A vida sempre nos
apresenta situações parecidas com a história dos três porquinhos, onde um lobo
mau (os problemas, os negativismos, os antagonismos), bate, bufa e assopra à
nossa porta.
Muitos de nós, como dois
dos porquinhos da história citada, edificam suas construções emocionais e seus
alicerces de fé em terreno e com materiais instáveis, edificando seus íntimos e
suas fortalezas pessoais com sucatas, com dejetos, com tabuas de sobras de não
tão convictas memórias.
De cada três porquinhos
(nós, pessoas) um pelo menos consegue edificar sobre alicerces sólidos usando
materiais de inexpugnável fortaleza e, não bastando ter tido sua proteção
garantida, ainda se prepara para quando os outros que não estão preocupados com
isso o buscam como ajuda, e abre suas portas e os protege dos lobos.
Seria isso a única
mensagem oculta numa fábula dessas?
É mais profunda, pois quem
alicerçou mal sua casa, não o fez por desconhecer as consequências, mas sim por
preguiça de conhecer os materiais que a compõe.
Os alicerces racionais,
morais e emocionais de um ser, aliados à sua busca pela compreensão da fé e
religiosidade, têm em seus mais internos princípios o conhecimento de suas
limitações, experiências e aprendizados nessa terra.
Aquele que alicerça melhor
o seu castelo interior e suas defesas internas é quem consegue amparar aqueles
que o “lobo mau” bateu em suas portas, pois se as trevas os perseguem, a luz os
ampara.
Voltar-se para Deus e
estudar a religião com dedicação é voltar-se para edificar um bom castelo. E
embora pareçamos solitários, pois as outras “moradias” são mais simples de
fazer que a nossa, que parece estar sempre sendo construída, no entanto ela tem
uma parede construída com a argamassa da fé, os tijolos do conhecimento e o
revestimento do amor, sempre resistem mais às intempéries da vida.
Não temos que encarar as
pessoas seguidoras de outras crenças como adversários, pois todo antagonismo
deve ser encerrado com a prática do Perdão, Amor e Caridade, mas para aqueles
que somente preocupam-se
com as coisas mundanas da terra, o que é belo, sagrado e divino lhes escapa por
vezes à percepção nos seus momentos de distração terrena.
Se o umbandista é aquele
que edifica, e constrói sobre firmes alicerces, ele acolhe a todos em suas
firmes muralhas de fé sem olhar a quem recebe sob seu teto. Ou não é verdade
que nas assistências dos Templos de Umbanda temos uma quantidade gigantesca de
pessoas que nos buscam como pronto socorro, ou só para se protegerem do “lobo
mau”. E nem sequer sabem direito o que é uma Religião tão rica como a nossa!
Assim, solidários, abrimos
nossa casa interna e acolhemos as pessoas que necessitam de amparo e proteção
espiritual. E se algumas ficam nela outras seguem suas vidas depois que o “lobo
mau” passou e esta longe.
Não temos sequer o direito
de cair ou fraquejar, pois muitos dependem de nós. O nosso exemplo, quando
firme, prova que nossa “casa”, é sem dúvida a mais firme e, pelo exemplo, os
outros passam a melhorar as suas próprias “moradas”, bastando cada um se
permitir mudar.
Por: Nelson Junior
Jornalnacionaldaumbanda.com.br
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