quarta-feira, 8 de maio de 2013

O FERREIRO



Havia um ferreiro numa vila que após uma vida de excessos resolveu consagrar sua vida a Deus. Durante muitos anos, procurou realizar caridade, cumpria com seus deveres, mantinha seus valores morais. Mas, apesar de todo este esforço e dedicação nada parecia dar certo em sua vida, pelo contrário, dívidas cresciam e acumulavam-se, brigas constantes, etc.

Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadeceu de sua situação difícil, comentou:

- É realmente estranho que justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. E ele continuou:

- Não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença espiritual, parece que nada tem melhorado.

O ferreiro não conseguiu respondê-lo imediatamente, mas sentia que necessitava dizer algo para o amigo. Ele já havia meditado no assunto várias vezes e se colocado a mesma questão. Entretanto sentia que algo de maior atuava e baseando-se nisso respondeu:

- Eu recebo em minha oficina o metal, aço, que ainda não foi trabalhado e preciso transformá-los em espadas. Você sabe como faço isso? Primeiro aqueço o metal num calor absurdo, até que fique, vermelho. Em seguida golpeio com meus martelos mais pesados para dar-lhe a forma desejada. Logo depois mergulho a peça no balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor. Repito estas ações até que obtenha a espada perfeita. Uma vez não é suficiente.

O ferreiro deu uma longa pausa e continuou:

- As vezes o aço que chega até minhas mãos não consegue suportar o tratamento… O calor, as marteladas, água fria, acabam por gerar rachaduras nele. E eu sei que ele não dará uma boa espada. Então eu simplesmente o coloco num monte de ferro velho que tenho em frente a minha oficina.

O ferreiro fez outro longa pausa e terminou:

- Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições, tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes, sinto-me tão frio e insensível como a água fria que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço em minhas orações é que Deus não desista de mim e continue até que eu tome a forma que ele espera de mim. E que jamais desista de mim e me coloque na pilha do ferro velho de almas.

Vixe! Eu levo tantas marteladas rsrsrs...

Muitas vezes desanimo, choro, grito, fico insensível em fim...

Mas Agradeço todos os dias pois sei que as minhas Entidades Espirituais não desistiram de me lapidar, e de não me colocar num monte de pilha de espadas rachadas!!!









Mônica Molina

Fonte
Lynell Waterman

Nenhum comentário:

Postar um comentário