sábado, 22 de junho de 2013

SOMOS FILHOS DE UMA GERAÇÃO




Somos filhos de uma geração que enfrentou muitos obstáculos para conseguir o que queria. Precisou passar por diversas situações de privações e isso teve reflexos profundos em nós. Por conta disso, hoje queremos que nossos filhos tenham o que nós não tivemos. A pergunta que fica: será que compensando o que nossos pais não puderam dar para nós estaremos contribuindo de fatos para o crescimento dos nossos filhos?

Infelizmente, a resposta é não.

Quando decidimos facilitar o acesso aos brinquedos, ofertando sempre as últimas novidades tecnológicas, permitindo que eles recebam, sem se esforçar em nada, um carro, um apartamento, uma roupa, um tênis, entre outros, estamos lhes ensinando que a vida é fácil, sem comprometimento, que o que queremos, recebemos e sem precisar conquistar.

Deixamos de exemplificar a alegria que surge da superação, do ir além, da descoberta, do conquistar algo. Nossos filhos ficam sem referências de pessoas pioneiras, que acreditavam em seus sonhos e seguindo seu coração, trilhavam um caminho que levava ao desacomodar de si mesmo, porém a um imenso crescimento como seres humanos.

A vida que levamos, onde a compensação prepondera traz consigo vícios como: a preguiça, a cobiça, a inveja, o sentimento de sempre querer mais e mais e mesmo assim, não estar satisfeito com o que se tem, o comodismo, a falta de criatividade, a comparação, o materialismo excessivo, o consumismo, o ter em vez de ser... Esses vícios refletem em uma vida inteira, gerando adolescentes sem limites, rebeldes sem causa, compulsivos, teimosos, irritados, mimados, impulsivos, inconsequentes e vazios.

Já parou para pensar no que essa criança, agora adolescente se tornará quando se tornar um adulto? 

Nós já temos pessoas adultas em nossa sociedade, que são o reflexo desse modelo de educação: a compensação. Basta observar para perceber neles características em comuns como: imaturidade emocional, egocentrismo, arrogância, manipulação, mentiras, orgulho, inveja, problemas nos relacionamentos, comparação, vivem uma vida não criada por eles, em um mudo de faz de conta, apenas seguem o fluxo, não aceitam quando não tem aquilo que gostariam de ter, são endividados, constroem suas vidas sobre alicerces da vaidade, do poder, usando o conhecimento para se sobressair, entre outros...

Com o tempo, essas pessoas terão sérios problemas, como: não ter amigos, divórcio, falência, depressão, insatisfação na vida, tendências suicidas, alcoolismo, se sentirem levando uma vida vazia e sem sentido. Quando surgem esses problemas (e outros), é chegado o momento da pedagogia divina da dor e sofrimento entrar em ação para sacudir a sua vida, lembrando o que ele veio fazer aqui: evoluir.

Um dos primeiros aprendizados que surge nesse momento é o da humildade, o de saber pedir ajuda, reconhecer que a sua forma de agir e lidar com a vida é equivocado. Procurar as pessoas mais próximas, como familiares, abrir seu coração, pedindo perdão e auxílio é muito importante. Uma vida desajustada com seu propósito de crescimento tem seu preço e devemos arcar com nossas escolhas anteriores. Fazer mudanças, organizar, refletir, buscar ajuda profissional, são dica bacanas.

Se você é pai ou mãe, está educando seus filhos com base na compensação, repense. Reavalie o que você quer deixar de aprendizado para seus filhos, que exemplo quer ser. Olhe para dentro de si mesmo e veja quais são as crenças que carrega consigo que te levam a buscar compensar em atitudes ou presentes. O que verdadeiramente há oculto nessa sua necessidade de compensar. Pode ser que primeiro você precise de ajuda para então ajudar seu filho (a) a evoluir com consciência do seu papel nesta vida.

Muitas vezes percebo que os pais estão deixando de ser felizes, de realizar seus sonhos por conta de acreditar que precisam unicamente ofertar tudo do bom e do melhor para seus filhos. Trata-se de uma ilusão. A felicidade é um estado de espírito que se baseia na compreensão e superação das suas inferioridades, na realização profissional, na melhoria contínua como pessoa, na alegria em viver junto a simplicidade, conscientes da sua missão aqui.

Um alerta para todos nós: é preciso ter cuidado com a força do hábito, pois hoje você pode ter compreendido tudo isso, mas com o passar do tempo, volte a ceder. Nesses casos, realmente é preciso investigar o que o está levando a se auto boicotar nesse sentido. Surpreenda-se com as crenças que carregas ao longo desses anos todos com você. Reformule as regras (todos as temos) da sua vida, porém, lembre-se de deixar espaço para que o novo possa surgir trazendo novidades.  













Nenhum comentário:

Postar um comentário