terça-feira, 14 de maio de 2013

MALDADE : UMA DOENÇA DO ESPÍRITO



Impossível ignorar a existência do mal. Relatos de maldade e atos criminosos ocupam espaço na mídia escrita e falada, corriqueiramente, O assunto faz parte de estudos médicos, psicológicos, filosóficos e literários, do passado e do presente. A Ciência admite, inclusive, a existência de componente genético para a maldade.

O pensamento espírita, porém, é que o mal não é intrínseco, não faz parte da natureza íntima do Espírito, é, antes, uma anomalia, como o são as enfermidades. O bem, tal como a saúde, é o estado natural, é a condição visceralmente inerente ao Espírito. Um corpo doente constitui um caso de desequilíbrio, precisamente como um Espírito transviado, rebelde, viciado ou criminoso.

Em termos médicos, maldade ( do latim malus: mal) é o “desejo ou intenção de causar danos a alguém ou de verem outras pessoas sofrerem”. A psiquiatria considera a maldade como uma psicopatia que “não aparece de forma única e uniforme pois há graus variados “, afirma Ana Beatriz Barbosa Silva, professora brasileira de Psiquiatria e autora da instrutiva obra “Mentes Perigosas”: o psicopata mora ao lado ( Rio de Janeiro, Objetiva, 2008). Em linguagem compreensível ao grande público, o livro estuda a maldade, segundo critérios médicos, mais precisamente da Psiquiatria, oferece ao leitor oportunos esclarecimentos, pontua conceitos, indica os avanços da Ciência e, ao final, apresenta um “manual de sobrevivência”, que ensina como a pessoa pode se prevenir de ações ou situações que envolvam a maldade.

A doutora Ana Beatriz ensina que, como psicopatia, a maldade é um “transtorno da personalidade que apresenta dois elementos causais fundamentais; uma disfunção neurobiológica e o conjunto de influências sociais e educativas recebidas ao longo da vida”. Informa ainda que tais psicopatas são, em geral, indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício. Eles são incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocar no lugar do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos e violentos. Em maior ou menor nível de gravidade e com formas diferentes de manifestarem seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros “predadores sociais”, em cujas veias e artérias corre um sangue gélido”.

A maldade apresenta gradações que, no ponto máximo, é denominado perversão pelos psicanalistas. “Originada do latim perversione, a palavra designa o ato ou efeito de tornar-se mau, corromper, depravar ou desmoralizar.[...] Da mesma raiz de perversão deriva perversidade, que quer dizer “índole ferina ou ruim “.

Para a Doutrina Espírita “Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes[...]. Os que são maus, assim se tornaram por sua vontade.” Neste contexto, a índole perversa ou as más tendências identificadas em certas pessoas refletem o somatório de ações infelizes, atentados contínuos à legislação divina, em razão do uso incorreto do livre- arbítrio, ao longo das reencarnações. Nestas condições instalam-se perturbações nos refolhos da alma que produzem desordens mentais, observáveis nas atitudes e comportamentos individuais, às vezes desde a mais tenra infância.

Se as manifestações de maldade não forem precocemente controladas ou tratadas, a pessoa pode se transformar em sociopata, praticando atos classificados como crimes hediondos.








Texto de Marta Antunes Moura – Revista Reformador- junho de 2010, p.26-28

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