terça-feira, 15 de janeiro de 2013

FALANGES DAS SOMBRAS







As falanges das sombras envidam todos os esforços para destruírem as atividades benfeitoras que tentam esclarecer o homem quanto à sua verdadeira responsabilidade espiritual. É óbvio que a criatura terrena esclarece-se à medida que se desprende das faixas vibratórias dos espíritos viciosos e afeitos a toda sorte de paixões degradantes.
Assim que o homem assume a consciência de seus atos, controlando suas emoções e pensamentos, é indubitável que ele também se liberta da condição de um "repasto vivo" das entidades desencarnadas afeitas a todas as torpezas e aberrações. Em conseqüência, as falanges das sombras realmente combatem com fúria as atividades espiríticas, na Terra, porque o Espiritismo firma suas bases libertadoras no próprio Evangelho do Cristo, isto é, no mais avançado conjunto de leis siderais de salvação do homem encarnado. 
Os adeptos ou crentes nas religiões dogmáticas do mundo, em geral, buscam nos seus templos ortodoxos os sedativos que lhes afrouxam a musculatura espiritual. Atentos às palavras do pastor, do sacerdote ou líder evangélico, hipnotizados às rezas e aos cânticos coletivos, tais fiéis retomam aos seus lares vivendo a sensação eufórica de que se libertaram de suas mazelas e pecados da vida cotidiana.
O altar, pela tradição, desde o velho Egito, é o ponto de convergência e atenção de todos os presentes à cerimônia religiosa; ali se congregam os eflúvios magnéticos indesejáveis. Por isso, na antigüidade, os altares eram construí dos do melhor cedro, árvore conhecida como um dos melhores campos vegetais condutores de eletricidade, servia proveitosamente para o melhor êxito da magia religiosa da época.
A suntuosidade, o exotismo ou a disciplina exigida nas reuniões e cerimônias das igrejas católicas, templos protestantes e casas reformistas ajudam os adeptos a retomarem para seus lares, certos da limpeza dos seus pecados. Não importa se outros novos pecados serão cometidos na próxima semana, pois o refúgio de suas mazelas e dos seus equívocos estender-lhes-á os braços, no domingo vindouro, mediante a prédica do pastor sentencioso ou do sacerdote que os absolve novamente.
No entanto, os espíritas aprendem, já de início, que nenhuma cerimônia, sacerdote ou compostura religiosa os salvará dos pecados cometidos; e que só a reforma íntima, a modificação da conduta e o espírito regrado lhes proporcionará melhor futuro. Os seus pecados são os efeitos de suas mazelas, sandices e crueldades do passado; a sua redenção não se fará dentro de um templo luxuoso, aos pés de um sacerdote, mas pela libertação decisiva das paixões e dos vícios humanos, ou seja, destruindo em si mesmos o terreno mórbido pecaminoso, que os liga às esferas ocultas das entidades malfeitoras.
Em conseqüência, o movimento espírita é mais perseguido e odiado pelos "mentores das Trevas" porque os seus adeptos não sublimam seus pecados semana após semana, sob a agradável impressão de transferirem-nos para o sacerdote ou pastor, que depois há de acertar-se com Jesus ou com Deus.
Um centro espírita funcionando à base do Evangelho do Cristo é um reduto salvacionista, onde os seus freqüentadores imunizam-se contra as investi das dos planos inferiores. Ali, os seus participantes recebem estímulos energéticos para ajustarem-se à vida superior e porem-se a salvo das investidas das Sombras. 
O ensinamento não é feito à base de "obrigações religiosas", mas principalmente sob o esquema do" dever" e da "responsabilidade" pessoal. Enquanto as religiões dogmáticas "frenam" as paixões dos seus fiéis, confundindo a solução do problema pecaminoso com o seu temporário impedimento, o Espiritismo ensina e requer uma libertação consciente, lenta e demorada, se for preciso, mas "definitiva".
 A vida atual é a revelação positiva do negativo da existência finda; o sofrimento humano é a retificação do desvio antiangélico. Não há injustiça nem privilégio; "a cada um, segundo suas obras"! É resolução pessoal, individual e intransferível a qualquer sacerdote ou pastor.
Deste modo, a doutrina espírita é realmente um estorvo para as intenções maquiavélicas dos"maus espíritos"; interessa-lhes minar as bases sadias que ensinam o homem a libertar-se das paixões e dos vícios num esforço particular e definitivo. 
No entanto, um centro espírita só se desmancha, realmente, quando os destruidores do Além-túmulo podem infiltrar-se no seu seio através das paixões e das impertinências dos seus próprios componentes. Eles então exploram a vaidade, o ciúme, a rivalidade e o amor-próprio de todos, até levá-los ao atrito, à separação e ao estagnamento doutrinário.










Ramatís - do livro ELUCIDAÇÕES DO ALÉM

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