A mediunidade é um canal
entre nós e a dimensão espiritual. Ele pode ser de luz ou de sombras... Cabe ao
médium iluminar esse canal com os valores mais nobres da vida, utilizando-o
para a prática do bem... ou torná-lo em instrumento de interesses rasteiros, gerando sofrimentos para si mesmo,
nesta mesma vida e em futuras reencarnações.
Muitos médiuns, antes da sua reencarnação,
aceitaram a tarefa mediúnica como opção de resgate de erros de vidas passadas.
Por isso não se trata de pessoas diferentes, favorecidas ou desfavorecidas pela
vida.
Mas todo aquele que comece
a sentir sintomas que indicam mediunidade, deve começar a pensar com seriedade
sobre o assunto.
Não é em vão que os
poderes superiores nos dão faculdades mediúnicas. Elas existem para podermos entrar
em contato com o mundo espiritual, receber notícias dos que se foram,
esclarecimentos sobre a vida nessa outra dimensão, sobre as leis naturais e
sobre todos aqueles “porquês” que tanto angustiam a alma humana. Mas existem
principalmente como instrumentos para a prática do bem, no atendimento a
espíritos sofredores e obsessores, no consolo aos aflitos de toda natureza e
para alívio e cura de enfermidades do corpo e da alma.Sabe-se que a tarefa
mediúnica é programada antes da reencarnação e, muitas vezes, ela representa
uma troca nas formas de resgate kármico. Digamos que um espírito, conhecendo ou
lembrando-se de uma ou mais de suas vidas passadas, nas quais cometeu faltas
graves perante a Lei Maior, decide-se a resgatá-las. Entende então, que para acabar
com aquele remorso, retirar aqueles “pesos” de sua consciência profunda,
precisa renascer na Terra e purgar suas culpas numa existência de sofrimentos
ou limitações.
Nessas situações, e quando
há merecimento de sua parte, ele pode conseguir uma troca. Em vez de reencarnar
com um programa de vida repleto de dores e aflições, irá retornar á matéria
trazendo um compromisso de trabalho mediúnico. É a permuta de sofrimentos por
uma tarefa de amor. E lembramos, a propósito, que o apóstolo afirmou: “O amor
cobre uma multidão de pecados”.
Assim, em vez da doença,
da penúria, das deficiências físicas ou problemas semelhantes, esse espírito
reencarna trazendo compromisso de trabalho mediúnico, inteiramente gratuito,
visando apenas fazer o bem, ajudar o próximo necessitado.
Também é verdade que
muitos médiuns sofrem... e muito. Sem dúvida sofreriam muito mais, não fosse a
sua tarefa mediúnica.
Mas há também casos de
mediunidade que não representam resgate, mas uma tarefa de amor que alguém
resolveu assumir.
Se o sofrimento é caminho
de evolução, também é instrumento de contenção e de equilíbrio. A dor,
queiramos ou não, nos preserva de muitas quedas espirituais, e muitas almas
valorosas não a dispensam de suas programações reencarnatórias.
Sempre que alguém vai voltar
à terra comprometido com tarefa mediúnica, os mentores elaboram um planejamento
para suas futuras atividades. Eles também o preparam devidamente, para poder
servir, quando na Terra, como intermediário entre os encarnados e os
desencarnados.
O futuro médium então
renasce e cresce, recebendo os devidos cuidados da parte dos espíritos
responsáveis pela sua tarefa.
Então, ao aproximar-se a
época em que deve iniciar a sua atividade mediúnica, começam a lhe ocorrer
coisas estranhas: perturbações as mais variadas, doenças que os médicos não
conseguem diagnosticar, acidentes anormais, sensações perturbadoras como
arrepios e formigamentos, sonhos esquisitos, pesadelos, dores de cabeça, visão
ou audição de espíritos, e outras semelhantes.
Nessas ocasiões sempre aparece
alguém para dizer que isto pode significar mediunidade.
Pois bem, quando o médium,
obedecendo ao compromisso assumido, inicia o desenvolvimento de suas
faculdades, também passa a merecer assistência dos bons espíritos, que irão
orientá-lo e ajudá-lo de acordo com permissão superior. Mas, para que possa
receber essa ajuda é necessário que se torne merecedor, sendo dedicado,
responsável, e procurando melhorar sempre as próprias atitudes, tornado-as mais
compatíveis com a nobreza de uma tarefa no bem.
O médium deve também
trabalhar, sem cessar, pela própria evolução ou crescimento interior;
dedicar-se a leituras de elevado teor espiritual. A conduta reta e o amor fraterno representam a sua
segurança e equilíbrio como medianeiro entre a dimensão material e a
espiritual. Isto é fundamental para fortalecer o seu campo energético e
situá-lo fora da faixa de sintonia com entidades inferiores.
Nos meios espíritas é onde
poderá encontrar maior segurança para suas atividades, porque é onde melhor se
conhece e mais seguramente se trabalha no campo mediúnico.
Mas a mediunidade também
pode ser uma faca de dois gumes: com Cristo, na caridade mais pura e sob a
direção de pessoas experientes e verdadeiramente fraternas, apresenta-se como
ponte de luz entre a Terra e o Céu. Mas quando se propõe ao atendimento a
interesses rasteiros, ao ganho de bens, de posições, de influência ou status,
ou pior ainda, a fazer o mal, ela se transforma em canal para espíritos das sombras
com resultados imprevisíveis, mas sempre muito ruins.
E o pior ocorre no retorno
ao mundo espiritual, depois da morte. Ali, o médium faltoso terá de amargar
suas dores, seus remorsos e o resultado de suas ações irresponsáveis ou
antifraternas, sem falar em que terá de recomeçar tudo outra vez, e em
condições mais desfavoráveis.
Na maioria dos casos, o
candidato a médium começa a receber o chamamento para a tarefa e não atende;
muitos por medo, outros por acomodação e outros ainda, por causa de suas religiões,
pois a maioria delas, sem conhecerem bem o assunto, condenam a mediunidade e a
comunicação dos espíritos.
Mas as suas faculdades
certamente começarão a aflorar, mesmo assim, no tempo previsto. Só que, pela
falta de orientação adequada e pelo não cumprimento do compromisso assumido
antes da reencarnação, elas podem transformar-se em canal para as mais diversas
perturbações, podendo desembocar em doenças ou em desequilíbrios os mais
variados, de conseqüências imprevisíveis.
É preciso, no entanto, ver
que não foi a mediunidade a causadora desses problemas, mas sim, o descaso do
próprio médium que deixou de cumprir seus compromissos.
BLOG F. E.
COLABORAÇÃO KELLY BERNASCONI
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