A Umbanda, como qualquer outra religião, possui alguns fundamentos que deveriam ser observados por todos os seus adeptos e simpatizantes mas, infelizmente, por falta de conhecimento, conveniência, modernidade, etc, vem aos poucos caindo em desuso em nossos Terreiros.
Um destes fundamentos é o chamado descalçamento, ou seja, o ato de retirar os calçados afim de adentrar ao local sagrado onde encontra-se o Conga, afim de passar pela consulta com as Entidades ali manifestadas em seus médiuns.
O “Rito do Descalçamento“, ou o descalçar os pés ao aproximar-se de um lugar santo tem o prestígio da antiguidade e universalidade ao seu favor.
É conhecidíssima a passagem bíblica onde o Altíssimo fala à Moisés através da sarça ardente, mandando tirar as sandálias dos pés visto que o lugar em que estava pisando era terra santa. Alguns autores acreditam que é dessa ordem que as nações orientais derivaram o costume de executar todos os seus atos de culto religioso com os pés descalços, porém é muito provável que esta cerimônia estivese em uso muito tempo anes da circunstância da sarça ardente, e que o legislador judaico a reconhecesse como sinal de reverência.
Somos, particularmente, da opinião que tal costume foi derviado dos antigos patriarcas e transmitido por tradição oral às gerações seguintes.
A direção de Pitágoras aos seus discípulos, por exemplo, era expressa nas seguintes palavras: “Oferece sacrifícios e adora com os teus pés descalços“.
Os muçulmanos, ao irem executar suas devoções, sempre deixam suas sandálias à prta da mesquita. Os Druidas tinham o mesmo costume ao celebrarem seus ritos sagrados; assim como os antigos peruanos deixavam sempre seus sapatos à porta ao entrarem no magnífico Templo consagrada à adoração ao sol.
Tal hábito, portanto, é um símbolo de reverência. Significa, na linguagem do simbolismo, que o lugar a que se vai aproximar desse modo humilde e reverente é consagrado à algum objetivo santo.
A área reservada ao Conga – este Sanctum Sanctorum do Templo Umbandista, onde são inculcadas as solentes verdades da vida, da morte e da imortalidade – o adepto, assim como o consulente, ao entrar deve purificar seu coração de toda contaminação e lembrar-se, como o devido sentimento de sua aplicação prática, dessas palavra que outrora cairam sobre os ouvidos do antigo patriarcar judeu: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa“.
Isto quer dizer que não devemos levar para dentro do lugar sagrado as imundícies do mundo exterior, especialmente aquelas que podem ser carregadas por nossos calçados, maculando assim a sacralidade do lugar. Devemos ter em mente que tal ato, além de uma questão de respeito ao Terreiro, deve ser considerado como medida de higiene.
Outro aspecto que devemos considerar é a questão energética, visto que o corpo em contato direto com o solo cria um ponto onde as energias negativas são são descarregadas, funcionando como uma espécie de “fio-terra”.
Portanto, da próxima vez que participar de uma gíra, não se esqueça de colocar em prática este costume tão antigo, respeitoso e benéfico à todos os participantes.
OUVINDO AS VOZES DE ARUANDA
Gian,
ResponderExcluirVejo que tenho razão quando abordo este tema. Infelizmente nossos irmãos e irmãs de corrente ainda
não assimilaram bem isto.
Ivan
Na verdade não é só a questão ligada a energia, é uma questão de limpeza e respeito.
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