Durante a existência inteira
morou em frente a uma Tenda de Umbanda... Pelos anos a fora observou o
movimento de gente que entrava e saía – dirigentes, colaboradores,
simpatizantes, aprendizes, doentes, pobres e ricos...
Nas noites quentes de
verão, sentado em confortável poltrona, na ampla varanda, ouvia ao longe os
cânticos, as preces a palavra vibrante do Presidente, impressionando-se com a
lógica dos princípios umbandistas na definição dos problemas humanos... Chegara
a proclamar-se adepto da Religião dos Caboclos e Pretos-Velhos! E aquela gente
que ali cooperava! Que dedicação! Quanto desprendimento! Em qualquer tempo, com
chuva ou frio, sucediam-se as equipes de trabalhadores no socorro aos
necessitados. Mas nunca se decidiu a atravessar a rua, perdendo preciosas
oportunidades de serviço e edificação...
Umbandista: É preciso
atravessar a rua!... Não nos acomodemos na poltrona da indiferença, a ouvir de
longe os apelos da Espiritualidade!... No Templo Umbandista está o nosso ensejo
maior de participação como aprendizes e colaboradores. Fortalecê-lo com a nossa
presença! Engrandecê-lo com o nosso trabalho! Sublimá-lo com a nossa dedicação!
- eis as metas intransferíveis, se aspiramos um futuro de bênçãos! Façamos da
Cabana Espírita a nossa escola, a nossa oficina, o nosso templo, para que nunca
tenhamos que ver nela o hospital, atormentados por males e frustrações que
afligem os que não atravessaram a rua!
Umbandista: Atravesse a
rua!
Umbandista: Participe!
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