Nos últimos meses, muito
se tem falado a respeito do uso abusivo de Drogas no País e, dentre elas, o
Álcool. A questão ganhou um enfoque particular nas discussões em torno do novo
código de trânsito, que considera gravíssimo, até o uso de pequenas doses de
Álcool, pelo motorista.
Depressor do Sistema
Nervoso Central, o Álcool é Droga perigosa e traiçoeira, que atinge igualmente
todas as parcelas da população, causando dependência e problemas físicos. São
gravíssimas as conseqüências do uso crônico do Álcool. Vão das elevações de
pressão arterial, às úlceras, problemas cardíacos, à cirrose hepática, às
hepatites, tumores de laringe e esôfago...
O código está certo. A lei
sempre esteve aí, mas nunca foi cumprida. De fato, uma pequena quantidade de
bebida alcoólica pode causar problemas de coordenação motora e alterar os
reflexos da pessoa que vai dirigir um automóvel. Vale a pena lembrar que o
Brasil ocupa os primeiros postos, nas estatísticas mundiais de acidentes de
trânsito com vítimas; estaria no Álcool, a explicação para a maioria deles.
Chamamos há pouco, essa
Droga de perigosa e traiçoeira. Entretanto, a maioria das pessoas reluta ou
desconhece que se trata de uma Droga e o que é pior, as pesquisas no assunto,
indicam que o Álcool é a substância mais usada pelos jovens. O próprio fato de
ser, paradoxalmente, Droga legalizada que pode ser livremente vendida em
qualquer local: bares, padarias, supermercados, é que a torna ainda mais
preocupante.
Há leis que proíbem, a
menores de idade, a compra de bebidas alcoólicas mas, neste País, sobram boas
leis, falta colocá-las, corajosa e civicamente, em prática!
Os próprios pais, muitas
vezes, estimulam o consumo do Álcool pelos adolescentes e crianças, ora, pelo
próprio exemplo - pais que bebem com freqüência, ora pelas
"brincadeiras": deixam a criança tomar a "espuminha do
chope", misturam vinho aos refrigerantes para elas... Além disso, o Álcool
é visto como um símbolo de poder e virilidade, sendo estimulado o seu uso pelos
"homenzinhos conquistadores".
Isto fica claro nas
propagandas, que não só enaltecem o uso, como o estimulam, ao passarem a idéia
de heróis belos e bem aceitos, para aqueles que bebem. Aqui vale ressaltar que
há leis que, se restringem tais propagandas, toleram as bebidas ditas mais fracas,
como a cerveja. Há também, o grande "serviço" que nos prestam as
telenovelas e os filmes, onde, frente ao menor problema ou frustração, ou para
comemorar qualquer evento, lá estão as doses de uísque, vodca ou vinho.
Sabemos que o Álcool pode
representar a fuga de problemas. Diante de uma dificuldade maior, a pessoa se
refugia na bebida e o Álcool, aos poucos, a assume e consome.
Ora, problemas todos
temos. Quem já não se sentiu quase incapaz diante de "uma pedra no meio do
caminho"?
Seria, entretanto, isso, motivo para beber e
aumentar os problemas?
Será que, quando nos sentimos impotentes
diante de problemas, sobre ele refletirmos, ou pedirmos ajuda a pessoas
capacitadas, não conseguiremos encaminhá-los?
"Viver é lutar"! O importante é
sermos heróis do dia a dia, heróis de verdade, olhando de frente para nossas
dificuldades, não o falso herói que se refugia na bebida e se compromete aos
poucos.
O que fazer? Essa é a
grande questão que nos inquieta. Ficar esperando por ações do Governo, parece
muito perigoso e ineficaz. Há interesses das grandes empresas de bebidas
alcoólicas por trás de tudo. Há poucos leitos em hospitais para cuidar de
alcoolistas e dependentes químicos. A solução parece clara; provêm do velho
ditado: "É melhor prevenir que remediar".
A política de prevenção é
uma grande alternativa para conscientizar aqueles que já estão fazendo uso de
Drogas e prevenir, de fato, outros, para que não iniciem o uso indevido. Todos
devem participar! As escolas, empresas possuem papeis fundamentais neste
processo.
Fernando Falabella Tavares
de Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário