Acredito que todos os
umbandistas querem fazer algo especial pela Umbanda, fazer algo que a valorize
e que mostre a toda sociedade o quanto a Umbanda é realizadora e divina, o
quanto deve ser respeitada, e que não tem nada a ver com trabalhos feitos,
milagres vendidos ou magias negras. Baseada nessa minha crença, penso
continuamente como fazer isso, como proporcionar esse tipo de estímulo e de
conduta aos umbandistas para que todos possam, de forma homogênea e clara,
falar da Umbanda para uma sociedade já com idéias tão preestabelecidas.
Percebo inclusive que
falar de Umbanda é algo difícil para muitos umbandistas, na maioria das vezes a
fala contém uma incisiva conotação defensiva e justificada, é quase automático
esclarecer o porquê da escolha dessa religião salientando sempre que na Umbanda
não se faz matança e assim por diante. É fato que muitas vezes esperamos uma
reação negativa ou irônica daquele que desconhece a Umbanda assim como todos
seus fundamentos e poder de realização. Chego à conclusão que só existem duas
formas de criar essa valorização religiosa tão necessária para a Umbanda:
primeiro pelo EXEMPLO e segundo pelo SABER.
Isso mesmo! Acredito que
um único exemplo vale mais do que mil palavras! Portanto se queremos mostrar
que nossa religião é boa precisamos mostrar que somos bons. Se quisermos falar
que a Umbanda é coerente temos que mostrar nossa coerência. Se quisermos que
respeitem nossa religião temos que respeitar as outras religiões, afinal, a
religião, entre tantas funções, tem também a de formar a moral e a índole de
seus fiéis.
Acredito ser incoerente o
médium umbandista dizer que a Umbanda não faz magia negra se seus pensamentos e
atos desejam e fazem o mal ao próximo ou se seus desejos são tão importantes que
estão acima de qualquer coisa e de qualquer pessoa. Não dá para o umbandista
falar que a Umbanda não faz e não é milagre se o próprio “pede” continuamente
soluções aos Guias Espirituais se isentando de qualquer responsabilidade. Pedir
é Pedir em qualquer situação. Como dizer que a Umbanda não pratica matança se
tanto lixo é jogado nas ruas, praias, matas e cachoeiras? Afinal lixo mata!
Inclusive o ser humano.
Acredito também que o
Saber é fundamental para qualquer coisa que se queira valorizar. Se não sabemos
o que é a Umbanda como falar da Umbanda? Se não sabemos diferenciar um Guia de
um Orixá, se não sabemos de nossas obrigações e deveres como médiuns
umbandistas, se não sabemos responder as perguntas pertinentes sobre a nossa
religião como querer que o outro compreenda-a?
Estudar é fundamental e
dar exemplos é essencial para vivenciar plenamente a Umbanda sem medo e sem
constrangimento. Também é importante seguir uma tradição religiosa, respeitar
as hierarquias e a ancestralidade, afinal são pontos fundamentais de nossa
Umbanda e devem ser compreendidos e praticados com valor e respeito. Pensar em
Umbanda é pensar em disciplina e postura. É compreender que o médium é a peça
mais importante para a manifestação da religião.
Portanto, a visão que as
pessoas terão sobre a Umbanda será o reflexo das atitudes dos médiuns
umbandistas, dentro e fora de uma gira de atendimento. Somos nós, médiuns
umbandistas, que precisamos fazer algo diferente e significativo pela Umbanda.
Somos nós que temos que dar exemplo de sua ação em nossa vida e somos nós que
temos que responder as perguntas da sociedade, mesmo porque quando perguntarem
algo sobre a Umbanda não poderemos incorporar o Preto Velho para dar a resposta
em nosso lugar, não é mesmo ?
Mãe Mônica Caraccio
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