“É comum o filho ainda
iniciante na Umbanda, na espiritualidade que ele confunda seus pensamentos,
suas ideias e sua imaginação com uma comunicação espiritual”
Isso se deve a imaturidade
mediúnica em conjunto com uma grande pressa de se desenvolver. Ele começa a
“escutar”, “ver” suas entidades muito antes delas se apresentarem e ele as
senti-las de facto.” Os Guias de Umbanda são Guias de Lei e não se manifestam a
qualquer hora e muito menos em qualquer lugar sem um propósito realmente
aceitável. É preciso ter atenção nesse tipo de comportamento por parte dos
filhos da casa.”
Como é difícil separar a
mente, a imaginação de uma comunicação espiritual real. Eu mesmo levei anos
para perceber essa diferença, e mesmo assim, foram os Guias da casa que
frequentava na época que me ensinaram e confirmaram a diferença.
A inspiração, a intuição,
o instinto e a imaginação são coisas diferentes.
Muitas vezes o iniciante
na Umbanda, motivado pelo entusiasmo de querer logo incorporar, de ver, de
escutar, de se comunicar com seus Guias, ou até mesmo atender a consulência,
esquece-se de um ensinamento básico: “a pressa é inimiga da perfeição.” E em vez
de seguir a diretiva básica, estabelecida pela grande maioria dos Templos de
Umbanda de não incorporar fora do seu terreiro, procura a seu modo buscar os
meios de o fazê-lo.
Essa diretiva, ao
contrário do que muitos pensam, não é uma forma de controle, mas sim um
cuidado, uma responsabilidade do dirigente que lhe recomenda em outras
palavras: “não force o seu desenvolvimento, não se apresse, tudo tem hora e
lugar.”
Mas infelizmente é comum
que de vez enquanto apareça um iniciante apressado e começa a forçar a
comunicação, ou a incorporação dos seus Guias em sua casa e a qualquer hora,
isso não quando em qualquer lugar.
Sua pressa, sua
imaturidade, sua inexperiência, a sua falta de firmeza e de preparo adequado
fazem com que se torne um alvo fácil de espíritos embusteiros que se divertem
com a credulidade quase que infantil do médium, isso quando não são outros os
interesses por de trás das ações.
Os espíritos Guias têm
suas ocupações e não estão ao nosso lado como babás, governando nossos hábitos,
atos e ações. Eles só se aproximam de nós e nos inspiram quando realmente se
faz necessário.
Por isso é necessário o
médium ter atenção quando essas comunicações começam a ocorrer fora de hora e
de local adequado; assim como ao teor das comunicações, caso contrário o médium
corre o risco de ficar fascinado.
A fascinação é um tipo de
obsessão, vou até dizer que de certa forma é até natural e que todos nós
estamos passíveis à ela. Normalmente esse processo faz com que o médium creia
que tudo que ele faz, pensa, idealiza, imagina ou até mesmo escuta é inspirado
por seus Guias é o mais certo ou o melhor. Gerando assim um grande obstáculo
para o seu desenvolvimento e um possível desequilíbrio para o grupo.
Lembre-se que esse tipo de
ação se sustenta por uma linha de afinidade, e é um aviso de que é algo está
mal na consciência, no emocional, na crença do médium. O grande problema é que
normalmente esse médium não está receptivo a nenhum tipo de ação que esteja
contrária a sua crença e aos seus pensamentos.
Assim fica um aviso:
dificilmente encontramos um Guia de Umbanda que determine o que você deve ou
não fazer. Normalmente, eles o aconselham, mas não decidem por nós.
Muito cuidado quando você
começa a “escutar” de mais seus Guias. Não que eles não possam estar ao seu
lado e lhe inspirarem, até podem, mas tenha atenção do que valeu de fato a
comunicação.
Se o conselho foi
realmente útil, ou serviu apenas para matar a sua curiosidade? Se serviu apenas
para confirmar suas ideias, por que era isso que você realmente que queria
escutar. Se serviu só para leva-lo a ficar orgulhoso, vaidoso com sua
capacidade? Ou serviu apenas para inspira-lhe falsos saberes, desconfianças e
até mesmo conflitos.
Estas são algumas ações
bastante comuns nesse tipo de comunicação.
Esteja atento, pois não
são apenas os médiuns iniciantes que são alvos desses espíritos embusteiros,
mas também médiuns e dirigentes mais experientes, que se comprazem quando em
momentos de desatenção envolvem suas vítimas com seus falsos poderes, saberes e
ideias, muitas vezes fazendo-se passar por Guias de Lei.
Fascinação é uma
ilusão produzida pela ação direta de um espirito negativado sobre o pensamento
de um médium e que de, de certa forma “paralisa” o seu raciocínio e acaba por
manipular os seus pensamentos, sentimentos e emoções.
O médium fascinado não
acredita que está a ser enganado, pois o espirito fascinador possui a arte de
lhe inspirar total confiança. Com isso impede o médium de ver o embuste a qual
foi envolvido e de compreender o absurdo do que muitas vezes fala ou escreve,
por mais que esses absurdos saltem à vista de todos. Nessa ilusão o espirito
pode levar o médium alvo de seu propósito nefasto a aceitar doutrinas e teorias
falsas e até mesmo estranhas ao senso comum como se fossem a única expressão da
verdade. Isso quando não fazem o médium sentir-se deslocado do corpo mediúnico,
onde antes ele se sentia tão bem; a achar-se merecedor de atenção especial; a
achar-se melhor que os outros; de se ver como um missionário; como alvo
constante de magias; etc.
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