sábado, 11 de agosto de 2012

SAÚDE E PAZ A TODOS OS PAIS



 

 Ser pai é ser companheiro,
construindo no ninho familiar a grandeza dos filhos,
para alicerçar valores que edificam a sociedade.

Ser pai é ser jardineiro,
plantando raízes de virtudes com mãos delicadas,
para que o lar seja sementeira de luz e de verdade.

Ser pai é ser herói,
protegendo o espaço sagrado de seu templo-família,
cultivando no coração dos filhos o germe da harmonia.

Ser pai é ser fonte de vida,
inaugurando nossa história com gestos de amor,
renovando perenemente a herança da criação.

Ser pai é ser poeta,
declamando com carinho os versos de sua vivência,
para cultivar e enobrecer os projetos de nossa existência.

 



AO PÉ DO FAROL  “ PAIS E FILHOS “

"Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles, a isso denominam “educação”, nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações." (Friedrich Nietzsche).
Li, certa vez que, ao pé do Farol, não há luz. Mas, e o que dizer, quando falamos não de uma proximidade geográfica, mas emocional, como na relação entre pai e filho, por exemplo?
Somente hoje, distante de meu pai, vejo o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.
Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e intempéries daquilo a que chamamos vida, para vislumbrar não somente em que me tornei, mas também para reconhecer a segurança do porto de onde parti.
Só assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes brotei...
Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu pai um livro do genial poeta Khalil Gibran.
No capítulo "Dos Filhos", Gibran escreve: .
“Vossos filhos não são vossos filhos”.
“São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma.”
Eu, como todo jovem, clamava por liberdade.
E, como jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido, enxergava apenas o mar que à minha frente se expandia.
Dar o livro a meu pai era como dizer a ele: "deixa-me viver, me conceda a liberdade plena da experiência."
Lembro que toda vez que discutíamos sobre liberdade ele me falava dos perigos que a vida nos reserva.
Mas eu, que estava ao pé do Farol, enxergava apenas a beleza do horizonte e meus olhos não percebiam a dureza do percurso...
Hoje sou pai.
Os filhos crescem, amadurecem, e percebo que, como muitos pais, continuo a tratá-los como se tivessem sempre a mesma idade, a mesma mentalidade, as mesmas fraquezas...
Como hoje eu entendo que, para aprender a navegar, precisamos desafiar os tormentos e as borrascas do mar, é chegada a hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios da vida:
Se nossos filhos estão ao pé do Farol, eles só poderão ver a luz se entrarem mar adentro...
E o melhor que podemos fazer, é desejar-lhes boa viagem.
E torcer para que carreguem consigo um pouco de suas raízes.
"Acreditar que basta ter filhos para ser um pai é tão absurdo quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser músico." (Mansour Chalita).
"Os filhos são educados como se fossem ficar toda a vida filhos, sem nunca se pensar que eles se tornarão em pais." (August Strindberg).




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