Se a lembrança das vidas
passadas e o conhecimento do futuro fossem de essencial importância para o
progresso do homem encarnado, a natureza nos teria dotado de um sentido para
tal.
Vejamos, então, o que nos
falam os Espíritos sobre o conhecimento futuro.
Dizem-nos eles que em
princípio o futuro é oculto ao homem e só em casos raros e excepcionais permite
Deus que seja revelado.
A finalidade de se
conservar o futuro oculto ao ser humano reside no fato de que, se o
conhecêssemos, negligenciaríamos o presente e não obraríamos com a liberdade
com que agimos, porque nos dominaria a idéia de que, se uma coisa tem que
ocorrer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraríamos obstar a que tal
coisa não acontecesse.
A certeza de um
acontecimento venturoso nos lançaria na animação e a de um acontecimento
infeliz nos encheria de desânimo. Não podemos esquecer de que uma das provas
pela qual o espírito passa é a do livre arbítrio.
Se nossa liberdade de agir
fosse influenciada por alguma coisa, aponto de entravá-la, a responsabilidade
da ação seria menor ou nula. Por isso é que tanto o nosso passado espiritual
quanto o conhecimento sobre o nosso futuro só são revelados em casos
excepcionais e de forma natural, e isso quando o conhecimento prévio facilite a
execução de alguma coisa.
Além de tudo, nunca
devemos nos esquecer de que assim como os acontecimentos do presente, têm sua
causa na nossa vida passada, os acontecimentos do futuro têm como base as
nossas ações presentes. É a lei de Ação e Reação.
Assim, não há razões para
o homem viver em busca de informações sobre seu futuro. Tal atitude revela
falta de confiança nos desígnios divinos. O que ocorre é que, na maioria das
vezes, encontrará exploradores e enganadores da boa fé alheia.
Se cremos em Deus, por
conseqüência cremo-lo justo e infinitamente bom. Nada melhor que, em todos os
lances da vida, exercitarmos a confiança irrestrita nele.
Lucien Marques
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