O livre-arbítrio é uma lei
divina, à qual todos, sem exceção, encontram-se subordinados. Em verdade,
trata-se de um princípio universal que se bem utilizado torna-se importante
alavanca do progresso individual, na medida em que pode permitir a vivência plena
dos sentimentos mais enobrecidos mobilizados de acordo com a vontade e o senso
de maturidade moral que cada um alcance.
O comportamento humano, em
seus múltiplos aspectos, decorre do exercício pleno da liberdade de ação,
contingência a ser respeitada por todos, uma vez que liberdade é apanágio dos
seres inteligentes.
É preciso, contudo, bem
ajuizar os procedimentos corriqueiros e a conseqüente repercussão do emprego da
liberdade usufruída, visando, sobretudo, a não ultrapassar os limites daquilo
que deve ser considerado prazeroso ao ego, mas que fere a sensibilidade alheia
e compromete a felicidade e a harmonia do semelhante.
Os anseios evolutivos se
alicerçam graças à observação responsável das Leis Morais da Vida, caso
contrário nos defrontamos com atitudes consideradas antiéticas e geradoras de
ações culposas prejudiciais à harmonia consciencial do infrator.
Uma estreita afinidade com
o bem é a melhor maneira de se preservar a tranqüilidade de espírito e de se
evitar situações conflitivas decorrentes de um inter-relacionamento pessoal
inadequado.
Qualquer iniciativa
prática aqui na Crosta gera, obrigatoriamente, repercussão benéfica ou não, na
dependência do bem patrocinado ou do grau de prejuízo imposto a outrem. Isto
nos permite inferir que o uso do livre-arbítrio encontra-se subordinado aos
fatores reguladores do comportamento humano, com o objetivo de proteger a
comunidade planetária dos excessos cometidos aleatoriamente pelos invigilantes.
O exercício individual do
livre-arbítrio deve respeitar a chamada zona fronteiriça, além da qual se
encontra o espaço que circunscreve a liberdade de consciência do próximo. A
partir de então, é aconselhável existir o consentimento pessoal do outro, para
que as idéias e ações executadas sejam devidamente aceitas e compartilhadas
harmoniosamente, na ausência de prejuízos, mágoas e ressentimentos.
O uso inadequado do
livre-arbítrio desencadeia, no faltoso, reações profundamente desarmônicas do
tipo arrependimento e remorso, contingências responsáveis por sofrimentos
prolongados, desde que o indivíduo não se proponha a reparar, assim que
possível, o mal cometido.
Nem sempre nos damos conta
dos prejuízos psicológicos decorrentes de atitudes incompatíveis com as regras
da moral evangélica. O ato prejudicial voluntariamente praticado contra o
próximo gera repercussões negativas que se fixam indelevelmente no psiquismo do
infrator, muito embora as mentes cristalizadas no mal não admitam tal
possibilidade.
Em qualquer circunstância,
o bom senso evidencia que o cometimento do mal é uma atitude irracional, pois a
ação culposa, com o passar do tempo, termina por gerar o arrependimento, e
este, por sua vez, estrutura no inconsciente a desagradável e opressiva
sensação de remorso.
Significativa parcela da
Humanidade sofre os mais variados desequilíbrios em conseqüência de atitudes
eticamente inadequadas praticadas nesta ou em vidas anteriores, em conseqüência
do mau uso do livre arbítrio.
O remorso equivale a uma
certa quantidade de energia desequilibrada a vibrar nos fulcros localizados na
intimidade do corpo espiritual, constituindo-se naquilo que ordinariamente
denominamos de morbo energético.
Eis aí a causa de inúmeros
distúrbios psicopatológicos, que poderiam ser evitados se o homem levasse em
conta a necessidade de melhor aproveitar o seu livre-arbítrio de uma forma
sempre inteligente, ou seja, em bases condizentes com o Evangelho de Jesus.
Reformador – Junho de 1998
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