O Movimento Umbandista é
um movimento filo-religioso surgido no final do século XIX , no Brasil, quando
entidades espirituais, integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais,
passaram a manifestar-se, pela mediunidade, em rituais de cultos praticados por
Africanos e Indígenas, miscigenados com elementos do catolicismo introduzidos
pela Raça Branca.
Na verdade, a eclosão do
Movimento Umbandista foi decorrência das necessidades kármicas que fizeram
reunir, no solo brasileiro, representantes das raças branca, amarela, negra e
remanescentes da vermelha. Assim, o Brasil possibilitou o encontro de
coletividades que alimentavam rivalidades entre si e, de alguma forma,
mantinham em seus sistemas religiosos, fragmentos do Conhecimento Verdadeiro
usurpado pela humanidade em sua odisseia terrena.
O Brasil, conhecido pelos
índios pré-cabralinos como BARA – TZIL ( Terra da Cruz ou Terra da Luz) ,
deveria ser o local do surgimento do Movimento Umbandista porquê,
originalmente, havia recebido a revelação do Aumbandan na época dos Lêmures, no
apogeu da Raça Vermelha, no Tronco Tupy. Foi aqui também que a Tradição foi
deturpada em sua essência, consubstanciando-se na Cisão do Tronco Tupy nos
grupos Tupy-Nambá e Tupy-Guarany que defendiam, respectivamente, o Princípio
Espiritual e o Princípio Natural. Embora os Tupys tenham, algum tempo depois,
voltado ao seu caminho evolutivo original, os resultados de sua Cisão ainda se
fazem sentir até hoje, persistindo na mentalidade humana o dilema entre o
Espírito e a Matéria.
Aqueles seres do Tronco
Tupy não mais encarnam no Planeta e mesmo poderiam partir para outros locais
mais evoluídos do Universo, entretanto, optaram por trabalhar em prol da
Humanidade, auxiliando-a a encontrar sua via justa de evolução, restabelecendo
a Tradição-Una, o Aumbandan.
Para servir a este
propósito, o Governo Oculto do Planeta, no momento adequado, lançou as sementes
do Movimento Umbandista, visando inicialmente o Brasil, para futuramente
revelar os aspectos cósmicos da Doutrina para todos os povos. E assim, por
dentro dos cultos degenerados de várias raças existentes no Brasil, passaram
então a manifestar-se pela incorporação, os Espíritos Ancestrais da Humanidade
que se apresentavam, inicialmente, na forma de Índios e, depois, também na
forma de Pretos-Velhos e Crianças. Apresentavam-se desta forma para atingir
mais facilmente a coletividade brasileira, que se identificava,
sincreticamente, com estes arquétipos da Simplicidade, da Humildade e da
Pureza.
O aparecimento destas
entidades veio a configurar as bases do Movimento Umbandista, que recebeu uma
primeira organização ritualística a partir de 1908, com o médium Zélio
Fernandino de Moraes, tomando o nome inicial de Alabanda e, depois, de Umbanda.
Quase 50 anos transcorreram até que, em 1956, o famoso Médium W.W. da Matta e
Silva revelou ao público os primeiros aspectos da Doutrina Esotérica de Umbanda
marcando a história com o livro Umbanda de Todos Nós.
Atualmente o Movimento
Umbandista conta com uma coletividade estimada em 70 milhões de adeptos e
simpatizantes, entretanto, números mais precisos sobre esta população são de
difícil aquisição devido à própria estrutura do Movimento Umbandista.
Esta estrutura comporta
uma infinidade de Terreiros ou Templos com rituais diferentes entre si,
consequentes de uma maior ou menor assimilação sincrética de elementos de
outras culturas e sistemas filo-religiosos. Este sincretismo visa estabelecer
uma ponte de ligação que permita a transição gradual de indivíduos oriundos de
outros sistemas para a Umbanda.
Embora o panorama geral
propiciado por estas variações ritualísticas possa parecer heterogêneo, esta
foi uma estratégia utilizada pelos espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda
como forma de minimizar as desigualdades sociais e discriminações de qualquer
origem. Portanto, o Movimento Umbandista é capaz de receber indivíduos com
características e concepções sobre a espiritualidade muito variadas; para cada
um deles haverá um Terreiro ou Templo que mais se adapte ao seu nível consciêncial.
Como elemento de ligação
dos diversos templos, encontra-se a mediunidade através da incorporação de
espíritos que se apresentam nas três formas arquetipais de “Caboclos”,
“Pretos-Velhos” ( mais adequadamente chamados de Pais-Velhos ) e “Crianças”.
Estas Entidades procuram impulsionar, paulatinamente, as pessoas que procuram
os terreiros para patamares superiores de compreensão de si mesmos, do Mundo
Material e do Mundo Espiritual. Obviamente, quanto mais sincrético for um
terreiro, mais distanciado estará da Essência e mais preso estará à Forma.
Mesmo naqueles templos onde predominam a busca da Essência e a verdadeira
Iniciação de Umbanda, os rituais abertos ao público apresentam apenas uma
ínfima parte da Doutrina, por respeito e caridade aos consulentes, guardando
para o interior do Templo os fundamentos que esperam o momento certo para serem
revelados.
A partir de 1989, com o
lançamento da obra Umbanda – a Proto-Síntese Cósmica, que mostrou ângulos
inéditos da Umbanda, foi inaugurada uma nova fase do Movimento Umbandista,
revelando-se o caráter cósmico desta doutrina. Os rituais dos diversos templos
vêm-se modificando, mais adequados à tendência da globalização, que certamente
consolidará um Mundo sem fronteiras para os habitantes do Planeta Terra,
estabelecendo seus laços de ligação não apenas pelo comércio de bens materiais,
mas principalmente pela comunhão de valores espirituais.
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