Terra ou no Espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para outro, transmitindo o pensamento, tal qual o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece chega aos Espíritos, estejam onde estiverem; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem suas inspirações; que as relações se estabelecem a distância, entre os encarnados, etc.

Aquele que não se julgue em condições de exercer salutar influência, nem por isso deve abster-se de orar em favor de outrem, acreditando-se indigno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em conta a intenção caridosa. O fervor e a confiança em Deus são o primeiro passo para o bem, passo que os bons Espíritos se sentem felizes em incentivar. Repelida só o é a prece do orgulhoso que, confiante na sua força e no seu merecimento, crê poder substituir-se à vontade do Eterno.


O valor da prece está no pensamento, sem dependência de local, de palavras e de ocasião em que seja formulada. Portanto, pode-se orar em qualquer lugar e a qualquer hora, só ou em comum. A influência do local ou da ocasião depende de as circunstâncias favorecerem ou não o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos se associam de coração ao mesmo pensamento, objetivando o mesmo fim, porque é como se muitos cantassem, em coro, ao mesmo tempo. Mas, que importa seja grande o número dos que orem, se cada qual orar isoladamente e por conta própria? Cem pessoas reunidas podem orar com o sentimento de egoístas; enquanto que duas ou três, unidas pelo pensamento, podem orar irmanadas em Deus, obtendo a sua prece mais resultado que a daquelas cem.










Nenhum comentário:

Postar um comentário