A imprensa apresenta,
constantemente, fatos relacionados a manifestações de racismo, fora e dentro do
Brasil. E mostra, também, cenas terríveis de miséria nos países mais devastados
da África, onde homens, mulheres e crianças de pele negra parecem mais esqueletos
vivos, semelhantes às fotos dos seis milhões de judeus exterminados nos campos
de concentração nazistas.
Não seriam as esquálidas
criaturas de hoje os mesmos homens que provocariam o genocídio da Alemanha de
Hitler, agora em novos corpos?
O racismo é, antes de
tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas.
Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra
característica étnica, viola o grande mandamento, síntese de toda a lei e dos
profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo."
Pela lei do carma, ou de
causa e efeito, o racista sofrerá, em si próprio, a inteireza do sofrimento
provocado ao semelhante.
Ensina "O Livro dos
Espíritos" que os homens atuais são os mesmos Espíritos que voltaram, para
se aperfeiçoar em novos corpos, estando, ainda, muito longe da perfeição. A
raça de agora, que por seu crescimento tende a invadir toda a Terra e
substituir as raças que se extinguem, terá, também, a sua decadência. Outras
raças a substituirão, descendentes dela mesma, como os civilizados
contemporâneos descendem dos seres brutos e selvagens das eras primitivas. A
origem das raças perde-se na noite dos tempos. Como todas pertencem à grande
família humana, puderam misturar-se e produzir novos tipos. As múltiplas
variedades de um mesmo fruto não impedem que constituam uma só espécie.
No final de 1939,
justamente quando o racismo nazista contra o povo judeu era um dos
determinantes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o espírito de Emmanuel
começava, no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a
psicografar, através de Francisco Cândido Xavier, o livro "O
Consolador". Na obra, editada no ano seguinte pela Federação Espírita
Brasileira, Emmanuel considera justo o agrupamento nos países de múltiplas
coletividades pelos laços afins da educação e do sentimento. A política do
racismo, todavia, é encarada como um erro gravíssimo, que pretexto algum
justifica. O racismo não tem nenhuma base séria nas suas alegações que, na
realidade, só encobrem o propósito tenebroso do separatismo e da tirania.
Se todavia, nenhum dos
argumentos acima convence o leitor, lembramos as recentes descobertas da
Arqueologia, dando-nos conta de que todos nós, seres humanos, de qualquer raça,
somos originários do Continente Africano.
E agora? Como fica o
racismo?
JÁVIER GODINHO
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