É verdade que já todos
sabemos que é importante gostarmos de nós mesmos, nem sempre está clara a
definição de amor-próprio. Ouvimos recomendações de especialistas em saúde
mental, gurus disto e daquilo, e até de figuras públicas que nos aconselham a
gostar mais de nós, mas o que é que isto quer dizer? O que quer dizer alguém
que afirme que é impossível amar outra pessoa quando não gostamos de nós
mesmos?
Algumas pessoas temem que,
ao colocar-se a si mesmas no topo das suas prioridades se transformem em
indivíduos auto centrados ou convencidos. Uma pessoa com amor-próprio ou com a
auto-estima elevada é um egoísta capaz de atropelar os outros para concretizar
os seus objetivos? Claro que não. Gostarmos de nós não é olhar apenas para o
próprio umbigo e muito menos implica que nos centremos apenas na satisfação das
próprias necessidades. De resto, uma pessoa que gosta de si mesma não tem de
ver satisfeitos todos os seus desejos nem está permanentemente em estado de
euforia.
Sejamos honestos: não há
super-homens nem super-mulheres. Ter amor-próprio é gostar de nós, sim, mas
ninguém gosta de si mesmo 24 horas por dia. As pessoas com níveis de
auto-estima mais elevados reconhecem os seus erros, têm momentos de
arrependimento e até de revolta consigo mesmas. Talvez seja precisamente a
capacidade de experimentar emoções negativas em relação a nós mesmos que nos
permite vivenciar o amor-próprio. O que diferencia uma pessoa com auto-estima
elevada não é a inexistência de amarguras, mas sim a capacidade para sair desse
estado. Quando gostamos de nós mesmos, aprendemos a relativizar, a gerir melhor
os momentos de desespero, mas estes não desaparecem completamente.
Ter amor-próprio também
implica sermos justos, sermos capazes de olhar para os nossos erros e
emendá-los, reconhecer os obstáculos e arregaçar as mangas para os enfrentar.
Quando gostamos de nós mesmos, somos capazes de:
Terminar uma relação
quando a pessoa com quem estamos é violenta (física ou emocionalmente);
Mover recursos para
progredir na carreira em vez de nos acomodarmos a situações que nos
desvalorizam;
Reivindicar as nossas
necessidades afetivas;
Pedir ajuda quando não
estamos capazes de resolver os problemas sozinhos;
Exteriorizar a tristeza;
Implementar mudanças que
contribuam para a nossa saúde física e emocional.
CLAUDIA MORAES
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